terça-feira, 4 de junho de 2013

Exames de DNA podem ajudar no combate ao câncer


 Recentes pesquisas médicas mostram agora ao mundo por que determinadas drogas são eficazes no combate a alguns tipos de câncer, mas não contra outros tipos da doença. Dois estudos, realizados por equipes diferentes, revelaram a extensão do material genético presente dentro de células cancerígenas e de como elas reagem a certos tratamentos. Estas descobertas podem revolucionar as terapias contra o câncer.

As empresas farmacêuticas já estão adequando seus tratamentos contra o câncer para as formas da doença com combinações específicas de genes. Até então, as informações sobre o efeito que essas drogas tinham sobre os genes eram limitadas. Mas agora estes dois estudos proporcionam um quadro muito mais detalhado, o que pode abrir caminho para padronizar genomas pessoais – no qual um paciente faz um teste de DNA para determinar que tratamento deverá receber.
Em um dos estudos, cientistas nos EUA realizaram testes genéticos em diferentes formas de câncer a partir de células de vários pacientes, antes de avaliar a eficácia de 24 drogas anticancerígenas.

“As células cancerosas são derivadas a partir de células-mãe, de modo que cada tumor terá um código genético único”, diz Levi Garraway do Dana-Farber Cancer Institute, em Boston (EUA). “Mas é claro que existem recorrentes mudanças características de genes em muitos tumores extraídos de indivíduos diferentes”. São estas alterações – ou mutações – que os médicos querem testar para ver qual droga é a mais eficaz.

Em outro estudo, os cientistas liderados por Matthew Garnett no Wellcome Trust Sanger Institute, no Reino Unido, testaram 130 drogas em células cancerosas diferentes.

“Os testes genéticos vão dar a muitos pacientes uma oportunidade de ter um tratamento que normalmente não seria levado em conta”, diz Garraway. “Isso também significa que você não vai dar aos pacientes tratamentos fúteis, que só iriam causar intoxicação quando lhes faltassem alguns meses de vida. Eu apostaria que dentro de dez, 15 anos os testes genéticos serão obrigatórios para o tratamento de todos os tipos de câncer”.

A terapia do câncer provavelmente é o primeiro ramo da medicina em que os testes de rotina genéticos são adotados. “Existem várias doenças em que a genética pode ter um impacto. Mas eu acho que o câncer é especial, porque existe um grande número de alterações genéticas que podem ter impacto na resposta a um determinado tratamento”, afirma Garraway.

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