sexta-feira, 14 de junho de 2013

Cientistas criam lentes de contato que substituem o Google Glass


O Google Glass é um óculos inteligente, capaz de se conectar à internet e mostrar ao usuário imagens que não existem no mundo real. Além de funcionar como um dispositivo de realidade aumentada, ele pode gravar e fotografar tudo à sua frente. A tecnologia deve chegar ao mercado em 2014. Pesquisadores sul-coreanos, no entanto, já começaram a desenvolver um dispositivo que pode deixar os óculos desenvolvidos pelo Google obsoletos, pois coloca todas as suas funcionalidades em um dispositivo muito mais discreto: uma lente de contato.
Os cientistas construíram um eletrodo fino, transparente e flexível, feito a partir de grafeno e nanofios de prata, e o modelaram na forma de uma lente. Em seu interior, colocaram uma pequena luz LED e testaram a tecnologia em um coelho. Durante as cinco horas que duraram o experimento, nenhum efeito colateral foi detectado. Segundo os pesquisadores, isso demonstra que o uso de lentes de contato que tiram fotos e gravam o ambiente está deixando de ser ficção científica. A pesquisa foi publicada na revista Nano Letters.
Os eletrodos transparentes não são uma novidade, e têm sido usados em muitos utensílios, como aparelhos de TV de tela plana, células solares e luzes LED. O material do qual é feita a maior parte desses eletrodos — o óxido de índio-estanho —, no entanto, é frágil e quebra muito facilmente, não podendo ser flexionado.
O time de pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ulsam, na Coreia do Sul, desenvolveu um material híbrido, feito a partir de grafeno e de nanofios de prata, que foi capaz de produzir eletrodos flexíveis, transparentes e elásticos, com alta performance elétrica e ótica. Mesmo quando dobrado, o material apresenta pouca variação em sua condutibilidade elétrica.
Em seguida, eles demonstraram que um pequeno LED cabia em lentes de contato feitas com o material. Para testar a segurança da nova tecnologia, as lentes foram aplicadas nos olhos de um coelho vivo durante cinco horas. Ao final do experimento, o animal não apresentava nenhum comportamento anormal, como olhos irritados ou sangramentos.
A estrutura híbrida criada pelos pesquisadores ainda está em seus primeiros passos de desenvolvimento, mas já apresenta uma grande variedade de aplicações. Além do seu uso em lentes de contato inteligentes, os cientistas dizem que ela pode ser usada para criar novas telas flexíveis e células solares.

Fonte: Veja

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