domingo, 4 de julho de 2021

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 22: A Entrega do Filho

 Não é sobre a história de Abraão, nem sobre Isaque… Repare:

“Então disse Deus: “Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região de Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto num dos montes que lhe indicarei”. (Gênesis 22:2)

Isaque, mesmo não sendo o único filho de Abraão, é chamado como tal. Embora o texto não se aplique plenamente a Isaque, se aplicaria perfeitamente a Jesus, o único filho de Deus. Este é um dos momentos deste texto em que as coisas ditas parecem extrapolar os próprios personagens e contexto, indicando que não se referem apenas àquele acontecimento, mas que apontam para uma realidade maior e mais importante. O próprio pedido de Deus soaria estranho se não apontasse para uma realidade profundamente mais importante. Deus lhe guiava ao monte, a viagem durou três dias. Frequentemente 3 dias, refletem um momento decisivo em histórias bíblicas (31:22; 34:25; Êx. 19:11; Jz. 20:30; Est. 5:1; Mat. 16:21; Mc. 9:31; Lc. 9:22, etc.) Abraão disse aos seus dois servos que os acompanhavam na viagem, que esperassem com o jumento, enquanto eles iriam adorar e depois retornariam. De modo similar, antes da crucificação Jesus disse aos que o seguiam “Para onde eu vou, vocês não podem ir” (João 13,21-33). Abraão sabia que Deus era fiel, e cumpriria o que havia dito sobre Isaque, e tinha poder de trazer o seu filho da morte.

“Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar; de onde também figuradamente o recebeu de volta” (Hebreus 11:17-19).  

 

Similarmente, os cristãos também creem no poder da ressurreição. Pois foi isto o que aconteceu com Jesus. Pois o Deus que o sacrificou o trouxe a vida novamente. Como Jesus na via dolorosa, o filho de Abraão levava em seus ombros a madeira que seria usada em seu sacrifício (v.6). Isaque observa e pergunta que tudo parece pronto, exceto o mais importante, "mas o cordeiro onde está para o holocausto?” Abraão responde “Deus mesmo há de prover o cordeiro para o holocausto, meu filho” (v.7-8). Abraão, provavelmente sem entender a profundidade do que dizia, afirmou profeticamente que Deus providenciaria um Cordeiro, portanto o Cordeiro viria da parte de Deus. Abraão seguiu as instruções dadas pelo Senhor, pôs seu filho sobre o altar pronto a oferecê-lo. Como Jesus, Isaque também se entregou no altar em obediência ao seu pai. Quando Abraão levanta a faca para realizar o sacrifício é interrompido pelo anjo do Senhor, Deus não permite Abraão fazer aquilo. Deus já havia aprovado a obediência de Abraão. Ufa, tudo terminou bem. Mas não foi esse o final na história de Jesus, Jesus não foi poupado. Cristo foi oferecido por seu Pai, “Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós” (Romanos 8:32). Nos momentos da crucificação, Jesus foi esmagado pela espada do Deus Justo (Is 53:5), toda a ira e condenação de Deus derramada sobre um inocente. Ele aceitou sofrer em favor de muitos, escolheu amar até o fim a sua igreja, seu povo, sua herança eterna. Deus poupou Abraão de passar pelo sacrifício que era meramente simbólico, mas não poupou Jesus do sacrifício efetivo.

“Então Abraão levantou os olhos e viu um carneiro preso pelos chifres num arbusto. Pegou o carneiro e o ofereceu como holocausto em lugar do filho” (Gn 22:13)

 

Um carneiro foi providenciado por Deus para ser o substituto de Isaque. Aqui vemos o conceito de um sacrifício substituto. Pense no alívio de Abraão vendo que Deus providenciou aquele carneiro para morrer no lugar de Isaque. Esse é o sentimento daqueles que desesperados se percebiam condenados por seus pecados, mas levantaram seus olhos e viram o nazareno com uma coroa de espinhos (os arbustos em sua cabeça), morto em nosso lugar. Mas lembram-se do que Abraão disse antes? “Deus proverá o cordeiro” (v.8). Mas entre os arbustos apareceu um carneiro. Cordeiro e carneiro são o mesmo animal, sendo que a diferença é que o cordeiro é mais novo (quando ainda não teve o ato sexual), e carneiro quando já teve o ato sexual. A figura do cordeiro na Bíblia é simbolicamente usada para expressar pureza e santidade. Quando a Bíblia enfatiza o fato de ser um carneiro, torna desarmônico com a fala anterior de Abraão, fica evidente que aquele ainda não era o cordeiro de Deus. Deus ainda iria providenciar o Cordeiro, o sacrifício perfeito ainda estava por vir. Abraão deu o nome daquele lugar “O Senhor proverá”v.14, já como um outro sinal a Cristo, pois muito em breve isso de fato aconteceria. E Deus reafirma a promessa que no descendente de Abraão seriam “benditas todas as nações da Terra” (v.18), e promete uma descendência numerosa e abençoada pela terra. Mais tarde Deus provê a salvação para incontáveis multidões, a igreja espalhada por todos os cantos da terra, por Jesus, o descendente de Abraão. Jesus abriu um único e verdadeiro caminho através da sua morte, e seus frutos são numerosos, para glória de Deus Pai.

“Então Jesus se dirigiu a eles, dizendo: — É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem. Em verdade, em verdade lhes digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto.” (João 12:23,24)



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