domingo, 1 de novembro de 2020

05:21 - 1 comment

"Sou um cristão, isto significa..." (Augustin Louis Cauchy)

 


"Sou um cristão, isto significa: creio na divindade de Jesus Cristo juntamente com Tycho Brahe, Copérnico, Descartes, Newton, Fermat, Leibniz, Pascal, Grimaldi, Euler, Guldin, Boscowitsch, Gerdil, com todos os grandes astrônomos, todos os grandes pesquisadores das ciências naturais, todos os grandes matemáticos dos séculos passados. E se porventura me perguntarem pela razão, terei prazer em explicá-la. Verão que minha convicção é resultado de estudo cuidadoso e não de preconceitos." (Augustin Louis Cauchy, matemático e físico)

sábado, 31 de outubro de 2020

18:56 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 9: A Profecia de Noé

Do verso 20 ao 27 do capitulo 9 de Gênesis, a Bíblia descreve que Noé embriagou-se e ficou nu dentro da sua tenda. O texto é bem breve, mas conta que seu filho Cam vendo a nudez de Noé, sai para contar para seus dois irmãos o estado deplorável que o pai se encontrava. Sem e Jafé, colocaram uma capa sobre os ombros e de costas cobriram a nudez do pai, sem que a vissem. Noé quando recobre a consciência, faz algumas profecias que resumiriam a história da descendências de cada um dos seus filhos: 

"Maldito seja Canaã; seja servo dos servos a seus irmãos. E ajuntou: Bendito seja o Senhor, Deus de Sem; e Canaã lhe seja servo. Engrandeça Deus a Jafé, e habite ele nas tendas de Sem; e Canaã lhe seja servo." (Gênesis 9:25-27)

Noé pronuncia uma maldição contra Canaã, o primogênito de Cam, talvez este seu neto tenha sido mais culpável do que os demais. O cumprimento desta profecia, que quase contém a história do mundo, libera Noé da minha suspeita inicial de tê-la pronunciado por sua ira pessoal ou desejo de vingança. Não sei se Noé tinha a noção da profundidade das coisas nas quais ele estava falando. Imagino que Moisés ao reescrever essa história entendeu que estava predestinado desde o inicio que os judeus  (descendentes de Sem) tomariam a terra prometida dos cananeus (povos descendentes de Canaã), nas quais foram passados à espada ou levados cativos para pagar tributos.

Mas há um sentido ainda mais profundo e importante:

Primeiro, que o Espírito Santo utilizou a ofensa de Cam para revelar os seus propósitos eternos. E mesmo depois do dilúvio, a semente da serpente (leia o comentário de Gênesis 3) continuava viva por meio da linhagem de Cam.

A expressão de Noé em louvor a Deus indica também que ele reconheceu que Deus tinha designado Sem seu sucessor. A linhagem da mulher, na qual era prometido um Messias, seguiria adiante também. E de fato, foi da linhagem de Sem que veio Jesus Cristo. Jesus Cristo é o Sem perfeito, aquele que cobriu não apenas o pecado de um único homem, mas cobriu o pecado de incontáveis multidões. Sem era apenas um símbolo que apontava para seu descente, o Messias.

No meu comentário sobre o capitulo 5 de Gênesis, vimos que o nome de algumas pessoas da linhagem do Messias de alguma forma apontavam alguma característica de Jesus. Sem (Shem), significa "Nome" em hebraico. Soa estranho alguém colocar o nome do seu filho de "Nome", mas se tratando da linhagem do Messias, é razoável supor que haja um propósito por trás disso. Inclusive em hebraico se usa Shem com o artigo definido "Ha" para se referir a Deus, ou seja "HaShem" (no hebraico: השם) significaria "O Nome" em português. Sem (ou Shem) apontava para seu descendente que haveria de receber "o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai." (Filipenses 2:9-11)

Outro detalhe importante: Noé diz na profecia que "Engrandeça Deus a Jafé, e habite ele nas tendas de Sem". Essa profecia também só faz sentido se você crer em Jesus Cristo, porque isso nunca ocorreu senão por meio da igreja. Segundo os historiadores, Jafé é considerado o pai dos povos gentios. Os judeus eram o único povo na face da terra que seguiam o verdadeiro Deus, os gentios em nenhum se uniram literalmente ao povo de Israel (Salmos 135:15, Salmos 80:8, Jeremias 46:1), senão no Novo Testamento. Há várias profecias na Bíblia, mostrando que com a chegada do Messias as pessoas entre os povos gentios (que eram inimigos de Deus) se converteriam ao Deus de Israel. E provando que a profecia se cumpriu, cá estou eu, um gentio, milênios depois em terras tupiniquins escrevendo sobre o Messias judeu:

"e a glória do SENHOR vai nascendo sobre ti; [...] mas sobre ti o Senhor virá surgindo, e a sua glória se verá sobre ti. E os gentios caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu. (Isaías 60:1-3)

No Novo Testamento vemos com muita clareza, os descendentes de Jafé entrando nas tendas de Sem, numa referência ao Evangelho se propagando ao redor do mundo. Isso significa que o Evangelho que foi foi manifesto por meio do descendente de Sem, que é Cristo, foi escrito em grego, pregado aos gentios pelo apóstolo Paulo desde a Ásia Menor, Macedônia, Grécia e até chegar à Roma, e por fim se espalhou por todo mundo oriental, alcançando também posteriormente todo o ocidente; fazendo habitar um número incontável do povo de Jafé nas tendas de Sem.

"Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus" (Mateus 8:11)

Wow... quanta coisa sobre Jesus em apenas 8 versículos!

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domingo, 4 de outubro de 2020

11:21 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 9: Um Arco no céu

Após Noé e sua família saírem da Arca, Deus dá algumas direções gerais para eles, mas a partir do versículo 8, Deus faz um novo pacto com a nova humanidade e com toda a criação:

“Confirmo aqui a minha aliança com vocês, seus descendentes e todos os animais que estavam com vocês na embarcação: as aves, os animais domésticos e os animais selvagens, todos os seres vivos da terra. Sim, confirmo a minha aliança com vocês. Nunca mais os seres vivos serão exterminados pelas águas; nunca mais a terra será destruída por um dilúvio”. (Gênesis 9:9-11)

Parece um acordo um pouco estranho para os moldes de acordo que estamos acostumados, porque se trata de um acordo que parece unilateral, apenas Deus assume responsabilidades nesse acordo. A consequências disso são logicamente:

1) a fidelidade de Deus ao seu pacto não depende da fidelidade dos homens.

2) Deus não parece estar interessado numa recompensa ou troca pela sua bondade. Poderíamos deduzir (considerando um Deus Todo Poderoso) que um homem nas suas limitações naturais não poderia oferecer nenhuma contrapartida equivalente da oferta de um Deus que já possui tudo e não precisa de nada. Diferente dos deuses do mundo antigo, ou mesmo os ídolos das religiões do nossos dias que barganham com seus adoradores.

3) Deus escolheu fazer um pacto com a nova humanidade, como um reflexo unicamente da sua misericórdia. Conforme lemos no capitulo 8 onde YHWH – Yahveh – o Deus de misericórdia diz: “e o Senhor[יְהוָה YHVH ou Yahveh] disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice, nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz” (Gênesis 8:21). O pacto, portanto, é baseado na bondade de Deus, apesar da maldade do coração do homem. 

4) Visto que a humanidade é persistentemente perversa, demandaria que Deus estivesse perpetuamente destruindo toda a vida na terra. Este pacto permite que a humanidade (e especialmente a linhagem do Messias) cresça e floresça por trás de uma represa da graça retardadora da ira.

E Deus estabelece uma nova aliança com Noé e seus filhos, de que não tornaria mais a trazer tamanha destruição ao mundo novamente, e como símbolo desta aliança Ele estabelece o seu arco nas nuvens do céu.

A pergunta que você deveria fazer:

"Calma ai Lucas... Então Deus aniquilou o mundo antigo com o dilúvio porque não poderia abrir mão da sua justiça. A justiça de Deus demandava que ele punisse os pecadores. Um Deus justo precisa punir quem não é justo. Assim como um juiz justo ou um bom policial jamais deixariam um criminoso escapar impune. Mas agora Deus estabelece uma aliança que não depende do cumprimento das Suas leis... Deus vai agora fazer "vista grossa" pros pecados dos homens?"

De modo nenhum um Deus justo deixaria o pecado impune, e por isso essa história somente pode ser completamente compreendida à luz da obra de Cristo. Vejamos a continuação do texto bíblico:

"Quando eu trouxer nuvens sobre a terra e nelas aparecer o arco-íris, então me lembrarei da minha aliança com vocês e com os seres vivos de todas as espécies. Nunca mais as águas se tornarão um dilúvio para destruir toda forma de vida. Toda vez que o arco-íris estiver nas nuvens, olharei para ele e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies que vivem na terra". Concluindo, disse Deus a Noé: "Esse é o sinal da aliança que estabeleci entre mim e toda forma de vida que há sobre a terra". (Gênesis 9:14-17)

A palavra em hebraico para arco-íris é קַשְׁתִּי “keshet”. Igual acontece no português com a palavra "arco", no hebraico a palavra Keshet, além de arco-íris, também é usada para se referir a uma das armas mais populares do mundo antigo (arco e flecha). Em vários momentos do Antigo Testamento, a escritura trata o arco como uma arma da justica de Deus:

"Se eles não se arrependerem, Deus afiará sua espada; armará seu arco para disparar" (Salmos 7:12)

"[Deus] Preparou seu arco e me fez alvo de suas flechas. As flechas que ele atirou entraram fundo em meu coração." (Lamentações 3:12,13)

E se Deus não destruiria mais o mundo por causa dos pecados do homem, isso queria dizer que Ele passaria então a tolerar a maldade humana? De modo algum! Mas o arco que Deus virou contra os homens, agora estava virado para o céu, e não mais para a terra. 

Alguns versos antes (Gênesis 9:4), Deus fala contra o derramamento de sangue humano e animal, e no verso 14 ele usa um símbolo de uma arma criada justamente para derramar sangue. Porque certamente agora o sangue derramado não seria de um homem ou animal, mas do próprio Deus-Filho. E por isso o símbolo dessa nova aliança é uma arma apontada para o céu. O símbolo da nova aliança é a morte de Jesus Cristo sob a ira de Deus. O arco justiça de Deus agora esta apontado para Aquele que desde o principio habitava no céus. Portanto, o Deus Criador projetou até as leis da física de refração da luz pelas gotículas de água de modo que mesmo estas antecipassem a mensagem do evangelho, inscrevendo nos céus um arco apontado para cima, não mais na direção dos homens para castigá-los, mas na direção do próprio Deus que receberia o castigo em nosso lugar. 

Trazendo para os nossos dias, talvez soaria algo parecido com isso: "Quando eu trouxer chuva sobre o mundo e a minha Justiça demandar destrui-los novamente como no diluvio, então colocarei a minha arma apontada para o céus, e me lembrarei de não destruir vocês novamente". O arco-íris nos lembra que Deus não deixou os nossos pecados impune, mas Ele puniu seu próprio Filho para que não precisasse mais nos punir.

Não creio que nosso mundo hoje seja melhor do que o mundo condenado nas águas do dilúvio. Se o mundo antigo foi destruído como um memorial da justiça de Deus, o nosso mundo atual permanece como um memorial da Sua paciência e misericórdia. Se Deus ainda não nos destruiu, não é porque somos bons ou melhores que aqueles homens do diluvio, mas é porque há graça represando a ira do Deus infinitamente justo.

2 mil anos atrás no Calvário, todas as flechas represadas do julgamento passado e futuro foram disparadas na carne de Jesus Cristo, a ira acumulada do Juízo foi despejada enquanto Jesus estava pendurado naquela cruz. Jesus recebeu ali dilúvio após dilúvio, juízo após juízo, castigo após castigo em Sua própria alma, a Bíblia nos diz que Deus esmagou Jesus na cruz (Isaías 53:10). Cada pecado que você cometeu na sua vida, cada pecado que eu cometi na minha vida... a punição e dor de todos nossos pecados caíram de uma só vez em Jesus, recebendo no nosso lugar a ira do Deus Todo Poderoso. Aquele era para ser seu diluvio, era pra ser você ali, mas por sua causa e por amor a você, Deus apontou seu arco contra Jesus.

Toda vez que você ver o arco da aliança nos céus, lembre-se do que ele significa e seja grato por tamanho amor.


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domingo, 16 de agosto de 2020

Usando o Dinheiro para Glorificar a Deus - MultipliqueOn Podcast

O MultipliqueOn é um programa que visa fortalecer a troca de experiências entre lideranças cristãs com o foco no trabalho com as novas gerações. É promovido pelo Ministério com a Igreja Local da Palavra da Vida. Fui convidado pra uma conversa com o pessoal do MultipliqueOn, e o tema era "Usando o Dinheiro para Glorificar a Deus".


14:12 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 8: Saindo da Arca

Um vento impetuoso:

“E lembrou-se Deus[Elohym] de Noé, e de todos os seres viventes, e de todo o gado que estavam com ele na arca; e Deus fez passar um vento sobre a terra, e aquietaram-se as águas.” (Gênesis 8:1)

O nome usado para Deus nesta passagem é אֱלֹהִים (Elohym) no texto em hebraico. Aqui, a conotação desse nome é “Deus de Justiça”. O Deus que é infinitamente justo e que puniu a humanidade, também é rico em misericórdia não se esqueceu de Noé e de sua família. 
A palavra hebraica para "lembrou" quando se refere a Deus significa um ato que é feito com base num compromisso anterior (Gn 9.15; Gn 19.29; Gn 30.22; Ex 2.24; Ex 6.5; Lc 1.72-73).
Um vento vem anunciar o período da Graça, uma cena muito parecida com o Pentecostes. No Pentecostes, "veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa" (Atos 2:2), era a ação do Espirito Santo anunciando o fim do Juízo de Deus sobre os eleitos, porque este juízo aconteceu na cruz e a justiça de Deus foi ali satisfeita. Eis ai então, o período da Graça. Em Gênesis 8 vemos um texto paralelo onde Deus também "lembrou-se" (não que Ele jamais tivesse se esquecido) da sua aliança, da promessa que havia feito com a raça humana de redenção pela semente da mulher. O fim do juízo foi anunciado com um vento vindo dos céus. Deus soprou o fôlego de vida em Adão, e agora ao recriar e regenerar sua criação caída e corrompida, Ele sopra o Espírito Santo.


A pomba e o ramo de oliveira

“E aconteceu que ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela da arca que tinha feito. E soltou um corvo, que saiu, indo e voltando, até que as águas se secaram de sobre a terra.” (Gênesis 8:6-7)

Quarenta dias na Bíblia sempre representa a introdução de uma nova era, assim foi com Noé, Moisés (Ex 24.18), Elias (1Rs 19.8) e claro com Jesus (At 1.3).

Noé solta um corvo. O corvo na literatura rabínica ou mesmo na literatura ocidental representa coisas ruins, o livro Be’er Mayim Hayim aponta que a palavra עורב ´orev “corvo” em hebraico é escrita com as letras ע ayin ר resh ב bet , as mesmas letras que, se dispostas de forma reversa, se escreve ברע b’ra “Mal”. Mas isso não quer dizer que na época de Noé existia essa associação, é possível que essa associação tenha acontecido posteriormente e em razão do relato de Noé. Afinal, o corvo poderia enfrentar uma possível tempestade, alimentar-se dos cadáveres, e sendo um pássaro mais forte poderia cobrir uma distância maior, o corvo era um candidato adequado para ser a primeira criatura a ser enviada por Noé para fora da arca. Apesar de sua capacidade e de ser um pássaro poderoso, não foi o corvo que trouxe a boa noticia.

No caso do corvo, é dito que Noé o soltou, e que ele permaneceu voando, indo e voltando. Já no caso da pomba o texto adiciona um expressão que em hebraico é mei’ito מֵאִתּוֹ , e literalmente traduzindo teremos que Noé enviou a pomba “dele mesmo”, (uma expressão idiomática difícil de traduzir). O leitor, em hebraico, tem a impressão de que Noé tinha uma proximidade maior com esse pássaro, como se a pomba fosse seu animal de estimação. Aquele que prefigura Cristo (Noé) envia de si mesmo o que seria conhecido como um simbolo do Espirito de Cristo.

O ramo de oliveira tem sido um símbolo de paz e também um simbolo do próprio povo de Deus. O povo de Deus na visão do profeta Zacarias era representado por duas oliveiras (No antigo testamento sendo Israel e no novo testamento sendo a igreja). No comentário do capitulo 3 de Gênesis, falei que na cultura judaica era bem comum metáforas entre pessoas e árvores. 

Humanamente falando era impossível que qualquer árvore sobrevivesse a um dilúvio dessas proporções, mas Deus em sua providencia faz com que mesmo diante do Seu Juízo, a Oliveira sobreviva. Apenas a árvore que simboliza a igreja de Cristo não foi destruída no juízo de Deus. Vemos simbolicamente outra coisa interessante: No comentário de Gênesis 6, eu explico porque Noé simbolizava Jesus. A pomba simboliza o Espirito Santo. E a Oliveira simboliza a igreja. O interessante é que é justamente o papel do Espirito Santo trazer os eleitos para Cristo. Nenhum homem foi para Cristo, se não fosse a atuação direta do Espirito Santo em seus corações.

Então temos simbolicamente, a pomba mostrando que Deus declarou paz com a humanidade depois que o dilúvio já tinha purificado a terra de sua maldade. A pomba representava o Seu Espírito trazendo a boa notícia da reconciliação entre Deus e o homem. Do mesmo modo, o Espírito Santo aparece como uma pomba no batismo de Jesus, pois ali estava o Salvador trazendo paz para a humanidade através de Seu sacrifício.

Em Noé foi apenas uma reconciliação temporária, porque a reconciliação espiritual eterna com Deus só vem de modo completo através de Jesus Cristo.

"Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo" (Romanos 5:1)

 

Admirável Mundo Novo

Noé e sua família são chamados por Deus para fora e saem da arca, um novo mundo espera por eles. Um mundo diferente, um mundo (em parte) remido e (em parte) livre do pecado. Noé e sua família prefiguram a nova humanidade que prevalecerá sobre o mal, a humanidade que não será alvo do juízo de Deus, mas alvo da Sua misericórdia e amor. Como não olhar para Noé saindo da Arca com sua família e não se lembrar de Apocalipse 21? O paralelismo é impressionante:

"Então vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia. [...] Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: "Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou". Aquele que estava assentado no trono disse: "Estou fazendo novas todas as coisas" (Apocalipse 21:1-5)

O holocausto da Graça

Ao sair da arca, Noé levanta um altar ao Senhor, oferecendo os animais considerados "puros"/"limpos". Um simbolo do sacrifício perfeito e puro que Jesus Cristo ofereceria entregando a si mesmo em nosso lugar. Fica evidente de que existia um sistema sacrificial implícito, a lei de Deus era de algum modo conhecida de Noé mesmo antes de ser revelada a Moisés. Deus recebe aquele sacrifício de Noé e diz que nunca mais vai destruir a terra. Deus sabia que o homem pecaria novamente, mas por causa do sacrifício de Noé usaria de misericórdia. Trata-se de um protótipo do sistema sacrificial mosaico, que por sua vez aponta para algo ainda maior que é o Sumo Sacerdote Jesus Cristo. Ao aspirar o cheiro suave do sacrifício, a ira de Deus contra os pecados foi aplacada, prefigurando a morte de Cristo na cruz. 

"Todavia, ao Senhor agradou moê-lo" - (Isaías 53:10).


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segunda-feira, 20 de julho de 2020

domingo, 19 de julho de 2020

WORSHIP MATTER (com Stênio Marcius) - Podcast Rolê Reformado #02


Você vai ver nessa edição: O que é adoração cristã, qual a diferença entre louvor e adoração, forma x conteúdo, como apresentar um louvor que agrade a Deus, beleza é subjetiva ou objetiva?, a poesia e estética no culto e a  essência do culto cristão. Nesse bate papo, contamos com a presença ilustre do cantor e compositor Stênio Marcius, e do presbítero Mauro Cáceres. Vem com a gente, que hoje o podcast tá sabor de mel...LoL :)




Créditos da imagem: 
@andrekojitanaka

quarta-feira, 3 de junho de 2020

A ERA DA PÓS-VERDADE - Podcast Rolê Reformado #01


Fala galera, blz?
No ar a primeira edição do podcast Rolê Reformado, um podcast da juventude da Igreja Presbiteriana de São Caetano do Sul. Está imperdível.
O tema de hoje é sobre a pós-verdade, um dos fundamentos do pós-modernismo, discutiremos as consequências de se abrir mão dos valores absolutos e de verdades objetivas e factuais.

Verdade ou fake news?
O que é a verdade?
Podemos percebê-la?
O cristianismo tem a verdade?
Isso e muito mais no episódio de hoje.

Nossos podcasts estão disponível no Spotify, Itunes, deezer e outros.

sábado, 2 de maio de 2020

22:23 - 1 comment

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 7: A Arca de Noé e o batismo nas águas do Dilúvio


Muita coisa tem sido pesquisada e descoberta ao longo dos anos sobre o dilúvio relatado em Gênesis  7, isso porque relatos parecidos aparecem em outros documentos do mundo antigo, em diversas civilizações existem evidências de um dilúvio de grandes proporções que teria inundado todo o mundo antigo ou boa parte dele, além das recentes descobertas na geologia. Mas o que esses relatos tem a ver com Jesus?

Em Gênesis 6:3, Deus marcou a data do Seu juízo que seria após 120 anos, que foi o tempo que Noé demoraria para construir a arca. Deus então ordena que Noé e sua família entrem na arca, e coloquem todos os animais juntamente na arca.

A salvação e preservação da família de Noé é um protótipo da salvação de Deus para sua igreja (a família de Cristo) no Juízo final.
Assim como Noé recebeu uma missão de Deus associada ao dilúvio, Deus também deu uma missão para a igreja associada ao fim e ao Juízo Final, na data predeterminada que somente Ele conhece:
"E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim." (Mateus 24:14)
Não acredito com isso que o Dia do Juízo esteja de alguma forma subordinado ao trabalho da igreja, mas que o trabalho da igreja seguirá o cronograma que Deus pré-determinou. A mesma coisa com Noé.

Um ponto que também me chama a atenção é na brevidade e iminência dos eventos finais: Noé teve 120 anos para construir a arca, e quando terminou os 120 anos, Deus deu apenas 7 dias para Noé entrar na arca, e todo o juízo durou 40 dias. Sobre essa brevidade comparativa dos dias que antecedem o juízo de Deus, eu me recordo do texto de Daniel capitulo 9 e dos textos de apocalipse  11 e 12 que tratam os "últimos dias" como um período de outros 7 períodos (simbolizado como 1 semana em Daniel 9:27 e 7 anos em Apocalipse 11.2, 12.6-14).

Quanto aos 7 "últimos dias" de Apocalipse/Daniel, não me parece que sejam necessariamente anos ou dias literais, pois não parece ter sido a intenção do autor marcar os tempos (uma vez que somente Deus conhece), mas tratar a brevidade e iminência do Juízo que se aproxima, de forma semelhante ao que Isaías disse: "apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus" (Isaías 61:2). Deus tem dado chances para as pessoas durante um grande período (que Isaías compara com um ano aceitável) de se arrependerem dos seus pecados e se voltarem pra Deus, mas no final desse período de misericórdia haverá de forma breve e imediata a execução do Juízo de Deus (que ele chama de Dia da Vingança). Pois o mesmo Deus que é rico em misericórdia, e tardio em irar-se, também nos demonstra que é plenamente rico em exercer justiça e vingará com excelência toda injustiça que os homens cometerem.

Algumas pessoas tem dificuldade de entender isso, e talvez até julguem o próprio Deus em seus corações como se fossem tão justas e santas que podem pesar Deus em suas balanças de justiça. Até se dizem cristãos, mas criam em suas mentes um Deus que não é o Deus da Escritura, embora elas se chamem de cristãos. Você chamar um ídolo de Jesus não muda o fato de ser apenas um ídolo, e não o Cristo verdadeiro que você adora.
Um dos falsos profetas desse tempo, disse alguns dias atrás que "precisamos de Jesus, não da Bíblia". Ou seja, ele quer liberdade para fabricar um Jesus que seja a imagem e semelhança dele. Não o Jesus verdadeiro revelado na Escritura, mas um "Jesus" produzido pela imaginação fértil dele. Se cada um pode criar sua versão de Jesus, de acordo com seu próprio senso de Justiça e moral, haverá 7 bilhões de Cristos, 1 para cada mente, e todos falsos. As vezes, a idolatria é bem sutil.
Um Deus que é apenas amor, ou apenas vingador são visões deturpadas Dele. O Deus que a Bíblia nos apresenta não é uma Hello Kitty como os libertinos querem fazer parecer, nem um velho impiedoso e rabugento dando ordens como os moralistas tentam fazer parecer. O Deus da Bíblia é infinitamente Santo, infinitamente Justo, odeia absolutamente tanto pecado como quem o comete, mas também é infinitamente misericordioso e amoroso e providenciou um caminho de retorno para Ele. Ele concilia em si mesmo, de modo perfeito, tanto Amor quanto Justiça.

Tenho um amigo ateu que me questionou sobre o dilúvio, pois ele considerava injusto e alegou que Deus era mau por matar as pessoas daquela forma. Dei 3 argumentos para Ele:
Primeiro: Quem somos nós para questionar o Juízo de Deus? Ainda que você não concorde, o que pode fazer a respeito? Mesmo você no auge da sua sabedoria dos seus 20 e poucos anos, seria como um bebê resmungando diante de um Pai Eterno, que tem Todo o Poder e conhece coisa das quais você sequer imagina que existam, e contra quem você não conseguiria fazer nada. Nem mesmo resmungar contra Ele você conseguiria se Ele não permitisse.  
Segundo: Decida-se, Deus é mau por permitir o mau no mundo ou Deus é mau pelo Diluvio? Por qual destes você vai acusá-lo? (Ou seja, se Deus permite o mau no mundo, Ele é acusado de ser mau, mas quando Ele impede o mau é acusado de ser mau também). 
Terceiro: Eu não posso tirar sua vida porque ela não me pertence. Pelo mesmo motivo, se você tentar se matar eu vou tentar impedir, porque você não é dono da sua vida. Caso contrário, suicídio seria um direito. Somente Deus pode dar e tirar a vida porque é Dele. Ele faz e desfaz a hora que quiser, e isso não o torna injusto, porque é propriedade Dele.
A Escritura revela que Noé pregava para aquele homens, mas não deram crédito a sua pregação e não se arrependeram dos seus pecados:
"E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa, o pregoeiro da justiça, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios" (2 Pedro 2.5)
Assim como nos dias de Noé, o Juízo do Deus infinitamente Santo se aproxima, seja pela nossa morte ou pela volta de Cristo. Nenhum pecado ficará impune nesse Dia.
"Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem. Pois nos dias anteriores ao dilúvio, o povo vivia comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca; e eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem." (Mateus 24:37-39)
Em Gênesis 6, Cristo é representado por Noé. Agora em Gênesis 7, Cristo também é representado pela própria arca. Existe uma arca nos nossos dias, quem estiver dentro dessa arca passará pelo juízo de Deus sem sofrer danos, não experimentarão a morte eterna, e nem serão condenados ao tormento porque Cristo já sofreu e bebeu todo o cálice da ira de Deus no seu lugar, ele passou por toda a tempestade do juízo para nos poupar.
Jesus é a nossa arca. E se Jesus é nossa salvação na maior e mais terrível de todas as tempestades, certamente Ele é também salvação de qualquer outra tempestade que possamos passar na vida.

E conforme Pedro fala em sua carta, para os ímpios o dilúvio foi juízo, mas para os que creram na Palavra de Deus simbolizou a grande salvação de Deus, que por meio da arca, Deus providenciou o salvamento físico de Noé e sua família, e os sustentou durante o diluvio. Tal cena prefigurava as águas do batismo, uma vez que as águas do batismo significam ao mesmo tempo tanto o julgamento sobre o pecado na morte de Cristo quanto a renovação da vida:
"àqueles que, muito tempo atrás, desobedeceram a Deus quando ele esperou pacientemente enquanto Noé construía sua embarcação. Apenas oito pessoas foram salvas por meio da água do dilúvio, e aquela água simboliza o batismo que agora os salva, não pela remoção da sujeira do corpo, mas porque no batismo vocês declaram ter boa consciência diante de Deus. Ela é eficaz por meio da ressurreição de Jesus Cristo. (1 Pedro 3:20,21)
Assim como o próprio Deus selou a arca, fechando sua porta. Um dia as portas da Graça serão fechadas, e depois disso não haverá mais misericórdia ou tempo para arrependimento. O tempo de se arrepender dos seus pecados e crer em Jesus Cristo é agora. Entre nessa arca, porque uma tempestade ainda maior do que a dos tempos de Noé se aproxima, e a arca já foi construída a dois mil anos pelo melhor dos carpinteiros, e essa arca é Ele próprio.
"Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto" (Isaías 55:6)


sexta-feira, 1 de maio de 2020

terça-feira, 21 de abril de 2020

12:35 - 2 comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 6: O Noé de Noé


Em Gênesis 6, Deus promete julgar e destruir a terra, pois "O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal" (Gênesis 6:5).

A imagem do pecado se alastrou por toda a terra, e os homens se aperfeiçoaram no pecado. A depravação era interna, habitual e contínua. O homem, antes criado para refletir a imagem de Deus, agora  refletia exatamente o oposto por meio de atitudes, intenções, palavras e pensamentos. Não havia nada de bom neles. Suas inclinações e vontades eram cada vez mais distantes da vontade do Senhor. Deus foi esquecido e suas determinações desafiadas.
Deus teria que aplicar a sua justiça sobre eles. E o sentimento de tristeza que Deus experimenta em relação a isso é tão profundo que chega a ser comparado com um homem que se arrepende.
Disse o Senhor: "Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, os homens e também os animais grandes, os animais pequenos e as aves do céu. Arrependo-me de havê-los feito". (Gênesis 6:7)
Deus não se arrepende (Números 23:19), mas aqui é usada uma figura de linguagem, para que entendêssemos o tamanho do desapontamento (que também não me parece um palavra ideal) que Deus sentiu. Aqui Deus esta tentando explicar em linguagem humana um sentimento que não é humano, é preciso uma abstração. Por isso, algumas traduções, entendem que seria melhor traduzir como "Porque estou bem triste de os ter feito", seria isso só que mais profundo. Literalmente, fala de suspirar devido à dor profunda. Deus experimentou tristeza que Lhe feriu o coração quando olhou para a condição deplorável dos homens.

O que um Deus justo faz com aqueles que não são justos? O que um juiz justo faz com um criminoso diante do seu tribunal? O que um policial muito bom faz com um homem ruim que viola as leis? Deixaria ele esse homem impune? Claro que não.
Então, o que um Deus bom faz com quem não é bom?

O Deus infinitamente Justo e Santo precisava condenar os pecadores. Ele poderia condenar a humanidade inteira, e ninguém jamais poderia acusá-lo de ser injusto por isso. Mas ele amou a humanidade, e isso explica a sua profunda dor e tristeza. 
"A Noé, porém, o Senhor mostrou benevolência. Esta é a história da família de Noé: Noé era homem justo, íntegro entre o povo da sua época; ele andava com Deus." (Gênesis 6:8,9)
Que sorte do mundo que existia pelo menos um homem justo, não é? Não, não foi sorte.

Deus havia prometido um Salvador, e Ele sendo justo e verdadeiro, Ele não falha com sua palavra. Para manter a promessa viva, Ele aplica sua misericórdia e graça sobre um homem. Um homem que era justo em relação aos homens daquela época, mas não necessariamente justo em relação a Deus, segundo os critérios altíssimos de Deus. Noé era o mais justo, mas se foi necessário Noé encontrar misericórdia do Senhor, concluímos que Noé não era inteiramente perfeito, pois nesse caso a mera justiça seria suficiente. Mas misericórdia do Senhor encontrou e decidiu salvar Noé. 

Que diremos pois? Existiu injustiça da parte de Deus? De modo algum.
Deus seria justo inclusive se condenasse Noé juntamente com toda a humanidade, mas Ele decide aplicar misericórdia sobre esse homem mediante a um pagamento superior (que veremos adiante). Deus seria injusto se ele condenasse homens que mereciam ser salvos, mas como ninguém merecia ser salvo, ninguém pode o acusar de ser injusto. Ao punir o mundo, Ele apenas esta dando o que os homens merecem, nada além disso. Para uns Deus aplicou justiça, para outros Deus aplicou misericórdia, mas com ninguém Ele aplicou injustiça.

Percebemos então, que foi a Graça de Deus que providenciou esse homem justo sobre a terra. Noé era justo porque foi justificado/perdoado. 

Deus ordena Noé criar uma arca e colocar sua família lá com vários animais para salvar a criação, porque enviaria o Seu juízo em forma de um dilúvio sobre toda a Terra. Repare que a família de Noé foi poupada do juízo de Deus por causa da justiça de Noé, e não deles.

Noé representa e aponta para Cristo Jesus, que foi o único em toda a historia humana que foi justo e perfeito diante de Deus, e por causa da Sua justiça aqueles que foram adotados por Ele serão poupados do Juízo de Deus que será derramado sobre todos os homens.
Cristo é o Noé perfeito, o verdadeiro justo providenciado por Deus, escolhido da linhagem de Eva para salvar o mundo.
Cristo é o Noé perfeito pois não era apenas um justo, mas a própria definição de Justiça. 
Cristo é o Noé perfeito pois obedeceu a ordem do Senhor com perfeição, e construiu com suas mãos o meio para nossa salvação.
Cristo é o Noé perfeito, porque é o verdadeiro descanso para os que creem. (Noé do hebraico: נח, significa "descanso, alívio, conforto").
Cristo é o Noé perfeito porque enquanto a Bíblia diz que Noé tinha intimidade e andava com Deus, nos revela que Cristo sendo o unigênito de Deus, é aquele que tem perfeita intimidade com o Pai.
Cristo é o Noé perfeito porque no dilúvio para salvar um homem Deus condenou o mundo, mas no calvário Deus condena um homem para salvar o mundo.
Cristo é o Noé perfeito porque Deus só poderia perdoar e justificar Noé mediante um pagamento de resgate, e esse pagamento veio milhares de anos depois na cruz do calvário. Sem o sacrifício atemporal de Cristo (O cordeiro foi morto desde a fundação do mundo - Ap. 13.8), não haveria graça, e Noé teria sido juntamente condenado nas águas do diluvio. Cristo é o Noé de Noé.

Que o Espirito Santo te revele o Deus que amou pecadores que o odiaram e viviam em completa desobediência das suas leis. O Deus que sentiu profunda tristeza por eles e que por amor, sem abrir mão da Sua Justiça, providenciou o Salvador do mundo; que é Jesus Cristo.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

20:11 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 5: A Linhagem do Rei


No capítulo anterior vimos que Deus prometeu um Salvador a Adão e a Eva. Surgiria duas descendências: A do Salvador e a da serpente. Adão e Eva tem imediatamente dois filhos, mas Caim (descendência da serpente) mata Abel (descendência que seria messiânica). O capitulo anterior termina com o nascimento de Sete, que dará continuidade a linhagem da qual nascerá Jesus Cristo.
Embora o contexto imediato para o nome do filho de Adão ser Sete (que quer dizer "substituto") seria por conta da morte de Abel e esse seria o filho "substituto", mas é interessante observar que o Messias prometido por meio dessa linhagem vem exatamente para substituir e tomar a culpa pelo pecado em nosso lugar. Existe um Sete perfeito, que é Cristo.
"Viveu Adão cento e trinta anos e gerou um filho à sua semelhança e conforme a sua imagem e chamou-lhe Sete” (Gn. 5:3)
Nessa frase não consigo deixar de notar: que Adão foi criado à imagem de Deus; e Sete foi criado à imagem de Adão. Da pra notar que autor quis dar um tom de continuidade na linhagem que começa em Deus e termina no Messias. Tal relação de continuidade não foi aplicada a linhagem de Caim ou nenhuma outra.

Claro que depois do pecado, a imagem de Adão que foi transmitida a seu filho já não era como no principio (antes do pecado). A imagem de Adão era de alguma forma diferente nesse momento, uma imagem em certo nível já corrompida pelo pecado e mortal. E foi essa imagem que ele transmitiu.
Cada pessoa na genealogia que se segue teve vários filhos e filhas, mas apenas um deles é mencionado. A narrativa vai ignorando todos os outros descendentes e se mantém naquela linhagem do Messias. Na leitura dessa genealogia o texto destaca essa questão da morte, em todos os casos (menos Enoque, como veremos adiante), o texto segue descrevendo as genealogias dizendo que um gerou outro, viveu x anos e morreu. A morte realmente havia entrado no mundo e afetado a todos, mesmo a linhagem real. Se cumprindo o que Deus havia predito pra Adão que "ao pó voltarás". Desde o pecado, a vida humana não passa de uma morte gradual, uma execução demorada.

Apesar desse aspecto, vemos algo diferente nessa genealogia quando comparado com a genealogia de Caim (no capitulo anterior), na genealogia de Sete vemos para além dessa fragilidade da condição humana, ou mesmo do fato de serem menos poderosos e numerosos que os filhos de Caim, mas percebemos a dependência de Deus e o carinho de Deus com as pessoas dessa linhagem de Sete:

Sete tem um filho, e o chama de Enos. O nome Enos significa "fraco, frágil e mortal". Porque dariam esse nome para uma criança? Haviam se dado conta da fragilidade humana, da nossa miséria fora do jardim e da iminência da morte? Embora pudesse também ser algo ligado ao momento do nascimento (essa hipótese também me parece boa), mas mesmo nos nossos dias somente quando o individuo se percebe totalmente fraco e incapaz é quando geralmente se lembra de Deus. Talvez seja por isso que o autor faz questão de mencionar que foi no período do nascimento de Enos que começou-se a invocar o nome do Senhor:
"Também a Sete nasceu um filho, a quem deu o nome de Enos. Nessa época começou-se a invocar o nome do Senhor." (Gênesis 4:26)
O próximo descendente da linhagem que Jesus tomou pra si é Cainã (esse nome significa "possessão" ou "aquele que adquire").
O próximo descendente da linhagem Daquele que é o esplendor da Glória do Pai é Maalalel (que significa "Glória de Deus, Louvor de Deus").
O próximo descendente da linhagem Daquele que desceu da Sua Glória é Jerede (do verbo yaradh, significa descerá).
O próximo descendente da linhagem Daquele que é a Palavra de Deus é Enoque (que significa instrução).

A mais antiga profecia registrada da segunda vinda do Messias foi escrita por Enoque (registrado no livro de Judas, no Novo Testamento - Judas 14,15):
"E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele."  Jd 14-15

A Bíblia nos conta que Enoque não passou pela morte, Deus o tomou para si sem que ele passasse pela morte. Sendo assim, um dos dois homens em toda a Bíblia que não passaram pela morte (o outro é Elias). Com isso aprendemos que apesar da morte ter entrado no mundo e ter domínio sobre todos os homens, ela ainda estava debaixo do domínio de Deus. Ou seja, uma vez que o pecado atingiu você, "certamente morrerás" (Gênesis 2:17)... a menos que a Graça de Deus interfira anulando a morte. Nos aponta também para o herdeiro de Enoque, Cristo, que tem total poder sobre a morte:
"Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?" O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a Lei. Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. (1 Coríntios 15:55-56)
O próximo descendente da linhagem Daquele que derramou seu sangue na cruz é Matusalém (que significa "Quando ele morrer haverá derramamento"). Claro que o sentido imediato da profecia aqui seria o derramamento do dilúvio, uma vez que Matusalém morreu imediatamente antes do dilúvio, mas talvez haja um sentido escatológico apontando pro grande juízo sobre o Cristo.

O próximo descendente da linhagem Daquele que Isaías chamou de servo sofredor é Lameque (que significa aflito ou desesperado, sem esperança)..
E o próximo descendente da linhagem de Cristo é Noé (que significa "trazer descanso e conforto").
Por fim, temos:

Hebraico

Português

AdãoHomem
SeteSubstituto
EnosFraco, frágil e mortal
Cainãaquele que adquire, possessão
MaalalelA Glória de Deus
JeredeDescerá
EnoqueEnsinar / Instrução
MatusalémSua morte trará derramamento 
Lamequeaflito, desesperado, sem esperança
NoéDescanso e conforto

Para ser honesto, não estou completamente certo do que os nomes significam, e se significam algo, ou se trata-se de coincidências uma vez que esses nomes eram comuns dentro da cultura judaica. Mas é interessante como alguns desses nomes parecem apontar para o Cristo, embora me pareça curioso, acho difícil bater o martelo nessa questão que não esta tão clara no texto e envolve certo grau de subjetividade.

Agora, existe uma expectativa de Lameque no nascimento de Noé, de que aquele menino que nasceu traria esperança de dias melhores, porque Lameque já estava cansado do mundo de pecado e sofrimento fora do Jardim do Éden. Claramente Noé aparece aqui como um simbolo de Cristo. Veremos mais sobre essa comparação entre Noé e Jesus nos próximos capítulos.

Mas sabe o que é mais incrível? Para nós que éramos da linhagem da serpente, filhos da ira, vivíamos longe de Deus, afogados em nossos pecados contra Deus, não tínhamos esperança... mas Deus pelo grande amor com que nos amou nos torna em Cristo, filhos Dele. Aqueles que não mereciam nem passar perto do palácio de Deus, agora enxertados em Jesus, são adotados pela Sua compaixão. Agora somos filhos. Fomos incluídos na família de Jesus. E nos tornamos filhos de Deus. Se somos seus filhos, então somos seus herdeiros e, portanto, co-herdeiros com Cristo:
"Jesus tinha cerca de trinta anos de idade quando começou seu ministério. Ele era, como se pensava, filho de José, filho de Eli, filho de Matate, filho de Levi, filho de Melqui, filho de Janai, filho de José,
filho de Matatias, filho de Amós, filho de Naum, filho de Esli, filho de Nagai,
filho de Maate, filho de Matatias, filho de Semei, filho de Joseque, filho de Jodá,
filho de Joanã, filho de Ressa, filho de Zorobabel, filho de Salatiel, filho de Neri,
filho de Melqui, filho de Adi, filho de Cosã, filho de Elmadã, filho de Er,
filho de Josué, filho de Eliézer, filho de Jorim, filho de Matate, filho de Levi,
filho de Simeão, filho de Judá, filho de José, filho de Jonã, filho de Eliaquim,
filho de Meleá, filho de Mená, filho de Matatá, filho de Natã, filho de Davi,
filho de Jessé, filho de Obede, filho de Boaz, filho de Salmom, filho de Naassom,
filho de Aminadabe, filho de Ram, filho de Esrom, filho de Perez, filho de Judá,
filho de Jacó, filho de Isaque, filho de Abraão, filho de Terá, filho de Naor,
filho de Serugue, filho de Ragaú, filho de Faleque, filho de Éber, filho de Salá,
filho de Cainã, filho de Arfaxade, filho de Sem, filho de Noé, filho de Lameque,filho de Matusalém, filho de Enoque, filho de Jarede, filho de Maalaleel, filho de Cainã,filho de Enos, filho de Sete, filho de Adão, filho de Deus."
(Lucas 3:23-38) 

domingo, 29 de março de 2020

10:14 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 4: O Sangue que Clama

No capitulo anterior Deus diz:
"Então o Senhor Deus disse à serpente: [...] Farei que haja inimizade entre você e a mulher, e entre a sua descendência e o descendente dela. Ele lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”. (Gênesis 3:15)
Deus disse que haveria duas descendências, e que haveria inimizade de uma contra a outra. Uma linhagem santa que carregaria a promessa e as bençãos de Deus (de onde viria o Cristo que esmagaria a serpente), e a outra linhagem profana que levaria a maldição e o castigo de Deus. Adão e Eva na sequência tem dois filhos; Abel e Caim. Abel representando a linhagem da mulher e Caim a linhagem da serpente. Abel nos é apresentado como um simbolo de Jesus, aquele que apresentou um sacrifício agradável e aceitável diante de Deus. Caim por outro lado, aparentemente não apresentou algo compatível com a santidade de Deus. Caim se ira, e a resposta de Deus é marcante:
O Senhor disse a Caim: "Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto? Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo" (Gênesis 4:6,7)
Caim não deu ouvido ao Senhor, e atacou seu irmão e o matou. Aparentemente a profecia de Deus estava acontecendo ao contrário, a descendência da serpente parecia ter destruído por completo a semente da mulher.
"Então o Senhor perguntou a Caim: "Onde está seu irmão Abel? " Respondeu ele: "Não sei; sou eu o responsável por meu irmão? " Disse o Senhor: "O que foi que você fez? Escute! Da terra o sangue do seu irmão está clamando." (Gênesis 4:9,10)
Deus usando de misericórdia, coloca uma proteção sobre Caim, e promete punir sete vezes mais quem matasse a Caim. A Bíblia diz que Caim afastou-se da presença do Senhor e foi viver na terra de Node, a leste do Éden. Ele cria uma cidade, talvez por desacreditar da proteção de Deus. O nome Caim significa lança. A descendência de Caim possui homens conhecidos por trabalhar com ferramentas de metal, e também por praticarem a poligamia e a violência (Gênesis 4:17-24). A violência apenas aumenta na descendência de Caim, o pecado parece ir tomando dimensões cada vez maiores:

"Um dia Lameque disse às suas mulheres: Ouçam-me com atenção: Eu matei um homem, um jovem, por me ter atacado e ferido. Se na verdade quem matar Caim será castigado sete vezes mais do que ele foi, então quem me matar a mim, para se vingar, será setenta e sete vezes mais castigado." (Gênesis 4:23)

Não sei se Lameque (da quinta geração de Caim) disse isso como quem se vangloria de ser mais assassino que Caim ou em tom de arrependimento,


O Deus rico em perdoar:Vemos no livro de Hebreus 12:24, que nos diz que o sangue de Jesus fala melhor (ou mais alto) do que o sangue de Abel. Em Gênesis 2, falamos que Jesus era um Adão melhor e perfeito. Mas em Gênesis 4, Jesus aparece como um Abel melhor e perfeito. Enquanto o sangue de Abel olha para cima e pede justiça, o sangue de Jesus olha para baixo e oferece misericórdia e perdão para os que o recebem. A voz que clama em favor da misericórdia fala mais alto sobretudo pelo valor Daquele que morreu.
Mesmo olhando para Caim e sua genealogia, vemos o quanto Deus foi gracioso mesmo com os filhos da perdição. Deus não faz acepção de pessoas, e por isso diz pra Caim que se ele fizesse o que era correto seria aceito igualmente (Gênesis 4:6). Mesmo Caim desobedecendo a Deus, e matando seu irmão, e posteriormente se afastando de Deus. Deus continuou sendo gracioso e prometeu proteger Caim. Possivelmente Jesus aproveitou a pergunta de Pedro para fazer uma referencia a Lameque:
Senhor, quantas vezes devo perdoar alguém que peca contra mim? Sete vezes?”. Jesus respondeu: “Não sete vezes, mas setenta vezes sete. Mateus 18:21,22 
Ainda que seus pecados sejam como os de Lameque, difíceis de perdoar, existe um sangue derramado na cruz do calvário que clama diante de Deus em seu favor. Ele é um Deus rico em perdoar.
O capitulo 4 termina contando que Adao e Eva tiveram mais um filho chamado Sete. E por meio de Sete, Deus deu continuidade a linhagem real do Messias.

*Clique aqui para conhecer a revelação de Jesus em outros capítulos da Bíblia

sábado, 28 de março de 2020

10:29 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 3: A Árvore da Vida e a primeira morte


Este talvez seja um dos capítulos mais tristes de toda a Bíblia. No último capítulo vimos sobre o primeiro casamento, de Adão e Eva, onde o "juiz de paz" foi o próprio Deus. Falamos sobre como isso aponta para o casamento futuro de Cristo e a sua igreja, e que portanto somos noiva de Cristo.
Neste capitulo, porém, essa noiva trai pela primeira vez o noivo. Tudo esta indo tão bem, mas aqui "acabou-se o que era doce".

Existem tantas lições nesse capitulo que facilmente daria pra fazer um livro bem grande apenas sobre esse capitulo. E vejo como uma forte evidencia de que o pecado de Adão e Eva é tão verdadeiro quanto o relato bíblico diz, é que milênios depois nós continuamos pecando de modo absurdamente parecido com eles, nossos pecados seguem a mesma ordem psicológica, a mesma forma de aproximação do mal, as mesmas intenções, etc. Não será meu foco aqui (mas você achará em outros estudos e pregações com certa abundancia por ai), mas olhando para os meus próprios pecados, eles seguem uma ordem quase que idêntica das experiências de Adão e Eva.


Jesus é a nossa Árvore da Vida:

"Eu sou a ressurreição
 e a Vida" (Jesus)
Deus criou Adão e Eva e colocou-os no lindo jardim onde havia tudo de que precisavam. Mas haviam duas árvores no meio do jardim. Uma árvore produzia vida e a outra, morte (no primeiro momento morte espiritual, e depois morte física também).
Na cultura judaica era bastante comum fazer comparativos entre pessoas e árvores. Vemos alguns exemplos na própria Bíblia: 

“Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem; e tudo quanto fizer prosperará” (Salmos 1:3)

"Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos” (Jó 14:7)

Fica claro nestes casos que os textos não estão sendo literais, nem se referindo a algum tipo de árvore real; a árvore é um comparativo ao homem, ou seja, todos os textos estão falando figurativamente do homem. E quando observamos atentamente os textos sobre a Árvore da Vida em contraste com os textos do Novo Testamento, e de maneira muito especial nos escritos de João, vemos com bastante clareza que a expressão Árvore da Vida na verdade é a representação de uma pessoa, neste caso, Jesus Cristo:

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a Vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25)
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a Vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão”. (João 10:27-28)

“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (João 14:6)

“Eu vim para que tenham Vida, e a tenham com abundância” (João 10:10)

“Respondeu-lhe pois Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens a palavra da Vida eterna” (João 6:68)

“E Jesus lhes disse: Eu sou o Pão da Vida: aquele que vem a mim não terá fome” (João 6:35)  

“Nele estava a Vida, e a Vida era a Luz dos homens” (João 1:4)

“E o testemunho é este: que Deus nos deu a Vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a Vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a Vida” ( I João 5:11-12)

Jesus é a Vida; Ele é quem produz vida. Ele é quem sustenta a Vida. Ele é quem da manutenção a Vida. Ele gera Vida; Nele está a Vida; Ele é a Fonte de Vida; Jesus é Vida agora, e na eternidade.
Deus é vida, e em toda narrativa bíblica encontraremos o conceito de morte associada ao distanciamento de Deus. Por exemplo, a condenação eterna no inferno é chamada em alguns momentos de morte eterna, justamente por implicar um afastamento eterno Daquele que é Vida.
Me pareceu apropriado falar de vida, no capitulo onde a morte entra no mundo.
Quando o homem entregou o seu coração ao pecado, ele passou da vida para a morte, mas quem recebe a Cristo como Senhor e Salvador passa da morte para a vida.
Árvore da Vida para nós, um fruto
doce para nós. Mas custou uma morte,
e teve gosto muito amargo para Jesus. 
"Mas o fato é que Cristo ressuscitou mesmo dos mortos e se tornou o primeiro entre milhões que um dia voltarão a viver! Tal como a morte apareceu neste mundo por causa daquilo que um homem (Adão) fez, assim também é por causa do que um outro Homem (Cristo) realizou que agora há a possibilidade da ressurreição da morte. Cada um de nós morre porque pertence à descendência pecadora de Adão. Mas todos os que estão ligados a Cristo voltarão de novo à vida. Contudo cada um na sua ordem: Cristo foi o primeiro a ressuscitar; e depois, quando ele voltar, todo o seu povo tornará a viver. Então virá o fim, em que Cristo entregará o reino a Deus, o Pai, tendo derrubado todos os domínios, autoridades e poderes. Porque Cristo reinará até que tenha derrotado todos os seus inimigos, incluindo o último, que será a morte." (1 Coríntios 15:20-26)
Nas palavras do teólogo João Calvino, a árvore da vida nos lembra que o homem “não vive por seu próprio poder, mas pela bondade de Deus; e que a vida não é um bem intrínseco, mas procede de Deus.” A árvore da vida simboliza o favor imerecido de algo não podemos conquistar com nossos próprios meios, um presente do Senhor que só pode ser recebido e apreciado com humildade e gratidão.


Jesus é quem cobre nossos pecados

Existe lições preciosíssimas nesse texto que não vou tratar aqui afim de manter o foco na revelação messiânica, mas recomendo um estudo posterior mais detalhado, porque nesse capitulo que começa nosso isolamento de Deus. Eva foi seduzida por satanás, que se apresentou a ela como uma serpente. A serpente seduz Eva para comer do fruto da árvore que Deus havia proibido. Eva por sua vez convence Adão a comer do fruto e dessa forma desobedecendo a Deus.

"Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si. Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim." (Gênesis 3:7,8)

Sabe o que é mais impressionante? É que milhares de anos depois, do outro lado do mundo, e continuamos agindo igualzinho Adão e Eva quando nós pecamos. Quando pecamos, nossa tendência natural é fugir de Deus, e também tentar resolver o problema do pecado pelos nossos próprios meios, do nosso próprio jeito. Adão e Eva tentaram resolver o problema fazendo roupas temporárias, porém insuficientes e ineficazes para cobrir a sua vergonha. Repare também que o homem se esconde de Deus, tudo que ele não quer é encontrar com Deus. Como diz Paulo "Não há ninguém que busque a Deus" (Romanos 3:11). Vemos aqui, o padrão que segue na conversão de qualquer pessoa, e que difere o Cristianismo de qualquer outra religião: Não é o homem que busca a Deus, Deus que busca o homem. A iniciativa é sempre de Deus. Paulo não teria se tornado cristão se Jesus não se revelasse a ele primeiro. Se você é um verdadeiro cristão, então você só foi a Deus, porque Deus te chamou. Você nunca teria escolhido Deus, se Ele não tivesse aberto os seus olhos antes. Você nunca teria escolhido a Deus, se o Senhor não tivesse te escolhido primeiro. Adão estava fugindo de Deus, mas Deus vai atrás de Adão para resgatá-lo:
"E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi." (Gênesis 3:9,10)
Adão tentou resolver o problema do pecado sozinho, mas em algum momento todos veriam a sua vergonha, no primeiro vento ou chuva estaria completamente nu novamente. Mesmo tentando se cobrir do seu jeito, diante da presença de Deus ambos se envergonharam. Folhas de figueira não são capazes de cobrir a nudez de alguém. A capacidade humana não foi suficiente. Adiante, os profetas irão nos mostrar que nossas pretensas boas obras e atitudes, nossa tentativa de performar bem diante de Deus, nosso impulso humano para tentar mostrar que não somos tao pecadores assim e que portanto merecemos o favor de Deus, são esforços inúteis. E um Deus infinitamente santo e justo, precisa executar a justiça, ou Ele deixa de ser justo e santo. Aqui aprendemos que não existe absolutamente nada que o homem pecador possa fazer para se aproximar de Deus, conforme diz Isaías que compara nossas boas atitudes como tentativas de esconder nossa imundícia (provavelmente lepra):
"Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam." (Isaías 64:6)
Então o próprio Deus faz um sacrifício, o primeiro derramamento de sangue, a doação de uma vida inocente em favor do culpado:
"Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu." (Gênesis 3:21)
Já viu isso em algum lugar? Seria necessário um sacrifício providenciado pelo próprio Deus para resolver o problema do pecado. A morte do inocente serviu para cobrir o pecador. Claro que o animal morto naquele momento não era suficiente para cobrir pecados (veja Hebreus 10), mas um simbolo de que o perdão de Adão e Eva estaria no sacrifício providenciado pelo próprio Deus.
Outra coisa muito interessante nesse capitulo, é que quando o Senhor declara o que haveria de acontecer no mundo agora que o pecado e a morte entraram, ele amaldiçoa a serpente (satanás), e promete que nasceria um descendente da mulher, que resolveria o problema do pecado e esmagaria satanás, mas que pra isso Ele seria ferido:
"Então o Senhor Deus disse à serpente: [...] Farei que haja inimizade entre você e a mulher, e entre a sua descendência e o descendente dela. Ele lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”. Gênesis 3:15
Caro leitor, vença os impulsos do seu coração corrompido pelo pecado que te levam a agir como Adão e Eva, apresente-se diante de Deus, e mesmo envergonhado e arrependido pelo que fez mostre a Ele a nudez da sua alma e confesse a Ele o seu pecado. Desista de tentar se redimir pela sua própria força, capacidade e boas ações. Deus matou um cordeiro, que é Jesus Cristo, para poder perdoar você sem deixar de ser Justo, e assim cobrir o seu pecado e apagar suas falhas:
"Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo." (1 João 2:1,2)
Embora seja um capitulo muito triste pelo pecado do homem, também é um capitulo que nos produz esperança de que pela obra de Deus é garantido o retorno à Árvore da Vida.


*Clique aqui para conhecer a revelação de Jesus em outros capítulos da Bíblia

domingo, 8 de março de 2020

21:58 - 1 comment

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 2 (Parte 3): O primeiro casamento

Na última parte, vimos que Adão foi criado perfeito, e criado para refletir a glória de Jesus. Adão, antes do pecado entrar no seu coração, sendo um ser perfeito quis ter alguém que fosse sua contrapartida.
Deus então deu para Adão uma esposa. O Eterno providenciou uma pessoa que o auxiliasse [hb. ‘ezer, auxiliadora] e correspondesse a ele, uma companheira verdadeiramente adequada, recíproca que o satisfaria de forma plena. De forma parecida, Deus criou a igreja para Jesus.

Claro que não é total e absoluta nenhuma analogia, e fique claro que por definição não podemos aplicar um simbolismo de Cristo de modo completo ao Cristo, senão seria muito mais do que apenas um simbolo, seria o próprio Cristo. Adão só é um simbolo de Cristo, porque apresenta virtudes únicas de Cristo, e limitações que nos lembram de que é apenas um simbolo e não o próprio Cristo.
Como exemplo: Adão sentiu-se sozinho. Seria improvável e até absurdo pensar que Jesus sendo Deus, totalmente ilimitado e pleno na própria Trindade desenvolveria tal sentimento.

Dito isso, podemos continuar:
Paralelamente, no capitulo 19 de Apocalipse vemos que Deus deu para Seu Filho uma noiva (a igreja) para se unir a Ele eternamente. Similarmente ao que ocorreu na criação de Eva a partir de Adão, Deus gerou a partir da carne e sangue de Seu Filho uma igreja, um povo que se tornou um só corpo em Cristo. Assim como num casamento a mulher recebe o nome do seu marido, a esse povo foi dado a honra de receber o nome de Cristo, hoje chamados de cristãos. Pessoas de todas as línguas e nações, de culturas e contextos extremamente diferentes, mas que se percebem como membros do mesmo corpo; o Corpo de Cristo.

Deus havia criado o homem e este não achou entre todos os seres existentes uma companheira que lhe fosse idônea. Os animais não eram semelhantes a Adão e não podiam participar de sua natureza apenas Eva poderia. De modo semelhante, Deus fez apenas a humanidade (de onde vem a noiva/igreja) com a "sua imagem e semelhança". Adão quando a viu alegrou-se porque Eva era carne de sua carne e osso de seus ossos. E o que saiu de Adão "voltou" para Adão para agradá-lo. Eva, antes de ser apresentada a Adão, estava dentro de Adão e, portanto, Eva fazia parte do corpo de Adão.

A melhor explicação dessa parte do casamento de Gênesis 2, seria Efésios 5:
"Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.
Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja."
(Efésios 5:25-32)
De modo que cada casamento na terra, serve como um anúncio do grande e cósmico casamento entre Cristo e a igreja. E sabe o que é mais engraçado? Saindo da área puramente teórica é bem possível ver a relação entre amor de um homem e uma mulher com Cristo e sua igreja.
Quando eu morava sozinho na University of Idaho, longe da família e dos amigos, passando sozinho por um dos momentos mais difíceis da minha vida acadêmica. Certa vez andando pensativo, vi um casal de esquilos correndo juntos pelo campus da universidade. Andei mais um pouco e vi um casal de passarinhos cantando. Mais um pouco e passou um jovem casal abraçados. Acho que aquele dia eu senti algo próximo do que Adão sentiu no Éden (rsrsrs), o desejo de alguém que fosse minha contrapartida, alguém pra andar junto, alguém para compartilhar. Esse sentimento natural de todo ser humano, esse desejo, essa coisa que nos atrai e nos chama, e nos impulsiona aos relacionamentos, me parece o sentimento e desejo mais próximo do desejo que eu sinto de modo muito mais intenso e amplificado no meu coração quando olho pro céu, quando vejo as estrelas, quando assisto um simples por do sol, o mais próximo do que senti quando fui nas cataratas de Foz do Iguaçu ou mesmo quando visitei o Grand Canyon, e o que sinto todos os domingos na igreja... Vontade de ser completo. Vontade de encontrar a minha contraparte celestial. Vontade que me faz desejar que a vinda Dele fosse hoje, agora, o quanto antes. Vontade de encontrar com o Amado da minha alma. Entende agora porque oramos, porque lemos a Bíblia, porque queremos nos relacionar com Deus? Vontade de conhece-lo, de andar com Ele, viver com Ele.
Um parceiro(a) pode nos alegrar até certo limite, mas nada parece ser eficaz para satisfazer os anseios da alma. parafraseando C.S. Lewis "Eu descobri em mim mesmo desejos os quais nada e ninguém nesta Terra pode satisfazer. A única explicação lógica é que eu fui feito para alguém que não é daqui".

Maranata! Tua igreja te espera ansiosamente, Senhor!


Para refletir: Faz sentido um membro do corpo de Cristo que esta solteiro, desejar ser uma só carne com alguém que não tem parte nesse corpo? Moça, como o rapaz vai te amar "como Cristo amou a igreja", se ele sequer conhece esse amor? Rapaz, como essa moça vai ser submissa a você de maneira bíblica, se ela não é submissa nem mesmo ao Senhor? Casamento é sobre Cristo, é serviço, é sacrifício, é entregar-se por amor ao outro, é demonstrar na terra as verdades eternas. Por essa razão (e muitas outras), cristãos solteiros não deveriam procurar relacionamentos com pessoas de fora do Corpo de Cristo (e digo com bastante segurança que estão em pecado, caso façam isso).

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sábado, 15 de fevereiro de 2020

19:54 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 2 (Parte 2): A criação do homem

Após o sábado de descanso no capítulo 2 de Gênesis, a narrativa passa a descrever (aqui com mais riqueza de detalhes do que no capítulo 1 como foi a criação do primeiro homem, Adão. Mas gostaria de relembrar um pouco do capítulo 1, quando encontramos esse texto:

Então disse Deus: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão". (Gênesis 1:26)

Eis aí uma evidência muito clara da existência da trindade. Esse texto não foi entregue ao mundo pela mãos de cristãos, mas pelas mãos de judeus. Deveria o leitor ateu ou cético perguntar-se com quem Deus estava falando. Porque parece-se tanto com o conceito cristão de um Deus único e multifacetado (Pai, Filho e Espírito Santo) do que com o conceito judaico de um Deus único e monofacetado. Mesmo nas traduções bíblicas usadas nas sinagogas, o texto diz no plural “Façamos o Homem à Nossa imagem, à Nossa semelhança”. Quem senão o Messias ou o Espírito Santo poderiam estar nesse diálogo com Deus-Pai? Fica claro que essa outra pessoa já possui tais atributos iguais ao do Deus Criador, e que ambos iguais querem comunicar de maneira parecida (ou semelhante) tais atributos ao homem.

A ortodoxia judaica responde a isso dizendo que Deus estava conversando com as coisas que ele havia criado. Segundo o entendimento judaico seria como se Deus dissesse "Que o universo (e tudo que existe nele) e Eu produzamos o homem". Tenho sérias dificuldades de achar plausível esse argumento, porque o mesmo judeu não diria que o homem possui a imagem e semelhança de um rato, ou que uma ameba tem a imagem e semelhança do Deus Eterno. Mas eles dizem sem medo isso em relação ao homem e Deus. Também acho complicado o entendimento judaico-não messiânico (dos judeus que não acreditam em Jesus como Messias), porque é razoável pensar que “Façamos”, implica em algo mais próximo da cena de Deus chamando alguém e dizendo “vem fazer comigo”, e não algo do tipo: “ok sr. Rato, fique aí roendo essa árvore enquanto vou ali sozinho fazer o homem”. Repare que no verso seguinte diz:

“Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gênesis 1:27)

O texto não diz “à imagem de Deus com uma estrela“, ou “misturado com um rato” ou “à imagem de Deus com uma ameba”, ou nem mesmo “à imagem de Deus com anjos”… mas apenas “à imagem de Deus o criou”.
Fica ainda mais evidente que Deus estava falando com outra pessoa ou outras pessoas, que decidem juntos fazer o homem semelhante a Deus e essa(s) outra(s) pessoa(s), e no final das contas o resultado é que o homem sai a imagem de Deus. Essa outra pessoa ou outras pessoas precisam ser Deus também. Repare nesse texto:

“Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós” (Gênesis 3:22)

Novamente, com quem mais Deus poderia dizer isso? No capítulo 3 de Gênesis, veremos a queda e a entrada do pecado no mundo quando o homem quis ser igual a Deus. E Deus, possivelmente de modo irônico, diz essa frase “Eis que o homem é como um de nós”. Não faria sentido no contexto, se Deus emitisse essa frase para alguém que estivesse fora da Divindade.

Amold Williams, An Account ofthe Commentaries on Genesis (Chapei Hiil: University of North Carolina Press, 1948), escreve que: "A imagem de Deus no homem consiste em seu domínio sobre as outras criaturas, um domínio completo antes da queda, parcial desde a queda...”. Neste sentido, como diz Pedro Mártis, o homem é o "Vigário de Deus" (o representante de Deus) para as criaturas inferiores. Ou seja, o homem é aquele que representa Deus diante do restante da criação.

Andrew Fuller, na obra Expository Discourses on the Book of Genesis (Londres: Thomas Tegg & Son, 1836) afirma: "O homem havia de ser o senhor do mundo inferior, sob o grande Supremo. Dele dependeria seu futuro bem-estar. O ser humano seria um elo distinto na cadeia do ser, unindo o mundo animal ao mundo espiritual, a fragilidade do pó da terra ao sopro do Todo-Poderoso; e possuindo a consciência do certo e do errado que o tomaria o súdito peculiar do governo moral" (p. 8).

Em hebraico a palavra usada semelhança é Demut (reprodução abstrata, de valores, atributos e virtudes) e para imagem é “tzelem” (imagem, cópia real, xerox). Quanto ao Demut parece bem ok, mas se Deus é espírito, como fazer um “tzelem” Dele? Seria Jesus o molde usado para formar Adão? São perguntas que ainda me parecem difíceis de "bater o martelo".

Mas é interessante que esse Adão possua aspectos da fragilidade humana, feito aparentemente de algo não muito honroso como o pó da terra, mas ao mesmo tempo contrastando com a magnitude e honra do sopro divino e da posterior atribuição para ser o zelador e mordomo da criação, a quem Deus conferiu o domínio sobre as coisas criadas. Adão aqui parece já anunciar a natureza do Deus-Filho, que possui a natureza divina e também o seu aspecto humano, o ilimitado coexistindo perfeitamente com o limitado, Glória e pó. Adão representa a Cristo também quanto ao seu governo. Jesus é o Adão perfeito, é Aquele que governa toda a criação de Deus de maneira perfeita, inerrante, sem excessos, sem pecado. 
Nesse sentido também, Adão aparece como um tipo de mediador entre Deus e sua criação (isto é, ser o porta-voz de Deus ao mundo e do mundo a Deus), o que nos aponta inevitavelmente para Jesus Cristo, que é o verdadeiro e perfeito Mediador entre Deus e os homens:

“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” (1 Timóteo 2:5)

De acordo com John J. Davies, na obra “Paradise to Prison Studies in Genesis” (Grand Rapids: Baker, 1975), afirma que “O domínio de que o homem gozou no jardim do Éden foi uma conseqüência direta da imagem de Deus nele. O termo subjugar implica certo grau de soberania, controle e direção sobre a natureza. O chamado a governar é um chamado a criar civilização e regular as forças naturais." (ibid., p. 81).

Adão representa Deus diante da criação, e posteriormente diante de Eva também. Assim parece que Adão foi o primeiro homem do pacto de Deus e o seu primeiro mediador. 

“As Escrituras nos dizem: “O primeiro homem, Adão, se tornou ser vivo”. Mas o último Adão é espírito que dá vida.” (1 Coríntios 15:45)

Não é maravilhoso isso? 😊



Obs: Mesmo na tradição oral judaica, existem alguns trechos que seriam muito interessantes para reforçar a minha argumentação diante de um leitor judeu, de que Adão parecia-se e apontava para o Messias, mas como não temos garantia nenhuma de que a tradição oral foi inspirada por Deus (diferentemente da Torá) e uma vez que muitos rabinos (creio que a maioria) concordam que existem muitas fábulas e histórias fantasiosas na tradição oral, decidi não trazer esse elemento para essa discussão. Afim de evitarmos erros, vamos nos concentrar no que é certeza absoluta. E como proclamaram os reformadores protestantes “Somente a Escritura!”.

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