A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 29: Lia, a mulher desprezada
Nas pessoas mais improváveis e desprezadas, Deus costuma fazer coisas grandes e especiais. Ele nos surpreende e humilha nossa arrogância e pretensa sabedoria. Jacó foi recebido por seu tio Labão (29.14) que, sete anos mais tarde, enganosamente deu-lhe Lia, sua filha mais velha, como esposa, em lugar de Raquel, a filha mais nova (29.18,19). Por uma ironia, o enganador Jacó foi enganado de modo muito parecido com o que havia feito com seu pai. Para o avarento Labão, tudo era negócio. Labão abre mão do relacionamento familiar com Jacó, reduzindo tudo a um mero acordo salarial. Labão trata as próprias filhas como mercadoria, isso fica ainda mais claro quando olhamos para o significado do nome delas (vaca e ovelha). Labão também não foi sábio em guiar suas filhas e em evitar a comparação entre elas. Sua atitude ao arranjar o casamento delas foi de um pai que pensava que a única maneira de arrumar um casamento para Lia (que era mais feia) seria enganando alguém e fazendo esse alguém se casar com ela. Um pai materialista, imprudente e idólatra. Jacó finalmente se casa com sua amada Raquel, e acidentalmente acaba se casando com Lia também. O livro de Gênesis, embora não condene expressamente a poligamia, como em outros lugares da Escritura Sagrada, mostra diversas vezes os problemas decorrentes deste tipo de relacionamento. Neste caso vemos que o marido tinha uma esposa preferida, e a outra que não era tão bonita, era desprezada. Os comentários de Lia quando deu o nome a seus três primeiros filhos mostram uma mulher carente e desejosa do amor de seu marido. Ela deu o nome de Rúben (de “ver”) ao seu primogênito, dizendo: “O Senhor viu a minha infelicidade. Agora, certamente o meu marido me amará” (Gn 29.32). O nome de seu segundo foi Simeão (de “ouvir”). Lia lamentou: “Porque o Senhor ouviu que sou desprezada, deu-me também este. Pelo que o chamou Simeão” (Gn 29.33). Ao terceiro chamou Levi (de “apegar”). É de partir o coração ler sobre o lamento de Lia: “Agora, finalmente, meu marido se apegará a mim, porque já lhe dei três filhos” (Gn 29.34). Mas alguma coisa mudou com a chegada do quarto filho. Lia que estava buscando a aceitação do seu marido, agora muda o foco e ajusta o foco da sua vida para Deus: “Engravidou ainda outra vez e, quando deu à luz mais outro filho, disse: Desta vez louvarei ao Senhor. Assim deu-lhe o nome de Judá (de “louvor”)” (Gn 29.35). Lia decide não condicionar sua alegria aos homens, ou as duras circunstâncias da vida, Deus e somente Ele deveria ser a alegria da sua vida. Lia aprendeu aquilo que Deus está ensinando a todos nós: a verdadeira alegria da vida é encontrada no Senhor somente. A verdadeira alegria é o Senhor. O nome Judá vem do hebraico Yehudah e significa “Louvado”. O nome está relacionado (pronúncia parecida) com a palavra mais usada na Bíblia para louvor ao Senhor (yadâ). Este verbo é traduzido como agradecer, mas seu significado mais apropriado é agradecer publicamente (SI 118.1). Lia e Jacó (Gn 49.8) vinculam o nome Judá ao louvor a Yahweh. E foi de Judá, segundo a carne, que Cristo veio ao mundo. A história de Lia nos aponta para o seu principal descendente que é Cristo: Jesus não tinha nenhuma beleza, foi o mais desprezado de todos os homens, como um de quem os homens escondiam o rosto, Jesus sabia o que era sofrer. (Isaías 53:2,3). Jesus também foi entregue por um acordo comercial (Mateus 26:15). Jesus, o descendente de Lia, seja eternamente louvado. Ele é o nosso louvor, e nosso maior motivo de gratidão a Yahweh. Todo o louvor deve estar centralizado em Cristo, como objeto, motivo e mediador de nosso louvor. Cristo já foi gerado em seu interior? Esta vez louvarei ao Senhor!
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