sábado, 22 de julho de 2023

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 40: Entre cárceres e cruzes

Nos capítulos anteriores vimos que, assim como Jesus, José foi vendido e entregue aos estrangeiros pelo seu próprio povo e na sequência foi preso e condenado com falsas acusações (Gn  39:11-20; 40:15). E agora em Gênesis 40, veremos um protótipo da crucificação de Jesus.

A humilhação de José desenrolou-se em fases graduais e crescentes culminando na sua prisão na masmorra. A humilhação de Jesus também ocorreu de forma crescente e gradual, desde o momento em que abandonou o trono celeste e veio em forma de servo culminando no ponto mais profundo da sua humilhação: o calvário.


O chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros cometeram algum crime contra o faraó, e faraó irou-se com os dois oficiais, e mandou prendê-los na casa do capitão da guarda, na prisão em que José estava. José foi preso com esses dois criminosos (Gn 40:2-3). Jesus também foi crucificado com outros dois criminosos: Os outros dois, eram criminosos, e foram levados para ser condenados à morte com Jesus. (Lc 23:32;. Mt 27:38, Mc 15:27, Jo 19:18). A Torá fala que José era inocente, e sobre Jesus o profeta Isaías diz que mesmo sendo inocente, o Messias seria colocado/contado “entre criminosos” (Is 53:12).


Reparem na beleza e sutileza dos símbolos: o copeiro (que serve vinho) e o padeiro (que serve pão). Pão e vinho, os mesmos dois símbolos que profetizaram a crucificação de Cristo na última ceia e que desde então são usados como memorial pela igreja na ceia do Senhor. Perceba que não apenas José, mas também o padeiro e o copeiro são símbolos de Cristo.


O Copeiro como símbolo de Cristo: ele era um nobre que tinha uma posição ao lado do rei, desceu a prisão, e depois de 3 dias de sofrimento subiria e seria restituído a sua posição de honra. 3 dias tem um importante significado, pois é o sinal de Jonas, isto é, o sinal da ressurreição (Mateus 12:40). O vinho é o símbolo do sangue de Cristo, a matéria prima da nova aliança. Além disso, Jesus é aquele que espreme o lagar da ira de Deus (Ap 14:19, Sl 75:8). Ao interpretar o sonho do copeiro, José parece se afastar por um momento da sua majoritária simbologia messiânica e diz para o copeiro “Lembra-te de mim quando tudo estiver indo bem com você”. Essa frase lembra muito um dos momentos mais marcantes da crucificação, quando um dos criminosos diz para Jesus: “Lembra-te de mim quando vieres no teu reino” (Lucas 23:42).

O Padeiro como símbolo de Cristo: Jesus é também simbolizado pelo pão, “o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, pegou um pão e, tendo dado graças, o partiu e disse: "Isto é o meu corpo, que é dado por vocês” (1 Coríntios 11:23,24). Analogamente, o padeiro foi moido, padeceu e morreu. O padeiro foi pendurado numa árvore/madeiro, o que mais tarde a Torá declararia ser um símbolo de maldição (Dt 21:22,23). Assim Jesus também foi pendurado no madeiro, se fazendo maldição em nosso lugar (Gl 3:13).


José como símbolo de Cristo: Vemos um inocente temente a Deus sendo condenado com dois infratores da lei, um dos criminosos será salvo e outro será condenado.


Eu penso que talvez Deus tenha dividido o simbolismo messiânico entre os vários personagens da Biblia, porque ninguém poderia simbolizar todas as características de Jesus, mesmo um mero simbolismo completo seria uma honra que nenhum ser humano poderia receber, nem mesmo o fazer perfeitamente. E se tudo na Biblia e no universo aponta para Cristo, meu desejo é que sua vida seja parte dessa tapeçaria divina, por meio de nossas vidas imperfeitas Deus certamente fará resplandecer a glória Daquele que foi perfeito em nosso lugar. É Tudo Sobre Ele!


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segunda-feira, 3 de julho de 2023

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 39: Messias Filho do Zé

No Antigo Testamento há descrições supostamente conflitantes da imagem do Messias. Algumas vezes as profecias falam que o Messias é rejeitado, sofre e morre, e em outros momentos apontam um governante vitorioso, conquistador e triunfante. Essa contradição fez com que o pensamento judaico clássico acreditasse que dois messias apareceriam, o primeiro é sofredor e rejeitado por seu povo, e é chamado de “Messias Filho de José" e o segundo um Rei conquistador, que foi chamado de “Messias Filho de Davi”. Eles não estavam tão distantes da verdade. Mas ao invés de dois Messias, cada um deles vindo uma vez, sabemos agora por meio de Jesus e dos apóstolos, que o Antigo Testamento profetizou um só Messias vindo duas vezes. Jesus decepcionou a muitos, porque ele não era o tipo de Messias que correspondia a uma figura militar. Ele dizia que o reino Dele não era deste mundo, falou de coisas impopulares como arrependimento de pecados, orar pelos seus inimigos, denunciou erros da alta liderança religiosa, não prometeu destruir o império romano... E faz muito sentido que um povo oprimido e violentado pelo império romano, o império mais violento que o mundo já viu, esperasse ardentemente um Messias militar que trouxesse uma vingança armada. Mais tarde com o crescimento do cristianismo, o judaísmo precisou reformular-se para dar respostas ao cristianismo, de modo que hoje a afirmação preponderante nos círculos judaicos é de que o Messias viria apenas para conquistar, governar e reinar, escondendo a existência de um “Messias sofredor”. Mas os antigos sábios de Israel reconheceram, entenderam e ensinaram sobre os sofrimentos e a morte do Messias de Israel, apenas na idade média que textos como Isaías 53 deixaram de ser entendidos como se referindo ao Messias, e em textos como Daniel 9 foi incluída uma maldição para quem calcular o ano do nascimento do Messias... Embora as Escrituras Sagradas nunca disseram que o Messias seria filho de José (do Egito), na verdade apenas diz que seria descendente de Davi (da Tribo de Judá), mas os antigos rabinos entendiam que o sofrimento e a vida de José apontava para o Messias, o servo sofredor. E neste sentido criou-se a idéia do Messias Filho de José. E José é uma figura que aponta de forma muito clara e extremamente detalhada para a vida de Jesus Cristo. Apenas olhando para o capítulo 39 de Gênesis percebemos várias semelhanças: A graça de Deus pode levantar uma pessoa boa e justa do meio das piores situações. Em meio a tanto pecado dos judeus e gentios, José parece uma resposta de Deus para salvar a família da aliança e o restante do mundo da fome. Assim também no pior momento do povo de Israel, durante o pior império, Deus levantou Jesus Cristo para salvar Israel e o mundo todo. José foi servo na casa de Potifar, estava sob domínio estrangeiro (Gn 39:1), e Jesus veio na forma de um servo, sob dominação romana (João 13:12-17, Mateus 20:25-26, Marcos 10:43, Filipenses 2:6-9). José foi feito um supervisor (Gn 39:4). Jesus é o Pastor e supervisor (מַשְׁגִּיחַ) de nossas almas (1 Pe 2:25;. João 3:35, Mateus 28:18). José foi tentado, mas não cometeu pecado (Gênesis 39:7-10). Jesus foi tentado de todas as maneiras mas não cometeu pecado (Hb 2:18, 4:15, 2 Coríntios 5:21;. 1 João 3:5). José foi acusado falsamente (Gen. 39:11-20; 40:15). Jesus foi falsamente acusado pelas autoridades religiosas e jamais cometeu pecado algum (Lucas 23:04, 14-15; João 8:46, e 18:38, 19:04, Hb 7:26;. 1 Pe 2:22;.. 1 Pe 3:18). Potifar condenou José ao cárcere, mas provavelmente acreditava na sua inocência, mas perverteu a justiça pois “sua posição demandava isso”. Jesus foi condenado injustamente pelo procurador romano Pilatos, que acreditava na sua inocência, mas condenou-o à morte pois “sua posição demandava isso”. José não fez nenhuma defesa (Gn 39:19-20). Jesus não fez nenhuma defesa perante as autoridades: “Ele questionou Jesus durante algum tempo, mas ele não respondeu” (Lucas 23:09;. Mt 27:14, Atos 08:32, Isaías 53:7, etc.) Como uma ovelha muda que vai ao matadouro. José sentiu muito seu aprisionamento, pois nos é dito nos Salmos que “o ferro entrou em sua alma” (Salmos 105:18). Ele sentiu que era uma coisa cruel estar sob tal calúnia e sofrer por sua inocência. Jesus também sentiu essa profunda angústia na alma (Mateus 26:38). Deus estava com José em sua humilhação e prosperou a ele (Gn 39:2). Deus estava com Jesus em sua humilhação e prosperou a Ele (Is. 53:10). Jesus Cristo, o Messias, é o judeu que foi espancado, rejeitado, humilhado, morto pelo pior método desenvolvido pelo pior e mais tirânico império que o mundo já viu. Mas isso ainda não era nada. Na cruz Jesus recebeu o castigo da justiça do Deus infinitamente Justo sobre nossos pecados. A punição que cada ser humano receberia eternamente no inferno por cada assassinato, por cada crime, por cada quebra na Lei de Deus, pelos seus pecados diários, recaiu de uma vez sobre Jesus. “Todavia, ao Senhor agradou esmagá-lo, fazendo-o sofrer” (Isaías 53:10). Mas as profecias diziam que a tumba não o seguraria “E tornará a viver; os planos de Deus hão-de prosperar nas suas mãos.[...] Por isso lhe darei as honras de quem é grande e poderoso” (Isaías 53:10-12) O livro de apocalipse mostra um retorno de Jesus muito diferente do que foi a primeira vez: “Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo. E seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.” Tanto o servo sofredor José como o vitorioso rei Davi eram sombras do que viria, mas a realidade completa é Jesus Cristo. Morreu como cordeiro, ressuscitou como Leão. Vá com ele, siga ele pela lama e na masmorra, e você estará com ele nos palácios da glória.

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