sexta-feira, 22 de julho de 2022

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Charles Spurgeon: "você não é responsável além de suas possibilidades"

Um trecho do livro "Oração comunitária" de Charles Spurgeon:

“Você e eu não somos chamados para consertar o mundo e tampouco para deter o mar revolto do pecado humano. Não tentemos controlar o cetro divino: não nos cabe fazê-lo. É claro que você gostaria de endireitar as pessoas, tornar ortodoxos todos os pregadores. Contudo, meu irmão, a tarefa está além da sua capacidade. Preocupe-se com a retidão da sua vida, e esteja determinado a testemunhar de modo completo, honesto e obediente toda a verdade que você conhece. E permaneça nisso, porque você não é responsável além de suas possibilidades.” — Charles Spurgeon

sábado, 9 de julho de 2022

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 34: Cavalo de Troia

Imagino os judeus liderados por Moisés, prestes a entrar novamente na Terra Prometida,  lendo o capítulo 34 de Gênesis. Deve ter soado para eles como um alerta do perigo que o relacionamento próximo com os cananeus representava para o povo da aliança.


Jacó estava em segurança na Terra Prometida, a situação parecia tão confortável que Jacó e seus filhos estreitaram o relacionamento com os habitantes de Siquém. Um certo dia Diná, a única filha de Jacó, foi fazer amizade com as cananéias. E Siquém, príncipe da cidade, vendo a jovem abusou sexualmente dela. A palavra hebraica usada no texto indica que ela foi “humilhada/afligida”, Diná não havia consentido na relação. 


Hamor, pai de Siquém, tentou negociar um casamento arranjado com a família de Jacó, que ficou furiosa ao saber dos acontecimentos. Hamor faz uma proposta para a casa de Jacó: “Meu filho Siquém apaixonou-se pela filha de vocês. Por favor, entreguem-na a ele para que seja sua mulher. Casem-se entre nós; dêem-nos suas filhas e tomem para si as nossas. Estabeleçam-se entre nós. A terra está aberta para vocês: Habitem-na, façam comércio nela e adquiram propriedades". Então Siquém disse ao pai e aos irmãos de Diná: "Concedam-me este favor, e eu lhes darei o que me pedirem.” (Gênesis 34:8-11)


Talvez para alguns pode parecer uma boa proposta, ou uma boa solução, mas o problema é que isso tornaria Siquemitas e Israelitas o mesmo povo. Quando viesse o Messias, como saberíamos que ele realmente é um descendente de Abraão? A semente messiânica estaria ameaçada pelos casamentos mistos com os povos da terra. Além do mais, sabemos que mais tarde a cidade de Siquém se tornaria um centro do culto de Baal, essa aliança certamente faria os israelitas se aproximarem da idolatria e abandonarem o culto ao Deus verdadeiro.


Os filhos de Jacó oferecem uma condição para unir os dois povos, os siquemitas precisavam se circuncidar. Assim, todos os homens de Siquém se circuncidaram. No terceiro dia, quando as dores da circuncisão estavam mais fortes, Simeão e Levi mataram todos os homens de Siquém. Simeão e Levi usaram um sinal da aliança de Deus (Gn 17:11-14) para fazer o mal. Eles esvaziaram seu significado apresentando-a como um mero ritual religioso e ainda a usaram como instrumento de vingança. A punição imposta a Siquém por Simeão e Levi foi completamente excessiva, mesmo sob a interpretação da Lei Mosaica que foi instituída posteriormente (Dt 22:28,29). O ato deles nada tinha a ver com uma reparação razoável e justa do crime cometido contra Diná.
A atitude de ambos vai ser profundamente reprovada por Deus, ao ponto de ambos perderem a primogenitura e a proeminência sobre Israel, que recairá sobre Judá (de onde veio o Messias). Apesar dos erros humanos de todos os lados, os planos de Deus estavam se cumprindo e sendo reafirmados na história.


Há um paradoxo interessante. Em Abraão, a promessa era que “todas as nações da terra" seriam enxertadas na árvore israelita. Ao mesmo tempo, Israel aparece como um povo que precisa ser santo, e para não se contaminar com a idolatria e costumes dos outros povos, precisaria se manter longe deles. Como resolver esse problema? Como a salvação poderia chegar aos siquemitas? Como eles poderiam ser “enxertados” no povo da promessa?
Era necessário um israelita santo ao ponto de resgatar esses povos sem se contaminar com eles, alguém disposto a ser violentado por eles, algum representante que não fosse tentado pela idolatria e pela imoralidade sexual destes povos. Alguém que pudesse expiar o pecado deles e ensiná-los a viver na Lei de Deus. Quando na cruz, Jesus tomou sobre si os pecados e ofensas contra Deus, Cristo era tanto a parte ofendida pela profanação como também a parte destruída, como punição pela ofensa. Deus, ao despejar toda sua ira sobre Jesus, torna a cruz esse símbolo paradoxal de uma justiça implacável e ao mesmo tempo de um perdão implacável. Uma vez que toda dívida foi paga, na Cruz de Cristo, a Canaã celestial pode ser habitada por pecadores como eu e você. Pela fé em Jesus, judeus e não-judeus podem ser um só rebanho do Eterno.


"Portanto, não há distinção entre judeus e gentios, pois o mesmo Senhor é Senhor de todos e abençoa ricamente todos os que o invocam" (Romanos 10:12)

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18:07 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 33: Eram 100 moedas

Jacó tinha tanto medo de Esaú que ele organiza estrategicamente sua família e todos os seus pertences em grupos, organizando-os por ordem de importância, deixando mais atrás aqueles que ele considerava mais importantes. Ficando ele próprio por último (Gn 32.22). Depois de ter um encontro com Deus, Jacó agora tem suas prioridades mudadas. Jacó quando vê Esaú se aproximando, se coloca na frente de todos. Um homem de verdade não usa sua família e os outros como escudo, mas deve protegê-la como Cristo protege a igreja e se entregou por ela. A mudança de comportamento de Jacó, nos mostra que ele saiu deste encontro com Deus realmente marcado, e muito mais parecido com Jesus.

Jacó se coloca humildemente diante de seu irmão, apresenta-se como um servo. Aquele homem que confiava na força do seu trabalho, agora reconhece ao seu irmão que sua prosperidade e filhos eram fruto de uma imerecida bondade de Deus (v.5).Jacó sabiamente ofereceu seus bens e posses como presentes para aplacar a ira de seu irmão. Jacó insiste para que Esaú aceite seu presente (v.11). Este no singular mesmo, pois o termo hebraico usado aqui é a mesma palavra que “benção”. Ou seja, Jacó estava “devolvendo” a bênção que havia roubado de Esaú. Jacó desistiu de sua bênção para que Esaú se reconciliasse com ele. Esta atitude inesperada demonstra o que o descendente perfeito de Jacó também faria milênios depois: Jesus abriu mão do seu direito de igualdade com Deus para reconciliar o mundo (2Co 5.16-21, Fp 1.6-8). Esaú aparentemente aceitou a oferta de Jacó como um pagamento pelo que o fizera. Esaú tinha seu interesse nos presentes que Deus poderia lhe dar, mas desprezava a herança pactual e o relacionamento com Deus (25.19-34; cf. Hb 12.16).

Na sequência, Jacó não aceita seguir com Esaú e decide ir para Siquém. Existe a possibilidade de Jacó ter enganado novamente Esaú, mas pelo contexto, parece mais provável que Esaú sabia que era uma forma polida de não contradizê-lo, e assim recusar a oferta de Esaú, sem provocar-lhe a ira. Jacó finalmente chega na terra prometida (Canaã), e compra um terreno dos filhos de Hamor pelo valor de cem moedas. No texto original podemos ler במאה קשיטה bemeah kesitah, uma moeda que tinha como nome “cordeiro”. E ele compra o direito de habitar na terra prometida com uma moeda carimbada com a figura de um cordeiro.


O meu desejo é que você, assim como Jacó, possa ter um encontro real com Jesus Cristo. Que o Espírito Santo te revele o descendente perfeito de Jacó, Aquele que pode aplacar a ira justa, de um Deus infinitamente Justo, contra os seus pecados. Que o Espírito Santo sopre, em sua mente e coração, o nome dAquele que foi na frente e apresentou-se a si mesmo como oferta pelo seu pecado. Mude sua vida, arrependa-se dos seus pecados, peça perdão para quem você ofendeu, para que o seu Pai celestial perdoe suas ofensas e como Jacó, agarre-se a Jesus com todas as suas forças (mesmo que ela seja pouca e insuficiente). Que esses símbolos que Deus deixou por toda a Bíblia, te ajudem a conhecer mais profundamente a história do Cordeiro que foi morto para comprar o seu direito de habitar eternamente na Terra Prometida.

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