sábado, 28 de junho de 2014

Casando no dia do jogo do Brasil na Copa do Mundo

A noiva Bruna Quintas, de 25 anos, respirou aliviada ao fim de Brasil x Chile. Mesmo sem ter conseguido assistir ao jogo da seleção brasileira neste sábado (28), ela afirma que as mãos do goleiro Julio César foram importantes para garantir animação total na comemoração do casamento.

“Agora estou mais feliz, estou aliviada. Agora sei que estará todo mundo feliz na minha festa”, confessou ela, que temia que um certo ar de tristeza tomasse o bufê caso o Brasil fosse eliminado nas oitavas de final. A vitória veio nos pênaltis.

Ao longo da tarde, enquanto era maquiada em um salão no Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, Bruna ouvia gritos e não sabia se a seleção estava jogando bem ou correndo o risco de levar um gol.
“Fiquei com o coração batendo a mil. Mesmo não dando para ver o jogo, estava ouvindo e torcendo muito para o Brasil vencer”, disse ela, que não conseguiu disfarçar as emoções.
“Mesmo no dia do casamento, não tem como não ficar nervosa com o jogo, o pior foi no momento dos pênaltis”, disse.

Entre a expectativa pela cerimônia e a torcida pela classificação do Brasil, ela não sabia dizer qual era a maior fonte de nervosismo no meio da tarde. “Não sei qual o motivo do nervoso, só sei que ele está em toda parte e continua aqui dentro”, disse quando já se despedia dos funcionários com a camisa 10 de Neymar e seguia para a igreja.


Padrinhos reunidos, sem bebedeira
Quando marcou a data do casamento, há seis meses, Bruna não sabia que o dia mais importante da sua vida iria coincidir com o jogo da Copa. Para driblar o problema da ala masculina que ama futebol, o noivo e os 10 padrinhos se reuniram em uma casa para se arrumar e ver o jogo. “Eu alertei os padrinhos, deixei de castigo e falei para beberem só na festa, pois não queria ver ninguém tropeçando na entrada da igreja”, brincou Bruna.

Prima da noiva, a empresária Renata Lozano Rodrigues, de 28 anos, será sua madrinha de casamento e foi companhia nos preparativos no salão. Mas, ao contrário de Bruna, fez de tudo para não perder nenhum lance. “Um olho no peixe e outro no gato, estou arrumando o cabelo, é um cacho aqui, um gol ali”, disse ela.
Renata está se preparando para viver um dilema parecido com o de Bruna: irá se casar daqui há 15 dias, justamente na final da Copa do Mundo, em 13 de julho. “Não tinha como adiar, vou casar e me mudar para o exterior”, contou ela.
Enquanto a noiva e a futura noiva se preparavam para a cerimônia, cerca de 20 funcionários, devidamente uniformizados com a camisa da seleção, estavam hipnotizados em frente a uma televisão torcendo.

Vaidade, mesmo na Copa
Mas nem só de noivas e madrinhas sobreviveram os salões neste sábado de jogo. Em um salão da rede Jacques Janine da Avenida Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo, os funcionários estavam vestidos de caipiras e as cores verde e amarelo davam o tom na recepção das clientes.

Vindas de São Vicente, na Baixada Santista, as irmãs Adna Duarte, de 26 anos, e Alexandra Duarte, de 31 anos, não hesitaram em marcar um horário para arrumar os cabelos bem na hora da partida. Apesar disso, elas olhavam vidradas para um dos monitores de televisão instalados no salão e até se recusaram a conversar com a reportagem no início do jogo.
“Eu liguei e perguntei se tinha algum problema, como disseram que não, marquei. Assistindo ao jogo é o que importa”, disse a bancária Adna. Já a analista de projetos Alexandra disse que a vaidade está em primeiro lugar. “A vaidade fala mais alto. Quando a gente olha no espelho e vê que está precisando não tem jogo que impeça”, disse entre risos.
Acostumada a pintar as unhas com as cores do Brasil nos dias de jogo da seleção, a administradora de empresas Luciane Siqueira, de 35 anos, chegou às 10h e só conseguiu sair um pouco antes do jogo. “Vim fazer as unhas, coloração e hidratação no cabelo, além de um corte e escova”, contou.

A torcedora ia receber alguns amigos em casa para ver o jogo e nem por esse motivo desistiu de realçar ainda mais sua beleza. “Tenho uns amigos que vão na minha casa, já devem estar lá, mas a vaidade falou mais alto e eu marquei para fazer tudo no dia do jogo”, confessou Luciane.

Já a bancária Daniela Andrade Oliveira, de 30 anos, teve um motivo a mais para comemorar a vitória do Brasil, ela também vai se casar neste sábado. Ela marcou o casamento há um ano e 2 meses atrás, mas diz que o fato do jogo ter caído nesta data não vai interferir nos seus planos. “Vou ver o jogo, torcer pelo Brasil e ficar na torcida que o casamento chegue logo”, disse.

Quanto ao fato dos convidados que poderão chegar um pouco mais altos, Daniela diz não ver problemas. “Tô tranquila, as pessoas são conscientes, mas se beber um pouquinho a mais não tem problema, o importante é todo mundo ir para o casamento e comemorar a vitória do Brasil”, disse. O noivo, que mora na Baixada Santista, veio de Santos ouvindo o jogo pelo rádio do carro para não correr o risco de pegar trânsito e chegar atrasado no casamento.

Fonte: G1

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