sexta-feira, 2 de abril de 2021

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 15: Contrato de Sangue


Deus promete que Abrão geraria um filho, mesmo tendo idade avançada. A Bíblia está cheia de histórias de nascimentos impossíveis e improváveis. Deveríamos nos perguntar o porquê de tanta ocorrência deste típico milagre. A resposta é simples: esse milagre aponta para a pessoa central da Bíblia que também teria um nascimento extremamente improvável e milagroso. Como seria profetizado por Isaías, o nascimento do Senhor Jesus haveria de ser milagroso, a virgem daria luz ao Messias.

Deus diz para Abrão “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las" [...] Assim será a sua descendência". Traduzido como descendência é a mesma palavra hebraica usada para semente. É uma alusão ao Cristo descendente de Abraão (Nm 24.7; Is 6.13). 


“E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça”. Abrão não foi salvo por causa da sua vida justa, mas pela misericórdia de Deus, mediante a fé, que ele foi declarado justo. A única obra válida é a obra que Deus realiza em nós por meio da nossa fé nele:


“Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou”. (João 6.28,29).

Pois Abrão, e os crentes da antiguidade, creram no Messias que viria. Pois todos precisamos dele para sermos salvos, por meio de seu favor e graça. “esta afirmação de ser aceito por meio da fé não foi feita só em benefício de Abraão. Ela também é para nós, os que cremos em Deus que ressuscitou da morte Jesus nosso Senhor; o qual foi entregue à morte por causa das nossas transgressões e ressuscitou para que pudéssemos ser considerados justos aos olhos de Deus” (Romanos 4:22-25). 


Abrão pede ao Senhor um sinal de que a promessa de Deus se cumpriria. Em resposta a este pedido, Deus formaliza com Abraão um pacto, segundo o costume daquela época; onde era preciso que os dois “contratantes” passassem entre os animais esquartejados; aceitando assim serem eles mesmo dilacerados como as vítimas, se infringissem seus compromissos. 


E Abrão não andou sobre este caminho de sangue. Deus fez Abrão cair em profundo sono e apenas Deus percorreu tal via, representado pela fumaça e pelo fogo. Mas esse momento parece meio macabro, Deus se apresenta de modo terrível, o texto antes descrevia uma feliz promessa para Abraão, mas agora fala de um pesadelo e grande escuridão. E na sequência Deus promete que a semente de Abraão vai sofrer muito e ser afligida. Você talvez tenha ficado com aquela cara de "Ué? Foi assim que Deus quis mostrar para Abraão que a maravilhosa promessa ia se cumprir?". Exatamente! Eu te explico: Conforme comentamos um pouco no capítulo 13, a promessa tem tanto um cumprimento na vida de Abraão, como tem aspectos que apontam para história de Israel e da igreja (o novo Israel), mas também colaboram para a revelação do Messias. Sabemos que Deus está querendo provar pra Abraão que a promessa vai se cumprir, e sabemos que os hebreus foram escravos durante 400 anos no Egito. Agora repare com atenção: 


“então, lhe foi dito: Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por (em hebraico: ת) quatrocentos anos” (Gênesis 15:13)

A letra “Tav” ( ת ) em hebraico moderno, que também pode significar "aliança", “marca” ou “sinal” (lembre que Abraão pediu um sinal da promessa), no tempo de Abraão (cerca de 2000 anos antes de Cristo), era representada pelo símbolo de uma cruz ( ✝ ). E assim como todas as letras em hebraico, ela representa um valor, e o valor da Tav é 400. Abaixo a evolução do Tav do antigo hebraico para o hebraico moderno:

Perceba a beleza e harmonia da palavra de Deus: Após exatos 400 anos, o povo de Israel foi liberto da escravidão do Egito, e de modo semelhante/paralelo fomos libertos do pecado (simbolicamente do Egito) por meio de Cristo. Observe cuidadosamente o verso 13: Cristo é o descendente de Abraão que peregrinou neste mundo, foi reduzido a condição de servo (Filipenses 2:7), e foi afligido na cruz. Agora faz sentido a escuridão que Abraão viu? Uma cena terrível e muito parecida com a escuridão que tomou a terra durante a crucificação de Jesus. O fato de Deus passar sozinho pelo caminho, ou assinar sozinho os termos do pacto, significava que a promessa de Deus a Abrão, a aliança abraâmica, foi feita pelo Senhor e que seu cumprimento era certíssimo, pois dependia somente Dele (Gn 22.15-18). Ou seja, ainda que Abrão e seus descendentes falhassem no pacto com Deus, Deus seria morto como havia sido feito com aqueles animais. Este foi um anúncio perfeito de Jesus Cristo, o Deus encarnado, morrendo na cruz como um animal de sacrifício, por conta dos nossos pecados. Nesse capitulo vemos a natureza unilateral e incondicional da aliança de Deus. Pois Deus é fiel, e mantém sua fidelidade independentemente de nossa fidelidade, pois somos pecadores e incapazes de obter perfeição por nós mesmo, e até o ato de cumprir um simples pacto, necessitamos de Deus em ambos os lados. Este é o pacto da Graça. Desde de sempre foi pela Graça, nunca por obras. Nas palavras do próprio Jesus, Abraão entendeu o recado:

“O vosso pai Abraão alegrou-se ao ver o meu dia. Sabia que eu viria e ficou satisfeito” (João 8:54)

Colaborou: Gislaine Vieira (Bacharel em Tradução)

*Clique aqui para conhecer a revelação de Jesus em outros capítulos da Bíblia


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