sexta-feira, 28 de maio de 2021

17:17 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 19: Sodoma e Gomorra

A destruição de Sodoma e Gomorra se perpetuou na história não apenas por meio do relato bíblico, como também por relato de autores e estudiosos independentes da antiguidade.

O historiador e geógrafo grego Estrabo (63 a.C.), que embora atribua como um fenômeno da natureza e erupções vulcânicas e não fruto de uma punição Divina, foi um dos que descreveu algo bem próximo do relato bíblico:

“A região de Sodoma e Gomorra tem sido muito trabalhada pelo fogo, o que disso há muitas provas: rochedos queimados, numerosas crateras, uma terra de cinzas, rios que espalham de longe um odor infecto, e aqui e ali, habitações em ruínas. Tudo isto faz crer que outrora havia treze cidades e que Sodoma era a metrópole; mas que, por tremores de terra, erupções de fogo subterrâneo e as águas betuminosas e sulfurosas incendiadas, o fogo invadiu a terra e os rochedos guardam a marca do cataclismo. Entre estas cidades, umas foram tragadas, as outras abandonadas pelos habitantes que puderam salvar-se”.


O historiador e senador romano, Tácito, também comenta a destruição de Sodoma: 

“Não longe do mar Morto estendiam-se planícies que foram outrora muito férteis e onde se erguiam grandes cidades. Contudo, diz-se que estas foram destruídas pelo raio... Quanto a mim, admito perfeitamente que algumas cidades célebres tenham sido devoradas pelo fogo do céu”.


O famoso historiador Flávio Josefo (37-103 d.C.) menciona a catástrofe, e reconhece a região do mar morto como sendo parte da geografia de Sodoma:


“Sua água é salgada, imprópria para os peixes; é tão leve que as coisas, mesmo as mais pesadas, não vão ao fundo. [...] As terras de Sodoma, vizinhas deste lago e que outrora eram abundantes não somente em toda espécie de frutos, mas também muito célebres por suas riquezas e pela beleza e suas cidades, agora só conserva a imagem espantosa daquele incêndio que a detestável impiedade de seus habitantes atraiu sobre ela [...] Ali vemos ainda alguns restos das cinco cidades abomináveis e suas cinzas malditas. [...] pode-se ainda constatá-lo com os próprios olhos. (JOSEFO, 1990, p. 629)


No capítulo que descreve a destruição de Sodoma e Gomorra, tenho a sensação de velocidade na narrativa. Parece que o escritor bíblico narra com velocidade os fatos, citando apenas os eventos mais importantes, sem dar muitos detalhes. Extremamente direto. Expressões temporais como “anoitecer”, “nascer do sol”... e muita coisa acontecer em menos de 24 horas, contribuem para essa sensação de brevidade. A falta de alguns detalhes mais aprofundados, pode causar algumas estranhezas.


Sodoma ficava na região do Mar Morto, o lugar mais profundo da terra. Simbolicamente era o lugar mais longe do céu que alguém poderia estar na Terra. Os pecados de Sodoma se acumularam diante de Deus, então dois anjos descem para a cidade em busca de Ló, o único justo de toda a região. Mesmo sem saber de nada, Ló parece ser bem hospitaleiro, e insiste para aqueles homens dormirem em sua casa. Muitos homens (jovens e velhos) daquela cidade quiseram abusar sexualmente dos anjos. Ló tenta impedir e repreende o ato deles:

“Ló [...] lhes disse: "Não, meus amigos! Não façam essa perversidade! Eles, porém, disseram: Sai daí. Disseram mais: Como estrangeiro este indivíduo veio aqui habitar, e quereria ser juiz em tudo? Agora te faremos mais mal a ti do que a eles. E arremessaram-se sobre o homem, sobre Ló, e aproximaram-se para arrombar a porta. Aqueles homens [...] feriram de cegueira os homens que estavam à porta da casa, desde o menor até ao maior.” (Gênesis 19:6-11)


Ló sofria pelo comportamento devasso daquela cidade. Ele não se conformou com o jeito dos sodomitas viverem. Os sodomitas se irritam com o discurso de Ló, porque Ló reprovava seus pecados. Mas vamos combinar que Ló também não era perfeito, ele escolheu livremente ir morar nos jardins de Sodoma (apesar dos pecados daquele lugar. Foi sem consultar ao Senhor, e sendo guiado pelos olhos e não pela fé), chegou a oferecer as filhas para aqueles homens deixarem os anjos em paz (respondeu ao pecado, pecando também), Ló não leva tão a sério e demora para abandonar a cidade, mais tarde Ló vai ficar embriagado…  só podemos chegar a uma conclusão: Ló era pecador. Como pode o apóstolo Pedro dizer “Ló, homem justo” (2 Pedro 2.7)? Repare no texto:


“Quando Deus arrasou as cidades da planície, lembrou-se de Abraão e tirou Ló do meio da catástrofe que destruiu as cidades onde Ló vivia.” (Gênesis 19.29)


Ló foi declarado justo por Deus, e por isso não foi condenado com Sodoma, por um ato de misericórdia e graça. Uma graça que foi aplicada por ser ele da família de Abraão, e assim ele pode receber os benefícios da promessa. Ló era justo por causa do Evangelho, conforme Paulo diz todas as pessoas de fé em Jesus (o descendente de Abraão) também são da família de Abraão (Gálatas 3.9) e herdeiros da promessa. Ló creu no Deus de Abraão e isso foi-lhe imputado por justiça (Gn 15.6).


Quando eu olho esse trecho da Bíblia:

Eu encontro um Deus absolutamente severo e irado que destrói várias cidades com fogo e enxofre como castigo pelos pecados.
Vejo também um Deus que não destruiu o justo com os ímpios, mas enviou seus anjos para resgatá-lo.


Vejo um Deus terrível e indignado que cegou os perversos daquela cidade.
Vejo também um Deus que não permitiu que aqueles homens fizessem maldade a Ló e sua família.


Vejo um Deus apressado em matar os ímpios.
Vejo também um Deus que foi paciente com o atraso da família de Ló.


Vejo um Deus tão justo que não deu mais uma nova chance para aquelas pessoas.
Vejo também um Deus que usou o pedido de Ló para não destruir Zoar.


Vejo um Deus que aniquilou a mulher de Ló quando saudosa da cidade ela se volta para Sodoma.
Vejo também um Deus justo buscando razões e legalidade para justificar pecadores quando tolerou as duas filhas de Ló, e ainda estendeu graciosamente o convite de salvação aos genros das filhas de Ló (Gn 19:12).


Vejo um Deus tão rigoroso que deixou Sodoma em ruínas, até os dias de hoje inabitada e ainda fedendo enxofre, como um monumento para que os homens o temam.

Vejo um Deus tão misericordioso que assim nos alerta sobre o futuro julgamento da Terra e nos convida ao arrependimento.


Vejo um Deus justo punindo cada um por seu próprio pecado.
Vejo também um Deus que faz que a justiça de um único homem justifique muitos.


Vejo um Deus tão Justo e Severo ao ponto de condenar eternamente pecadores ao inferno,
Vejo também um Deus tão amoroso ao ponto de sofrer essa condenação em nosso lugar.


Vejo um Deus que é pura Justiça
Vejo também um Deus que é puro Amor.


Vejo Jesus!


O antigo problema filosófico e lógico de como seria (e se seria) possível que Deus fosse totalmente justo e totalmente misericordioso, e de como um Deus justo poderia perdoar pecadores sem deixar de ser justo foi matematicamente demonstrado na cruz do calvário.


“Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus” (Romanos 11:22)


*Clique aqui para conhecer a revelação de Jesus em outros capítulos da Bíblia


 

0 comments:

Postar um comentário