sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 23: Um lugar para cair morto

A primeira vez que li esse texto me perguntei “Porque esse texto está na Bíblia?". O texto narra uma negociação de compra de um terreno para Abraão enterrar a falecida Sara. Por que isso é relevante?

Abraão aparece humilde diante dos hititas e deseja que lhe vendam um terreno para que seja o túmulo de Sara. A história se passa em Hebrom, e o texto faz questão de nos lembrar que Hebrom fica em em Canaã. Ou seja, Abraão está comprando um pequeno pedaço de terra no lugar onde Deus prometeu dar para ele, Sara e para sua descendência: A posse da terra prometida aparece relacionada ao momento da morte.


Deus havia prometido “Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus.” (Gênesis 17:8).

Um texto paralelo é encontrado em Apocalipse, onde os salvos por Cristo tomam posse da herança eterna, a terra prometida, a Canaã celestial:

“E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.” (Apocalipse 21:3)

Mais de 60 anos depois da promessa, Abraão ainda não tinha uma terra sua. Literalmente, Abraão ainda "não tinha nem onde cair morto”. Ninguém poderia dizer que a profecia se cumpriu na vida de Abraão e de Sara, pelo menos não nessa vida. E por isso a posse da terra era meramente simbólica e apareceu ligada a um momento de morte.

Num primeiro momento pode-se pensar que Efrom e os hititas estavam sendo extremamente generosos com Abraão, mas um olhar mais atento sugere que era uma mera negociação. É possível que Efrom de maneira muito educada, sabendo que Abraão era um homem muito rico, viu a chance de tirar-lhe muito dinheiro. Ele inclui junto da venda da caverna o campo próximo a ela, e quando perguntado sobre o valor da caverna, ele citou, supostamente como curiosidade, o montante de 400 siclos de prata. Não temos como comparar o valor daquela prata no dinhei­ro de hoje, mas comparando com os 17 siclos de prata que Jeremias pagou pela herdade em Anatote (Jr 32.9), o preço parece muito alto.
Abraão pagou e adquiriu legalmente o campo com a caverna de Macpela e sepultou nela Sara.


Mesmo diante da morte, Abraão continuava crendo que Deus era poderoso para cumprir a promessa de que ele, Sara e seus descendentes possuiriam aquela terra. A morte não teria a palavra final, o Dono da vida os ressuscitaria dos mortos. E a compra deste terreno, foi uma forma de Abraão ancorar sua descendência na Terra Prometida.

A compra do terreno foi pública, Abraão fez questão que houvesse muitas testemunhas (Gênesis 23:18). Semelhantemente Jesus pagou o preço pela nossa redenção na cruz, publicamente diante de muitas testemunhas.


Abraão pagou um preço altíssimo por um pedacinho da terra. Na cruz, Cristo pagou um alto preço em troca de gente não muito valiosa.


Abraão é reconhecido pelos hititas como Príncipe de Deus, mas se coloca de modo muito humilde diante dos hititas. Semelhantemente, mesmo sendo Filho de Deus, Cristo se colocou na posição mais baixa e humilde na sociedade.


Abraão pede um pedacinho que fica na extremidade da terra de Efrom, mas para o Cristo que descende de Abraão Deus disse: “pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão” (Salmos 2:8)


A compra do capítulo 23 foi simbólica, pois a terra que Deus prometeu para Abraão e a sua descendência é muito cara, e com nenhum recurso humano se pode comprar.


“Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (2 Pedro 3:13)



*Clique aqui para conhecer a revelação de Jesus em outros capítulos da Bíblia

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