sexta-feira, 22 de julho de 2022

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Charles Spurgeon: "você não é responsável além de suas possibilidades"

Um trecho do livro "Oração comunitária" de Charles Spurgeon:

“Você e eu não somos chamados para consertar o mundo e tampouco para deter o mar revolto do pecado humano. Não tentemos controlar o cetro divino: não nos cabe fazê-lo. É claro que você gostaria de endireitar as pessoas, tornar ortodoxos todos os pregadores. Contudo, meu irmão, a tarefa está além da sua capacidade. Preocupe-se com a retidão da sua vida, e esteja determinado a testemunhar de modo completo, honesto e obediente toda a verdade que você conhece. E permaneça nisso, porque você não é responsável além de suas possibilidades.” — Charles Spurgeon

sábado, 9 de julho de 2022

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 34: Cavalo de Troia

Imagino os judeus liderados por Moisés, prestes a entrar novamente na Terra Prometida,  lendo o capítulo 34 de Gênesis. Deve ter soado para eles como um alerta do perigo que o relacionamento próximo com os cananeus representava para o povo da aliança.


Jacó estava em segurança na Terra Prometida, a situação parecia tão confortável que Jacó e seus filhos estreitaram o relacionamento com os habitantes de Siquém. Um certo dia Diná, a única filha de Jacó, foi fazer amizade com as cananéias. E Siquém, príncipe da cidade, vendo a jovem abusou sexualmente dela. A palavra hebraica usada no texto indica que ela foi “humilhada/afligida”, Diná não havia consentido na relação. 


Hamor, pai de Siquém, tentou negociar um casamento arranjado com a família de Jacó, que ficou furiosa ao saber dos acontecimentos. Hamor faz uma proposta para a casa de Jacó: “Meu filho Siquém apaixonou-se pela filha de vocês. Por favor, entreguem-na a ele para que seja sua mulher. Casem-se entre nós; dêem-nos suas filhas e tomem para si as nossas. Estabeleçam-se entre nós. A terra está aberta para vocês: Habitem-na, façam comércio nela e adquiram propriedades". Então Siquém disse ao pai e aos irmãos de Diná: "Concedam-me este favor, e eu lhes darei o que me pedirem.” (Gênesis 34:8-11)


Talvez para alguns pode parecer uma boa proposta, ou uma boa solução, mas o problema é que isso tornaria Siquemitas e Israelitas o mesmo povo. Quando viesse o Messias, como saberíamos que ele realmente é um descendente de Abraão? A semente messiânica estaria ameaçada pelos casamentos mistos com os povos da terra. Além do mais, sabemos que mais tarde a cidade de Siquém se tornaria um centro do culto de Baal, essa aliança certamente faria os israelitas se aproximarem da idolatria e abandonarem o culto ao Deus verdadeiro.


Os filhos de Jacó oferecem uma condição para unir os dois povos, os siquemitas precisavam se circuncidar. Assim, todos os homens de Siquém se circuncidaram. No terceiro dia, quando as dores da circuncisão estavam mais fortes, Simeão e Levi mataram todos os homens de Siquém. Simeão e Levi usaram um sinal da aliança de Deus (Gn 17:11-14) para fazer o mal. Eles esvaziaram seu significado apresentando-a como um mero ritual religioso e ainda a usaram como instrumento de vingança. A punição imposta a Siquém por Simeão e Levi foi completamente excessiva, mesmo sob a interpretação da Lei Mosaica que foi instituída posteriormente (Dt 22:28,29). O ato deles nada tinha a ver com uma reparação razoável e justa do crime cometido contra Diná.
A atitude de ambos vai ser profundamente reprovada por Deus, ao ponto de ambos perderem a primogenitura e a proeminência sobre Israel, que recairá sobre Judá (de onde veio o Messias). Apesar dos erros humanos de todos os lados, os planos de Deus estavam se cumprindo e sendo reafirmados na história.


Há um paradoxo interessante. Em Abraão, a promessa era que “todas as nações da terra" seriam enxertadas na árvore israelita. Ao mesmo tempo, Israel aparece como um povo que precisa ser santo, e para não se contaminar com a idolatria e costumes dos outros povos, precisaria se manter longe deles. Como resolver esse problema? Como a salvação poderia chegar aos siquemitas? Como eles poderiam ser “enxertados” no povo da promessa?
Era necessário um israelita santo ao ponto de resgatar esses povos sem se contaminar com eles, alguém disposto a ser violentado por eles, algum representante que não fosse tentado pela idolatria e pela imoralidade sexual destes povos. Alguém que pudesse expiar o pecado deles e ensiná-los a viver na Lei de Deus. Quando na cruz, Jesus tomou sobre si os pecados e ofensas contra Deus, Cristo era tanto a parte ofendida pela profanação como também a parte destruída, como punição pela ofensa. Deus, ao despejar toda sua ira sobre Jesus, torna a cruz esse símbolo paradoxal de uma justiça implacável e ao mesmo tempo de um perdão implacável. Uma vez que toda dívida foi paga, na Cruz de Cristo, a Canaã celestial pode ser habitada por pecadores como eu e você. Pela fé em Jesus, judeus e não-judeus podem ser um só rebanho do Eterno.


"Portanto, não há distinção entre judeus e gentios, pois o mesmo Senhor é Senhor de todos e abençoa ricamente todos os que o invocam" (Romanos 10:12)

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 33: Eram 100 moedas

Jacó tinha tanto medo de Esaú que ele organiza estrategicamente sua família e todos os seus pertences em grupos, organizando-os por ordem de importância, deixando mais atrás aqueles que ele considerava mais importantes. Ficando ele próprio por último (Gn 32.22). Depois de ter um encontro com Deus, Jacó agora tem suas prioridades mudadas. Jacó quando vê Esaú se aproximando, se coloca na frente de todos. Um homem de verdade não usa sua família e os outros como escudo, mas deve protegê-la como Cristo protege a igreja e se entregou por ela. A mudança de comportamento de Jacó, nos mostra que ele saiu deste encontro com Deus realmente marcado, e muito mais parecido com Jesus.

Jacó se coloca humildemente diante de seu irmão, apresenta-se como um servo. Aquele homem que confiava na força do seu trabalho, agora reconhece ao seu irmão que sua prosperidade e filhos eram fruto de uma imerecida bondade de Deus (v.5).Jacó sabiamente ofereceu seus bens e posses como presentes para aplacar a ira de seu irmão. Jacó insiste para que Esaú aceite seu presente (v.11). Este no singular mesmo, pois o termo hebraico usado aqui é a mesma palavra que “benção”. Ou seja, Jacó estava “devolvendo” a bênção que havia roubado de Esaú. Jacó desistiu de sua bênção para que Esaú se reconciliasse com ele. Esta atitude inesperada demonstra o que o descendente perfeito de Jacó também faria milênios depois: Jesus abriu mão do seu direito de igualdade com Deus para reconciliar o mundo (2Co 5.16-21, Fp 1.6-8). Esaú aparentemente aceitou a oferta de Jacó como um pagamento pelo que o fizera. Esaú tinha seu interesse nos presentes que Deus poderia lhe dar, mas desprezava a herança pactual e o relacionamento com Deus (25.19-34; cf. Hb 12.16).

Na sequência, Jacó não aceita seguir com Esaú e decide ir para Siquém. Existe a possibilidade de Jacó ter enganado novamente Esaú, mas pelo contexto, parece mais provável que Esaú sabia que era uma forma polida de não contradizê-lo, e assim recusar a oferta de Esaú, sem provocar-lhe a ira. Jacó finalmente chega na terra prometida (Canaã), e compra um terreno dos filhos de Hamor pelo valor de cem moedas. No texto original podemos ler במאה קשיטה bemeah kesitah, uma moeda que tinha como nome “cordeiro”. E ele compra o direito de habitar na terra prometida com uma moeda carimbada com a figura de um cordeiro.


O meu desejo é que você, assim como Jacó, possa ter um encontro real com Jesus Cristo. Que o Espírito Santo te revele o descendente perfeito de Jacó, Aquele que pode aplacar a ira justa, de um Deus infinitamente Justo, contra os seus pecados. Que o Espírito Santo sopre, em sua mente e coração, o nome dAquele que foi na frente e apresentou-se a si mesmo como oferta pelo seu pecado. Mude sua vida, arrependa-se dos seus pecados, peça perdão para quem você ofendeu, para que o seu Pai celestial perdoe suas ofensas e como Jacó, agarre-se a Jesus com todas as suas forças (mesmo que ela seja pouca e insuficiente). Que esses símbolos que Deus deixou por toda a Bíblia, te ajudem a conhecer mais profundamente a história do Cordeiro que foi morto para comprar o seu direito de habitar eternamente na Terra Prometida.

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sexta-feira, 22 de abril de 2022

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 32: Jacó luta com Jesus

Jacó não é uma figura exemplar. Sua conduta e atitudes não eram a de um fiel servo do Senhor, não combinam com o que se esperaria de um descendente direto da promessa de Abraão, com alguém que o Senhor havia escolhido e confirmado o seu pacto. Dificilmente Jacó poderia ser considerado um mediador entre Deus e as diversas nações circunvizinhas, até porque parece que ele falhou neste papel em sua própria casa. Ele falhou miseravelmente como porta-voz de Deus e como intercessor. Jacó exibia o caráter da humanidade decaída no pecado que necessita de libertação e restauração de Deus. E a semente, chamada para servir, estava grandemente necessitada do próprio serviço que devia prestar. Deus havia dado família, bênçãos e prosperidade, mas agora Deus estava prestes a transformar o caráter de Jacó. Jacó se angustia com os 400 homens de Esaú que estão vindo contra ele, uma possível referência com a angústia da descendência de Israel no Egito por 400 anos (Veja meu comentário sobre Gênesis 15). Jacó prefigura o que o povo de Israel passaria ao longo de sua história, e se divide em dois bandos (Israel futuramente se dividiu em Reino do Norte e Reino do Sul). Assim como foi a conversão de Jacó, assim também será a conversão de Israel num futuro próximo (Romanos 11:26), e assim é a conversão de todos os crentes (O Israel espiritual). Jacó, acostumado a resolver as coisas pela sua própria força, pelos seus próprios meios, finalmente ora. Nesta oração Jacó reconhece ser indigno das misericórdias do Senhor. Jacó estava preocupado em ter de lutar com Esaú, mas o pior acerto de contas era com Deus. Jacó fez passar adiante tudo quanto possuía e ficou sozinho. Era apenas Deus e Jacó agora. E neste momento, um homem misterioso vem lutar com Jacó. No verso 24, o texto bíblico diz que era um homem (do hebraico “Ish”) que veio confrontar Jacó, já nos versos 28 e 30, este homem foi identificado como sendo o próprio Deus (אלהים, pronunciado "Elohim"). Quem seria este que é homem e ao mesmo tempo era Deus? Como você já pode imaginar, só poderia ser o próprio Deus-Homem, Jesus Cristo. Jesus muitas vezes foi identificado como O ANJO DO SENHOR, e neste sentido seria correto dizer que foi “o anjo” que lutou com Jacó. O profeta Oséias diz que “O ANJO” lutou com Jacó, mas não um anjo qualquer (Os 12:4). Um simples anjo é apenas um mensageiro de Deus e executor das suas ordens (Salmos 103:20,21), Um simples anjo não teria autoridade para abençoar por si mesmo alguém (versículo 29). E ninguém jamais viu a Deus, senão por meio do Deus-Homem (João 1:18). Jacó era um homem forte (Gn 29:10), acostumado a conquistar pela força do seu próprio braço. Aqui não foi diferente, mesmo avançado em idade ele resiste ao homem. Jacó “luta” com Deus durante toda a madrugada. O dia já raiava, era hora de Jacó seguir viagem. Então, o Deus-Homem apenas lhe tocou na articulação da coxa e deslocou a junta da coxa de Jacó (o centro da articulação de um lutador, v.31). Mesmo assim, Jacó parece insistir pedindo "Não te deixarei ir se não me abençoares", o profeta Oséias diz que Jacó ao lutar com o anjo “chorou e lhe pediu graça” (Oséias 12:4). O Deus-Homem pergunta “Qual o teu nome?”, ele respondeu "Jacó" (que significaria responder em português “Enganador”). Depois de uma resposta quase confessional, o Deus-Homem disse "Já não te chamarás Jacó, mas Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste" (v.28). Israel vem de um acróstico "Ki Sarita El" que significa "Príncipe de Deus", "Lutador de Deus" ou ainda "Deus luta". A mesma raiz no hebraico para "Iashar El", que significa "retificar" e "justificar". Daí que vem a palavra "Ieshurum" (Dt 32:14; Deut 33:5; Deut 33:26; Is 44:22) que significa "o Reto, o Justo" e sempre aparece se referindo ao Messias. A missão de Israel está ligada com a justificação e salvação do mundo. Embora pareça que Jacó e mais tarde todo o povo de Israel fracassaram na sua missão de abençoar/enxertar todas as nações da terra no Deus verdadeiro, na verdade essa missão foi cumprida plenamente no Messias. Portanto Israel cumpre sua missão na pessoa do Messias. Jesus Cristo é o descendente perfeito de Jacó que encarna a missão de Israel. Jesus Cristo também sob o mesmo cajado mantém dois bandos (que são o mesmo povo), tanto a igreja dos judeus, como a igreja dos gentios. Jesus, o príncipe de Deus, sendo o “Jacó perfeito”, ficou sozinho com Deus, e foi ferido e então teve vitória na cruz. E essa vitória resultou em reconciliação para o mundo. Que esse encontro na beira do rio Jaboque, um rio que deságua no Jordão, e o Jordão por sua vez simboliza Jesus (Jordão significa “Aquele que desce”), nos lembre que absolutamente tudo deságua em Jesus. Jacó até parece um homem do nosso tempo. Um homem comum com anseios comuns, com pecados comuns, com uma religiosidade mística e comum mas que não afeta seu caráter de modo profundo e significativo. Um homem acostumado a ganhar seu dinheiro, fazer suas coisas, e resolver seus problemas na força do próprio braço. A sua religião é meritocrática. Um homem que barganha e negocia boas obras em troca do favor divino (Gn 28:20-21). Mas um dia este homem em meio às preocupações da vida comum foi surpreendido por Deus. Aquele Deus subjetivo e distante, a realidade que não afetava sua vida cotidiana, agora se torna plenamente conhecido em Jesus Cristo e vem confrontá-lo e feri-lo. Para vencer essa luta, é preciso perder. Neste enfrentamento, o que se pensava forte percebe-se fraco, percebe sua dependência de Deus e em lágrimas clama por graça e misericórdia. Confessa seu real estado de engano e foi para sempre marcado por Deus. E assim Deus faz nascer um novo homem. “Vi Deus face a face e minha vida foi salva” (Gn 32:30).

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terça-feira, 22 de março de 2022

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 31: A Grande Reversão

A benção de Deus sobre Jacó se tornou motivo de incômodo para Labão. O avarento Labão fez de tudo para enganar Jacó, e por várias vezes mudou o salário de Jacó para o prejudicar por meio de acordos injustos. Mesmo por meio desses acordos injustos Deus fazia Jacó continuar prosperando. Todo o tempo de sofrimento na casa de Labão foi importante para forjar o caráter de Jacó, fazê-lo prosperar, e crescer a família da promessa. Deus apareceu para Jacó e ordenou que ele retornasse para a casa de seu pai. Jacó reuniu todos os seus pertences e se dirigiu à terra de Canaã (v18). Não sabemos porque Raquel levou consigo as imagens de escultura de seu pai. (v19), poderia ser por algum misticismo ou mesmo para futuramente requerer as propriedades de seu pai, por serem objetos diretamente associados ao direito de herança naquele tempo. Labão sente falta de suas imagens de escultura, e persegue Jacó, mas Deus aparece para Labão em sonho e ordena que ele não faça nada contra Jacó. Labão alcançou Jacó, e Jacó desabafa:

"Vinte anos estive com você. Suas ovelhas e cabras nunca abortaram, e jamais comi um só carneiro do seu rebanho. Eu nunca levava a você os animais despedaçados por feras; eu mesmo assumia o prejuízo. E você pedia contas de todo animal roubado de dia ou de noite. O calor me consumia de dia, e o frio, de noite, e o sono fugia dos meus olhos. Foi assim nos vinte anos em que fiquei em sua casa. Trabalhei para você catorze anos em troca de suas duas filhas e seis anos por seus rebanhos, e dez vezes você alterou o meu salário. Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão, o Temor de Isaque, não estivesse comigo, certamente você me despediria de mãos vazias. Mas Deus viu o meu sofrimento e o trabalho das minhas mãos e, na noite passada, ele manifestou a sua decisão" (Gênesis 31:38-42)


Não tendo do que acusar Jacó, Labão propõe um pacto de amizade entre eles. Após a irada discussão, eles curiosamente separaram-se em paz. Apesar de toda a maldade de Labão, e todas as injustiças contra Jacó, Deus fez prosperar o trabalho e a família de Jacó. Deus redirecionou toda a intenção maligna para o bem. Todo o sofrimento que Jacó passou, na verdade, estava colaborando para cumprir a promessa de fazer de Jacó uma grande nação.


Isso é plenamente visto na cruz de Jesus. Nunca houve algo mais injusto, covarde e cruel do que o assassinato do inocente Jesus de Nazaré, num complô que envolveu traição, depoimentos falsos, construção de uma narrativa mentirosa, tortura e humilhação pública. Mas por meio destes atos repugnantes, Deus cumpriu tudo aqui que havia prometido para Jacó. A vitória final de Cristo, começou com uma aparente derrota, numa vergonhosa cruz. Tendo começado pela humilhação e morte, Deus transformou todo sofrimento em benção para o mundo. Deus conseguiu da mais terrível abominação já cometida, do maior pecado de todos, Deus gerou benção e salvação para o mundo… Que isso nos lembre sempre, que não importa quão sombrias as coisas se tornem, não importa quão difícil seja a situação, Deus cumprirá seus bons propósitos. Deus é bom o tempo todo, e o mal não terá a palavra final.

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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 30: As 12 tribos de Israel

Raquel e Lia retomam a competição infantil e desequilibrada por filhos. Elas chegam ao ponto de oferecerem suas servas ao marido, como uma forma de gerarem filhos para elas indiretamente. E apesar desta competição pecaminosa, os planos de Deus estavam progredindo, e a descendência de Jacó cresceu muito rápido em virtude dessa competição entre as irmãs. Vemos os pecados do coração de cada personagem, inclusive do próprio Jacó, que não confiando na suficiência da promessa de Deus recorreu a superstição para tentar prosperar. Certamente Deus reprova as atitudes dos personagens, mas por misericórdia, Ele escreve certo pelas nossas linhas tortas.

O amor de Jacó por Raquel é um tipo de amor de Cristo por sua Igreja. Mas quando a irmã, menos favorecida, recebeu uma bênção, "Raquel invejou sua irmã". Raquel tinha muitas provas do amor de Jacó, ela continuava sendo amada mesmo sem filhos. Mas ela foi dominada pelo egoísmo. Possivelmente ela sabia que quanto mais filhos ela tivesse, mais chances de ser ela a gerar a semente prometida. Os planos de Deus estavam indo adiante, os filhos do marido estavam crescendo, mas não eram por meio dela. De modo similar, nós precisamos tomar cuidado para não sermos invejosos e egoístas ao não reconhecermos, ou não nos alegrarmos no trabalho que Deus tem feito por meio de outras pessoas, no qual não participamos. Sob o pretexto do nosso amor e zelo para com Deus, mascaramos nossa inveja e egoísmo, e não aceitamos o jeito ou pessoas que Deus escolheu para cumprir seus propósitos. A perseguição dos mestres judeus contra Jesus ou a não aceitação do profeta Jonas em relação ao arrependimento dos ninivitas são exemplos claros disso. O problema está na falta de total aceitação da vontade de Deus. Nem os sucessivos erros humanos puderam atrapalhar os planos de Deus, o plano de salvação seguia em frente. E mesmo partindo de um contexto de brigas e contendas, veja que interessante o significado dos nomes dos doze patriarcas: Rubem: Olhem o Filho! Simeão: Aquele que escuta. Levi: Une ou que faz a ligação. Judá: Louvado Dã: Juiz Naftali: Aquele que luta, guerreiro. Gade: Sorte ou Fortuna Asser: Felicidade Issacar: O pagamento de Deus Zebulom: Presente José: que Deus multiplica (ou acrescentar) Benjamim: Filho da destra Que diante de tantos erros humanos você encontre refrigério para sua alma ao OLHAR PARA O FILHO DE DEUS (João 12:45), Jesus é AQUELE QUE ESCUTA nossas orações (Mateus 28:20). Ele é o caminho pelo qual os pecadores como Jacó, Raquel, Lia, eu e você, podemos ser UNIDOS a Deus novamente (Efésios 2:16). Jesus é Deus e é digno de ser LOUVADO (Apocalipse 5:12). Ele é o nosso JUIZ e Dele virá a nossa justiça. Jesus é o Senhor dos Exércitos (Salmo 24:10), o GUERREIRO mais valente que repreendeu Satanás (Lucas 11:22) e venceu a guerra que era nossa. Jesus é a nossa única FORTUNA (Salmo 16:2), a nossa riqueza insondável (Romanos 11:33). Jesus é a nossa ALEGRIA constante e plena (Salmo 16.11). Jesus foi O PAGAMENTO DE DEUS pelos nossos pecados (Colossenses 2:13-15). Jesus é o PRESENTE de Deus (João 3:16) para os arrependidos e humildes de espírito. Jesus é o único filho de Deus, pelo qual DEUS MULTIPLICOU/ACRESCENTOU e fez, em Cristo, surgir uma multidão de filhos (Isaías 53:10). E por meio de Cristo, povos e nações que estavam longe de Deus, foram acrescentados na comunidade de Israel (Efésios 2:11-22). Jesus é o “FILHO DA DESTRA” pois está assentado à destra de Deus-Pai de onde governa toda a criação (Salmos 110:1). No judaísmo, o número 12 simboliza a totalidade, inteireza e a realização do propósito de Deus no tempo/na história. É considerado o número da perfeição governamental de Deus. A origem desse simbolismo com o número 12 está ligada ao tempo e calendário agrícola do povo de Israel, 12 meses do ano e os dois períodos de 12 horas no dia. Jesus ao convocar 12 apóstolos para lançar os fundamentos da igreja, estava fazendo assim uma correspondência no Novo Testamento com as 12 tribos de Israel. Jesus estava iniciando a restauração do Israel de Deus. O Deus que governa a história, marcava uma nova fase na história da redenção.

“Venha, eu lhe mostrarei a noiva, a esposa do Cordeiro". Ele me levou no Espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus. Ela resplandecia com a glória de Deus, e o seu brilho era como o de uma jóia muito preciosa, como jaspe, clara como cristal. Tinha uma grande e alta muralha com doze portas e doze anjos junto às portas. Nas portas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel. Havia três portas ao oriente, três ao norte, três ao sul e três ao ocidente. A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Apocalipse 21:9-14)

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 29: Lia, a mulher desprezada


Nas pessoas mais improváveis e desprezadas, Deus costuma fazer coisas grandes e especiais. Ele nos surpreende e humilha nossa arrogância e pretensa sabedoria. Jacó foi recebido por seu tio Labão (29.14) que, sete anos mais tarde, enganosamente deu-lhe Lia, sua filha mais velha, como esposa, em lugar de Raquel, a filha mais nova (29.18,19). Por uma ironia, o enganador Jacó foi enganado de modo muito parecido com o que havia feito com seu pai. Para o avarento Labão, tudo era negócio. Labão abre mão do relacionamento familiar com Jacó, reduzindo tudo a um mero acordo salarial. Labão trata as próprias filhas como mercadoria, isso fica ainda mais claro quando olhamos para o significado do nome delas (vaca e ovelha). Labão também não foi sábio em guiar suas filhas e em evitar a comparação entre elas. Sua atitude ao arranjar o casamento delas foi de um pai que pensava que a única maneira de arrumar um casamento para Lia (que era mais feia) seria enganando alguém e fazendo esse alguém se casar com ela. Um pai materialista, imprudente e idólatra. Jacó finalmente se casa com sua amada Raquel, e acidentalmente acaba se casando com Lia também. O livro de Gênesis, embora não condene expressamente a poligamia, como em outros lugares da Escritura Sagrada, mostra diversas vezes os problemas decorrentes deste tipo de relacionamento. Neste caso vemos que o marido tinha uma esposa preferida, e a outra que não era tão bonita, era desprezada. Os comentários de Lia quando deu o nome a seus três primeiros filhos mostram uma mulher carente e desejosa do amor de seu marido. Ela deu o nome de Rúben (de “ver”) ao seu primogênito, dizendo: “O Senhor viu a minha infelicidade. Agora, certamente o meu marido me amará” (Gn 29.32). O nome de seu segundo foi Simeão (de “ouvir”). Lia lamentou: “Porque o Senhor ouviu que sou desprezada, deu-me também este. Pelo que o chamou Simeão” (Gn 29.33). Ao terceiro chamou Levi (de “apegar”). É de partir o coração ler sobre o lamento de Lia: “Agora, finalmente, meu marido se apegará a mim, porque já lhe dei três filhos” (Gn 29.34). Mas alguma coisa mudou com a chegada do quarto filho. Lia que estava buscando a aceitação do seu marido, agora muda o foco e ajusta o foco da sua vida para Deus: “Engravidou ainda outra vez e, quando deu à luz mais outro filho, disse: Desta vez louvarei ao Senhor. Assim deu-lhe o nome de Judá (de “louvor”)” (Gn 29.35). Lia decide não condicionar sua alegria aos homens, ou as duras circunstâncias da vida, Deus e somente Ele deveria ser a alegria da sua vida. Lia aprendeu aquilo que Deus está ensinando a todos nós: a verdadeira alegria da vida é encontrada no Senhor somente. A verdadeira alegria é o Senhor. O nome Judá vem do hebraico Yehudah e significa “Louvado”. O nome está relacionado (pronúncia parecida) com a palavra mais usada na Bíblia para louvor ao Senhor (yadâ). Este verbo é traduzido como agradecer, mas seu significado mais apropriado é agradecer publicamente (SI 118.1). Lia e Jacó (Gn 49.8) vinculam o nome Judá ao louvor a Yahweh. E foi de Judá, segundo a carne, que Cristo veio ao mundo. A história de Lia nos aponta para o seu principal descendente que é Cristo: Jesus não tinha nenhuma beleza, foi o mais desprezado de todos os homens, como um de quem os homens escondiam o rosto, Jesus sabia o que era sofrer. (Isaías 53:2,3). Jesus também foi entregue por um acordo comercial (Mateus 26:15). Jesus, o descendente de Lia, seja eternamente louvado. Ele é o nosso louvor, e nosso maior motivo de gratidão a Yahweh. Todo o louvor deve estar centralizado em Cristo, como objeto, motivo e mediador de nosso louvor. Cristo já foi gerado em seu interior? Esta vez louvarei ao Senhor!

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quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 28: A escada até Deus

No Talmud, um livro da tradição judaica, o Rav Ben Abba (em nome do Rav Yochanam) diz que “Todas as profecias dos profetas apontam somente para os dias do Messias” (Sanhedrin 991a). Sendo assim, toda a Torá como um livro profético aponta para o Messias prometido. Judeus e cristãos precisam concordar: o Messias tem um papel central em toda a Escritura Sagrada. Uma centralidade tão grande que seria problemática se o Messias não fosse o próprio Deus encarnado. Neste capítulo não é diferente. Isaque se rende à vontade de Deus e reafirma a bênção sobre Jacó. Agora, de maneira direcionada e explícita, reconhece o decreto de Deus de que Jacó seria o legítimo herdeiro da promessa de Abraão. Assim o texto confirma Jacó como o precursor da linhagem da promessa. E por outro lado, confirma Esaú como sendo da linhagem da serpente (Gênesis 3:15), visto seu comportamento em desonrar os pais, de não se importar com a vontade de Deus e casar-se por “birra” com esposas de costumes idólatras, ele simboliza assim aquelas pessoas não alcançadas pela graça de Deus e que estão em constante estado de rebelião contra Deus e indiferentes às suas leis. Jacó inicia sua peregrinação para Padã-Arã, sozinho e aflito. Num lugar qualquer no meio do caminho, se deitou e usou uma pedra como travesseiro. Jacó tem um sonho profético, e neste sonho ele viu uma escada que ligava os céus e a terra, a escada “foi posta na terra”, Deus a colocou ali. Aquela escada era o eixo central entre céus e a terra, o ponto de ligação entre Deus e os homens. Os anjos subiam e desciam por essa escada. O texto diz que “Perto dele estava o Senhor”, semelhante a segunda revelação de Deus em Betel (35.13), o texto indica que Deus “desce” e se aproxima de Jacó. Jacó chamou aquele lugar de Betel (Bêṯ-ʼĒl, que significa "Casa de Deus"). Poderíamos dizer que esta escada é o oposto da Torre de Babel, na torre de Babel os homens tentam alcançar Deus por seus próprios meios, mas no Evangelho é Deus que alcança os homens. Quem conhece o Novo Testamento já deve estar espantado com as semelhanças. Jesus é o Deus que desceu (João 6:33). Ele não ficou no alto e sublime trono, mas desceu para habitar com o humilde e aflito de espírito (Isaías 57:15). Jesus é Deus conosco, Ele está perto (Lucas 1:31). Jacó estava em um lugar qualquer, mas Cristo torna tudo diferente. Jesus é a escada que une um pecador como Jacó com um Deus Santo, sem que Jacó fizesse qualquer coisa para merecer, unicamente por misericórdia. Jesus é quem envia os seus anjos como "espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação" (Hebreus 1:14).

“Jesus respondeu: [...] Coisas maiores do que estas verás. Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.” (João 1:50,51)

Deus reafirma com Jacó a aliança que fez com Abraão e Isaque, e promete: “Todos os povos da terra serão abençoados por meio de você e da sua descendência (ou semente)” (Gn 28:14). Agora o próprio Deus confirma que Jacó é o portador da linhagem santa que trará o Messias ao mundo. Em hebraico a raiz da palavra abençoar é a mesma da palavra enxertar. Este episódio está muito ligado à missão de Israel. A profecia de Isaque sobre Jacó, era “que você se torne uma comunidade de povos” (Gênesis 28:3). Está muito claro que Deus nunca quis escolher uma etnia na Terra e condenar todas as outras, pelo contrário, era para Israel trazer a luz para as demais nações e povos, era para preparar o caminho para o Messias. E a missão do Messias, descendente de Israel, era unir os dois mundos, unir os céus e a terra, o Deus Santo e os pecadores, enxertar pessoas e povos que estão desligados de Deus. Foi isso que Jesus Cristo fez. Jesus Cristo, o judeu descendente de Jacó, foi único o em toda a história de Israel que levou a bilhões de não-judeus de todas as nações (incluindo eu, 2 mil anos depois em terrras tupiniquins) o conhecimento da Torá, e do Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Não apenas um conhecimento teórico, mas uma vida de relacionamento verdadeiro com Deus. Israel nos deu Jesus Cristo, e Jesus nos ligou às promessas de Deus. E o mais importante: Jesus nos ligou novamente a Deus.

“Portanto, lembrem-se de que anteriormente vocês eram gentios por nascimento e chamados incircuncisão pelos que se chamam circuncisão, feita no corpo por mãos humanas, e que naquela época vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo. Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo a lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade. Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito. Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor. Nele vocês também estão sendo juntamente edificados, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito.” (Efésios 2:11-22)