Jesus em Gênesis 50: O Clímax da Graça
O livro do Gênesis que havia começado com a origem da luz e da vida, agora neste último capítulo termina com trevas e morte. Desde a entrada do pecado no mundo no capítulo 3, o livro de Gênesis se desenrola como uma espiral decrescente em que a humanidade vai se desenvolvendo no pecado e se profissionalizando em sua rebelião contra Deus. Mas Deus faz algumas intervenções nessa história. O dilúvio, o chamado de Abraão e a eleição de José são alguns exemplos da resposta de Deus num mundo caótico. Sendo bem genérico, Gênesis gasta 2 capítulos para falar da criação do mundo, no capítulo 3 o pecado entra no mundo, e o resto dos capítulos é contado a história da família de Jacó. A importância dessa família é evidente: por meio dela virá o descendente de Eva que resolverá o problema do pecado.
O patriarca Jacó é sepultado com as pompas e a honra de um chefe de Estado. Todos os seus filhos subiram para Canaã, os representantes de cada tribo de Israel juntamente com os egipcios (representante dos povos gentios). Jacó foi honrado pelos méritos de um de seus descendentes, que era José (um símbolo do Messias), e não por méritos próprios. Quando vemos as palavras de Isaías 60:1-12, vemos que de maneira análoga a nação de Israel seria honrada pelos povos gentios por causa do Messias, o Santo de Israel. Jesus trouxe honra para Israel assim como José trouxe honra para Jacó.
Com a morte de Jacó, os irmãos de José pensaram que José poderia se vingar agora que seu pai estava morto, mas José os tranquiliza e os assegura de que não os puniria, pelo contrário, os sustentaria no Egito. José, como um símbolo do Messias, nos mostra nessa atitude o que é agir com graça. Geralmente traduzimos a palavra “Graça” para o português como “favor imerecido”, mas na verdade é muito mais que isso. Favor imerecido é presentear alguém que não se esforçou pra receber aquela benção, isso é um favor imerecido, mas ainda não é Graça. Graça é abençoar quem merece maldição, é presentear quem merece castigo, é dar o céu pra quem não só não batalhou pelo céu mas também é digno do fogo do inferno. Graça é favor imerecido para quem merece o contrário. José demonstra graça com seus irmão, não apenas por não puni-los, mas ainda ao abençoá-los garantindo-lhes a provisão.
José reconhece que, apesar de seus irmãos terem planejado o mal contra ele, Deus transformou essa situação em algo bom, permitindo que José salvasse muitas vidas. Os versiculos 19 ao 21 são o resumo e o clímax da história de José e o alge do livro de Gênesis: só Deus pode perdoar pecado e cobrir a culpa do homem pecador, e a providência divina conduz tudo, tornando os maus propósitos dos homens em bem. Deus sabe escrever certo por meio das nossas linhas tortas. E a cruz é o maior exemplo disso.
E por fim José, antes de morrer, pede que seus ossos sejam transportados para a Terra Prometida. Os ossos de José seriam retirados do Egito por Moisés (Êx 13.19) e, mais tarde, foram sepultados em Siquém (Js 24.32).
Eles não deveriam ter esperanças de fixar-se ali, nem considerar o Egito como seu descanso final. Eles deveriam concentrar seus corações na terra da promessa, e chamá-la de seu lar. Pela fé José, próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel, e deu ordem acerca de seus ossos (Hebreus 11:22).
José depois de morto foi colocado em um caixão no Egito, mas não foi sepultado lá. Aqui está a última semelhança entre Jesus e José: Nenhum dos dois foram sepultados um ano depois da sua morte. No costume judaico, especialmente no primeiro século, somente no dia em que os ossos eram depositados nos ossuários de pedra, cumpria-se literalmente a expressão que dizia "o morto finalmente encontrou os seus mortos". E somente nesse dia, tinha-se cumprido o rito do sepultamento. Ou seja, a pessoa só era de fato sepultada por completo um ano depois da sua morte. Embora de forma tardia, o corpo de José foi sepultado alguns séculos depois. Mas no caso de Jesus, os estudiosos apontam como uma forte evidência da ressurreição de Jesus, pois ninguém realizou seu sepultamento um ano depois, porque obviamente não havia corpo para sepultar.
Durante o período de peregrinação no Egito, os ossos de José se tornaram um símbolo da esperança do retorno para a Terra Prometida. E por meio da morte de Cristo, ao contemplarmos aquela cruz (agora vazia) e aqueles ossos não quebrados, Deus plantou a esperança do nosso retorno ao lar definitivo, a Terra Prometida, a Nova Jerusalém Celestial. Ainda não chegamos em casa.
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