sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Um acordo de Indiferença no Ensino Superior


Tive um professor russo que dizia que no Brasil os alunos eram muito passivos comparados com os alunos russos. Segundo ele, os brasileiros ficam calados mesmo quando não estão entendendo nada.
Estudo em uma universidade bem conceituada, e mesmo lá, é muito comum ver os alunos calarem-se quando não entendem a matéria. Mesmo quando o professor pergunta: "Alguém tem alguma dúvida?".
Meus amigos de outras universidades convivem com a mesma realidade. No ensino básico o cenário não é muito diferente. Professores desmotivados fingem que ensinam enquanto os estudantes desmotivados fingem que aprendem.
Os alunos ficam indiferentes na sala. E os professores parecem preocupados em passar o conteúdo programático, sem a preocupação de como passar esse conteúdo. Criou-se uma cultura errada na sala de aula, a cultura da indiferença e mediocridade.
As vezes os alunos tem medo de perguntar. Ora, e quem pode condená-los? Somos seres essencialmente sociáveis, qualquer pessoa tem preocupação com a humilhação e opinião alheia (claro que em diferentes graus). Hipocrisia dizer que não.
Quantas vezes vi professores dando respostas grosseiras ou vexatórias ao aluno que fez uma "pergunta boba". Nem preciso dizer que esses alunos, quase sempre não levantavam mais a mão para perguntar.
Eu me considero um aluno participativo, não tenho dificuldades de falar em público, mas ainda sim, só me senti totalmente a vontade de fazer qualquer pergunta que "viesse a cabeça", quando fiz uma disciplina, onde eu era o único aluno da sala. Foi uma experiência interessante, o professor adequou o conteúdo as minhas particularidades de aprendizado. A aulas eram sempre produtivas, não restavam quaisquer duvidas, ele dava listas de exercícios de acordo com a minhas dificuldades pessoais. Claro que em 99%, não dá  pra chegar nesse nível de particularidade, contudo, o professor também não precisa chegar na sala e "vomitar" o conteúdo, fazendo vista grossa para as dificuldades pessoais dos alunos.

Vejam esse vídeo, foi brilhantemente nomeado de ‘Ignorância Plural’. Os alunos ouvem por vários minutos, sem saber, um texto produzido pelo computador para soar corretamente mas NÃO faz NENHUM SENTIDO. O curioso é que ninguém se manifesta.

Mas não adianta culpar apenas os professores. As aulas podem ser melhores, os cursos podem ser melhores, a didática pode e deve ser melhorada. Mas não adianta, o aprendizado é um processo ativo. Sem disciplina, foco e muuuuita dedicação, não há aprendizagem.

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