domingo, 15 de dezembro de 2013

Visita à primeira Fábrica no Brasil: A origem da indústria açucareira


No último sábado, eu participei de uma visita ao Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmo - Base avançada de Pesquisa, Cultura e Extensão da USP - é um órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo, situado na divisa entre os municípios de Santos e São Vicente no estado de São Paulo.
É o  primeiro engenho de açúcar do país, e sua data de construção remonta a 1534. Sendo assim a primeira fábrica que se tem noticia no Brasil.
O engenho de São Jorge dos Erasmos, em Santos (SP), construído no século 16, se encontra em ruínas, mas é uma relíquia arqueológica capaz de oferecer explicações sobre as origens da indústria brasileira e sobre o cotidiano do trabalho no início da ocupação portuguesa do país.

Doado à USP em 1958, desde 2004 desenvolve vários programas educacionais que buscam viabilizar o conhecimento a partir da interdisciplinaridade, em vista do contexto histórico, geográfico, arqueológico, social e ambiental em que as Ruínas estão inseridas.
O Engenho é um polo de realização de múltiplas atividades profissionais e nele trabalham e se aperfeiçoam Historiadores, Filósofos, Arqueólogos, Geógrafos, Biólogos, Engenheiros, Arquitetos, Jornalistas e Educadores das mais diversas áreas.

O engenho pode fornecer "provas materiais" do início do primeiro projeto de colonização oficial do Brasil, a cargo de Martim Afonso de Sousa. Pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade Católica de Santos pretendem juntar aos textos objetos que documentam a vida cotidiana e o trabalho dos primeiros senhores de engenho do país. O terreno do engenho foi tombado em 1974 pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo). Apenas em 1996 começaram os trabalhos de prospecção das ruínas.
O engenho foi batizado como engenho de São Jorge dos Erasmos depois de ter sido adquirido pela empresa Erasmo Schetz e Filhos. Erasmo Schetz, banqueiro e proprietário de navios em Amsterdã, comprou as partes de cada um dos sócios em 1544 e tornou-se o único proprietário do engenho. O período áureo do engenho de São Jorge dos Erasmos teria ocorrido sob a administração dos Schetz, que, de acordo com documentos históricos, manteve a produção de açúcar no local pelo menos até 1580. No início do século 17, o engenho começou a sofrer os efeitos da decadência da cultura do açúcar no país. Por volta de 1615, a edificação teria sido destruída por um incêndio provocado pelo pirata holandês Joris Spilbergen. O engenho é considerado o único no Brasil, e talvez, no mundo, em estilo açoriano (dos Açores), onde os portugueses desenvolveram a indústria açucareira. Segundo relatório de 1966 do arquiteto Luís Saia, a característica açoriana do engenho é dada pela construção aglutinada, com todas as instalações sob um mesmo teto. Os engenhos nordestinos, posteriores ao dos Erasmos, tinham edificações separadas para cada função, estilo próprio dos engenhos brasileiros.



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