quinta-feira, 4 de maio de 2023

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 36: O Niilista Pré-Moderno


Gênesis vem desenvolvendo a história de Jacó até aqui, mas neste capítulo abre-se um parênteses para relatar a descendência de Esaú. Alguns paralelos são feitos indiretamente entre ambos. Jacó teve seu nome mudado para Israel (que falamos no comentário de Gênesis 32, tem haver com a missão do Messias de justificar e retificar, fazendo a ponte entre Deus e os homens), enquanto Esaú tem seu nome mudado para Edom (que significa “vermelho”, uma lembrança de quando Esaú trocou a benção de Deus por um prato de guisado vermelho (Gn 25:34). “Esta é a história da família de Esaú, que é Edom” (Gênesis 36:1). Tanto Jacó quanto Esaú têm 12 filhos.

Esaú não se importava com as verdades eternas de Deus. O seu “deus” era o próprio ventre. Esaú queria as bênçãos decorrentes da aliança, mas não tinha interesse no Deus da Aliança. Era um homem imediatista, entregue aos prazeres da carne, sem preocupação pelas promessas e pela glória futura, escravo dos seus olhos, ansioso por riquezas, escolheu suas mulheres sem considerar a vontade de Deus, estava disposto a tudo por poder e posses.


No verso 6, a profecia de Isaque se cumpriu sobre Esaú/Edom pela primeira vez (haverá outras): “Então Isaque, seu pai, disse: Sua habitação será longe dos lugares férteis da terra, longe do orvalho que cai do alto. Você viverá da sua espada e servirá o seu irmão; quando, porém, você se libertar, sacudirá do seu pescoço o jugo dele” Gênesis 27:39-40.


Esaú conhecia as profecias sobre a terra prometida, ele sabia que a descendência espiritual de Abraão herdaria aquela terra. Ele também sabia que não bastava ser descendente “fisicamente” de Abraão, haja vista que seu tio Ismael não pertencia à linhagem da promessa. Ao abandonar a terra prometida, Esaú está se desvinculando por completo do povo da aliança, e ao mesmo tempo reconhecendo implicitamente Jacó como o sucessor legítimo de seu pai Isaque. Esaú certamente sabia que se permanecesse seria servo de Jacó. Ele muda-se para Seir, longe das terras férteis de Canaã. Assim, os Edomitas, descendentes de Esaú, se desenvolveram como conquistadores militares que cresceram por meio da violência, saqueando outros povos. Cumprindo a profecia de Isaque.


Analisando a descendência de Esaú, percebe-se um afastamento progressivo de Deus. O nome de um dos filhos de Esaú é Reuel que significa amigo de Deus, se referindo ao Deus de Abraão e Isaque. Olhando os nomes subsequentes, percebemos um esquecimento do Deus da aliança e aparecimento de nomes em homenagem aos ídolos pagãos, como Baal-Hanã em homenagem a Baal. Ao ponto dos Edomitas se tornarem completos inimigos do povo de Deus.


Edom se tornou um povo forte e poderoso, militarmente temível. Na contramão da descendência de Jacó, pastores de ovelhas, que estavam prestes a se tornar escravos. Assim também aconteceu com a linhagem de Caim quando comparado com a linhagem de Sete, os filhos da promessa novamente parecem estar em desvantagem. Imagine os hebreus lendo sobre o poderio dos reis de Edom, enquanto eles foram feitos escravos no Egito; certamente foi necessário fé no caráter de Deus e na sua aliança.


A descendência da serpente (G.3.15) parecia prosperar, e a abençoada linhagem messiânica parecia não tão abençoada assim. A linhagem da serpente sempre agiu para combater e aniquilar a linhagem do Messias: 500 anos depois no caminho da terra prometida, os edomitas impedem Israel de passar para Canaã (Números 20). Saul precisou lutar contra os edomitas, Davi subjugou eles, tornando Edom uma nação vassala, mas eles novamente “sacudiram do pescoço o jugo deles”. Malaquias tem profecias contra Edom, boa parte do livro de Obadias são maldições contra Edom. Quando os filhos de Jacó foram atacados pela babilônia, os edomitas fecharam as estradas e entregaram os filhos de seu irmão para o cativeiro. Mas a maior tentativa de aniquilar a semente messiânica ainda estava por vir, e foi dada pelo rei Herodes (filho de um idumeu, da terra de Edom), quando era rei da Judéia, ele soube que o Rei dos Reis prometido nas escrituras judaicas havia nascido, e mandou matar todas as crianças abaixo de 2 anos em Belém.

Israel permaneceu, mas Edom já não existe mais. E aquela singela, pobre e humilde linhagem do Messias cresceu e se espalhou alcançando, pelo evangelho, todas as nações da terra, contra todas as probabilidades e conquistando, inclusive, o coração de muitos descendentes de Esaú.

*Clique aqui para conhecer a revelação de Jesus em outros capítulos da Bíblia

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