A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 43: O Fiador
Os filhos de Jacó estavam tentando convencer seu pai a deixá-los levar Benjamim para o Egito. As palavras de Judá são ainda mais corretas do que as de Rúben (Gn 42:37). Rúben tinha prometido a vida de seus dois filhos, caso não lhe fosse possível trazer a Benjamim, são e salvo ao pai (42.37). E isso não convenceu Jacó. Mas Judá coloca a si mesmo como garantia de um pacto. A partir desse momento, Judá passou a ser porta-voz de seus irmãos (cf. v. 8-10; 44.14-34; 46.28). Sua tribo passaria a ter preeminência entre as 12 (v. 49.8-10).
Judá toma a frente e diz para Jacó: “Eu sou fiador dele (o verbo transmite a ideia de trocar de lugar com outro) a mim me pedirás conta dele: se eu não o devolver a ti e o puser diante de ti serei para ti o culpado todos os dias”. Literalmente, “eu serei um pecador” (isto é, sujeito a castigo como pecador). Judá quer dizer que se não voltar com Benjamim terá quebrado sua promessa e será culpado de uma grave transgressão contra seu pai. Vem-nos, imediatamente ao pensamento o divino Descendente de Judá, quando refletimos no emprego da palavra “culpado” (“pecado”, em hebraico hatta). Cristo deu a sua vida “como oferta pelo pecado” (Is 53.10) e “foi feito pecado por nós” (2 Co 5.21) a fim de que pudesse levar-nos salvos para o Pai Celestial. Este momento em que Judá se coloca como um fiador é uma prefiguração da obra de redenção realizada por Jesus no Novo Testamento. Na trama, emerge a figura de Judá como um exemplo marcante de substituição. No capítulo seguinte, diante da iminente ameaça à vida de seu irmão Benjamim, Judá se apresenta voluntariamente para ocupar o lugar do irmão, e tornar-se escravo no Egito. Essa decisão não apenas revela a profunda preocupação de Judá com o bem-estar de seu pai Jacó, mas também destaca uma notável disposição para assumir a culpa e as consequências em favor de outro. Essa atitude de Judá encontra ressonância na mensagem central do Evangelho, onde Jesus, o Filho de Deus, se apresenta como o supremo substituto.
O paralelo entre Judá e Jesus se torna evidente quando observamos a disposição de ambos para assumir a culpa em prol de outros. Assim como Judá ofereceu sua liberdade para garantir a segurança de Benjamim, Jesus ofereceu sua vida na cruz para redimir a humanidade do peso do pecado. A substituição de Judá, embora nobre e comovente, é limitada e temporária. Por mais bem intecionado que Judá estivesse, ele não poderia realmente garantir que Benjamim voltaria aos braços do pai. No entanto, tal disposição aponta para a substituição definitiva realizada por Jesus. Em sua morte na cruz, Jesus não apenas assumiu a culpa, mas também proporcionou perdão, reconciliação e salvação eterna. Ao contemplarmos o capítulo 43 de Genêsis e compararmos com a obra de Jesus, somos lembrados do extraordinário amor de Deus manifesto na substituição que nos oferece vida e um caminho seguro de volta para o Pai.
“Jesus transformou-se, por essa razão, no fiador de uma aliança superior.” (Hebreus 7:22)
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