terça-feira, 22 de março de 2022

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 31: A Grande Reversão

A benção de Deus sobre Jacó se tornou motivo de incômodo para Labão. O avarento Labão fez de tudo para enganar Jacó, e por várias vezes mudou o salário de Jacó para o prejudicar por meio de acordos injustos. Mesmo por meio desses acordos injustos Deus fazia Jacó continuar prosperando. Todo o tempo de sofrimento na casa de Labão foi importante para forjar o caráter de Jacó, fazê-lo prosperar, e crescer a família da promessa. Deus apareceu para Jacó e ordenou que ele retornasse para a casa de seu pai. Jacó reuniu todos os seus pertences e se dirigiu à terra de Canaã (v18). Não sabemos porque Raquel levou consigo as imagens de escultura de seu pai. (v19), poderia ser por algum misticismo ou mesmo para futuramente requerer as propriedades de seu pai, por serem objetos diretamente associados ao direito de herança naquele tempo. Labão sente falta de suas imagens de escultura, e persegue Jacó, mas Deus aparece para Labão em sonho e ordena que ele não faça nada contra Jacó. Labão alcançou Jacó, e Jacó desabafa:

"Vinte anos estive com você. Suas ovelhas e cabras nunca abortaram, e jamais comi um só carneiro do seu rebanho. Eu nunca levava a você os animais despedaçados por feras; eu mesmo assumia o prejuízo. E você pedia contas de todo animal roubado de dia ou de noite. O calor me consumia de dia, e o frio, de noite, e o sono fugia dos meus olhos. Foi assim nos vinte anos em que fiquei em sua casa. Trabalhei para você catorze anos em troca de suas duas filhas e seis anos por seus rebanhos, e dez vezes você alterou o meu salário. Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão, o Temor de Isaque, não estivesse comigo, certamente você me despediria de mãos vazias. Mas Deus viu o meu sofrimento e o trabalho das minhas mãos e, na noite passada, ele manifestou a sua decisão" (Gênesis 31:38-42)


Não tendo do que acusar Jacó, Labão propõe um pacto de amizade entre eles. Após a irada discussão, eles curiosamente separaram-se em paz. Apesar de toda a maldade de Labão, e todas as injustiças contra Jacó, Deus fez prosperar o trabalho e a família de Jacó. Deus redirecionou toda a intenção maligna para o bem. Todo o sofrimento que Jacó passou, na verdade, estava colaborando para cumprir a promessa de fazer de Jacó uma grande nação.


Isso é plenamente visto na cruz de Jesus. Nunca houve algo mais injusto, covarde e cruel do que o assassinato do inocente Jesus de Nazaré, num complô que envolveu traição, depoimentos falsos, construção de uma narrativa mentirosa, tortura e humilhação pública. Mas por meio destes atos repugnantes, Deus cumpriu tudo aqui que havia prometido para Jacó. A vitória final de Cristo, começou com uma aparente derrota, numa vergonhosa cruz. Tendo começado pela humilhação e morte, Deus transformou todo sofrimento em benção para o mundo. Deus conseguiu da mais terrível abominação já cometida, do maior pecado de todos, Deus gerou benção e salvação para o mundo… Que isso nos lembre sempre, que não importa quão sombrias as coisas se tornem, não importa quão difícil seja a situação, Deus cumprirá seus bons propósitos. Deus é bom o tempo todo, e o mal não terá a palavra final.

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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

11:32 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 30: As 12 tribos de Israel

Raquel e Lia retomam a competição infantil e desequilibrada por filhos. Elas chegam ao ponto de oferecerem suas servas ao marido, como uma forma de gerarem filhos para elas indiretamente. E apesar desta competição pecaminosa, os planos de Deus estavam progredindo, e a descendência de Jacó cresceu muito rápido em virtude dessa competição entre as irmãs. Vemos os pecados do coração de cada personagem, inclusive do próprio Jacó, que não confiando na suficiência da promessa de Deus recorreu a superstição para tentar prosperar. Certamente Deus reprova as atitudes dos personagens, mas por misericórdia, Ele escreve certo pelas nossas linhas tortas.

O amor de Jacó por Raquel é um tipo de amor de Cristo por sua Igreja. Mas quando a irmã, menos favorecida, recebeu uma bênção, "Raquel invejou sua irmã". Raquel tinha muitas provas do amor de Jacó, ela continuava sendo amada mesmo sem filhos. Mas ela foi dominada pelo egoísmo. Possivelmente ela sabia que quanto mais filhos ela tivesse, mais chances de ser ela a gerar a semente prometida. Os planos de Deus estavam indo adiante, os filhos do marido estavam crescendo, mas não eram por meio dela. De modo similar, nós precisamos tomar cuidado para não sermos invejosos e egoístas ao não reconhecermos, ou não nos alegrarmos no trabalho que Deus tem feito por meio de outras pessoas, no qual não participamos. Sob o pretexto do nosso amor e zelo para com Deus, mascaramos nossa inveja e egoísmo, e não aceitamos o jeito ou pessoas que Deus escolheu para cumprir seus propósitos. A perseguição dos mestres judeus contra Jesus ou a não aceitação do profeta Jonas em relação ao arrependimento dos ninivitas são exemplos claros disso. O problema está na falta de total aceitação da vontade de Deus. Nem os sucessivos erros humanos puderam atrapalhar os planos de Deus, o plano de salvação seguia em frente. E mesmo partindo de um contexto de brigas e contendas, veja que interessante o significado dos nomes dos doze patriarcas: Rubem: Olhem o Filho! Simeão: Aquele que escuta. Levi: Une ou que faz a ligação. Judá: Louvado Dã: Juiz Naftali: Aquele que luta, guerreiro. Gade: Sorte ou Fortuna Asser: Felicidade Issacar: O pagamento de Deus Zebulom: Presente José: que Deus multiplica (ou acrescentar) Benjamim: Filho da destra Que diante de tantos erros humanos você encontre refrigério para sua alma ao OLHAR PARA O FILHO DE DEUS (João 12:45), Jesus é AQUELE QUE ESCUTA nossas orações (Mateus 28:20). Ele é o caminho pelo qual os pecadores como Jacó, Raquel, Lia, eu e você, podemos ser UNIDOS a Deus novamente (Efésios 2:16). Jesus é Deus e é digno de ser LOUVADO (Apocalipse 5:12). Ele é o nosso JUIZ e Dele virá a nossa justiça. Jesus é o Senhor dos Exércitos (Salmo 24:10), o GUERREIRO mais valente que repreendeu Satanás (Lucas 11:22) e venceu a guerra que era nossa. Jesus é a nossa única FORTUNA (Salmo 16:2), a nossa riqueza insondável (Romanos 11:33). Jesus é a nossa ALEGRIA constante e plena (Salmo 16.11). Jesus foi O PAGAMENTO DE DEUS pelos nossos pecados (Colossenses 2:13-15). Jesus é o PRESENTE de Deus (João 3:16) para os arrependidos e humildes de espírito. Jesus é o único filho de Deus, pelo qual DEUS MULTIPLICOU/ACRESCENTOU e fez, em Cristo, surgir uma multidão de filhos (Isaías 53:10). E por meio de Cristo, povos e nações que estavam longe de Deus, foram acrescentados na comunidade de Israel (Efésios 2:11-22). Jesus é o “FILHO DA DESTRA” pois está assentado à destra de Deus-Pai de onde governa toda a criação (Salmos 110:1). No judaísmo, o número 12 simboliza a totalidade, inteireza e a realização do propósito de Deus no tempo/na história. É considerado o número da perfeição governamental de Deus. A origem desse simbolismo com o número 12 está ligada ao tempo e calendário agrícola do povo de Israel, 12 meses do ano e os dois períodos de 12 horas no dia. Jesus ao convocar 12 apóstolos para lançar os fundamentos da igreja, estava fazendo assim uma correspondência no Novo Testamento com as 12 tribos de Israel. Jesus estava iniciando a restauração do Israel de Deus. O Deus que governa a história, marcava uma nova fase na história da redenção.

“Venha, eu lhe mostrarei a noiva, a esposa do Cordeiro". Ele me levou no Espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus. Ela resplandecia com a glória de Deus, e o seu brilho era como o de uma jóia muito preciosa, como jaspe, clara como cristal. Tinha uma grande e alta muralha com doze portas e doze anjos junto às portas. Nas portas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel. Havia três portas ao oriente, três ao norte, três ao sul e três ao ocidente. A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Apocalipse 21:9-14)

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 29: Lia, a mulher desprezada


Nas pessoas mais improváveis e desprezadas, Deus costuma fazer coisas grandes e especiais. Ele nos surpreende e humilha nossa arrogância e pretensa sabedoria. Jacó foi recebido por seu tio Labão (29.14) que, sete anos mais tarde, enganosamente deu-lhe Lia, sua filha mais velha, como esposa, em lugar de Raquel, a filha mais nova (29.18,19). Por uma ironia, o enganador Jacó foi enganado de modo muito parecido com o que havia feito com seu pai. Para o avarento Labão, tudo era negócio. Labão abre mão do relacionamento familiar com Jacó, reduzindo tudo a um mero acordo salarial. Labão trata as próprias filhas como mercadoria, isso fica ainda mais claro quando olhamos para o significado do nome delas (vaca e ovelha). Labão também não foi sábio em guiar suas filhas e em evitar a comparação entre elas. Sua atitude ao arranjar o casamento delas foi de um pai que pensava que a única maneira de arrumar um casamento para Lia (que era mais feia) seria enganando alguém e fazendo esse alguém se casar com ela. Um pai materialista, imprudente e idólatra. Jacó finalmente se casa com sua amada Raquel, e acidentalmente acaba se casando com Lia também. O livro de Gênesis, embora não condene expressamente a poligamia, como em outros lugares da Escritura Sagrada, mostra diversas vezes os problemas decorrentes deste tipo de relacionamento. Neste caso vemos que o marido tinha uma esposa preferida, e a outra que não era tão bonita, era desprezada. Os comentários de Lia quando deu o nome a seus três primeiros filhos mostram uma mulher carente e desejosa do amor de seu marido. Ela deu o nome de Rúben (de “ver”) ao seu primogênito, dizendo: “O Senhor viu a minha infelicidade. Agora, certamente o meu marido me amará” (Gn 29.32). O nome de seu segundo foi Simeão (de “ouvir”). Lia lamentou: “Porque o Senhor ouviu que sou desprezada, deu-me também este. Pelo que o chamou Simeão” (Gn 29.33). Ao terceiro chamou Levi (de “apegar”). É de partir o coração ler sobre o lamento de Lia: “Agora, finalmente, meu marido se apegará a mim, porque já lhe dei três filhos” (Gn 29.34). Mas alguma coisa mudou com a chegada do quarto filho. Lia que estava buscando a aceitação do seu marido, agora muda o foco e ajusta o foco da sua vida para Deus: “Engravidou ainda outra vez e, quando deu à luz mais outro filho, disse: Desta vez louvarei ao Senhor. Assim deu-lhe o nome de Judá (de “louvor”)” (Gn 29.35). Lia decide não condicionar sua alegria aos homens, ou as duras circunstâncias da vida, Deus e somente Ele deveria ser a alegria da sua vida. Lia aprendeu aquilo que Deus está ensinando a todos nós: a verdadeira alegria da vida é encontrada no Senhor somente. A verdadeira alegria é o Senhor. O nome Judá vem do hebraico Yehudah e significa “Louvado”. O nome está relacionado (pronúncia parecida) com a palavra mais usada na Bíblia para louvor ao Senhor (yadâ). Este verbo é traduzido como agradecer, mas seu significado mais apropriado é agradecer publicamente (SI 118.1). Lia e Jacó (Gn 49.8) vinculam o nome Judá ao louvor a Yahweh. E foi de Judá, segundo a carne, que Cristo veio ao mundo. A história de Lia nos aponta para o seu principal descendente que é Cristo: Jesus não tinha nenhuma beleza, foi o mais desprezado de todos os homens, como um de quem os homens escondiam o rosto, Jesus sabia o que era sofrer. (Isaías 53:2,3). Jesus também foi entregue por um acordo comercial (Mateus 26:15). Jesus, o descendente de Lia, seja eternamente louvado. Ele é o nosso louvor, e nosso maior motivo de gratidão a Yahweh. Todo o louvor deve estar centralizado em Cristo, como objeto, motivo e mediador de nosso louvor. Cristo já foi gerado em seu interior? Esta vez louvarei ao Senhor!

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quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

14:15 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 28: A escada até Deus

No Talmud, um livro da tradição judaica, o Rav Ben Abba (em nome do Rav Yochanam) diz que “Todas as profecias dos profetas apontam somente para os dias do Messias” (Sanhedrin 991a). Sendo assim, toda a Torá como um livro profético aponta para o Messias prometido. Judeus e cristãos precisam concordar: o Messias tem um papel central em toda a Escritura Sagrada. Uma centralidade tão grande que seria problemática se o Messias não fosse o próprio Deus encarnado. Neste capítulo não é diferente. Isaque se rende à vontade de Deus e reafirma a bênção sobre Jacó. Agora, de maneira direcionada e explícita, reconhece o decreto de Deus de que Jacó seria o legítimo herdeiro da promessa de Abraão. Assim o texto confirma Jacó como o precursor da linhagem da promessa. E por outro lado, confirma Esaú como sendo da linhagem da serpente (Gênesis 3:15), visto seu comportamento em desonrar os pais, de não se importar com a vontade de Deus e casar-se por “birra” com esposas de costumes idólatras, ele simboliza assim aquelas pessoas não alcançadas pela graça de Deus e que estão em constante estado de rebelião contra Deus e indiferentes às suas leis. Jacó inicia sua peregrinação para Padã-Arã, sozinho e aflito. Num lugar qualquer no meio do caminho, se deitou e usou uma pedra como travesseiro. Jacó tem um sonho profético, e neste sonho ele viu uma escada que ligava os céus e a terra, a escada “foi posta na terra”, Deus a colocou ali. Aquela escada era o eixo central entre céus e a terra, o ponto de ligação entre Deus e os homens. Os anjos subiam e desciam por essa escada. O texto diz que “Perto dele estava o Senhor”, semelhante a segunda revelação de Deus em Betel (35.13), o texto indica que Deus “desce” e se aproxima de Jacó. Jacó chamou aquele lugar de Betel (Bêṯ-ʼĒl, que significa "Casa de Deus"). Poderíamos dizer que esta escada é o oposto da Torre de Babel, na torre de Babel os homens tentam alcançar Deus por seus próprios meios, mas no Evangelho é Deus que alcança os homens. Quem conhece o Novo Testamento já deve estar espantado com as semelhanças. Jesus é o Deus que desceu (João 6:33). Ele não ficou no alto e sublime trono, mas desceu para habitar com o humilde e aflito de espírito (Isaías 57:15). Jesus é Deus conosco, Ele está perto (Lucas 1:31). Jacó estava em um lugar qualquer, mas Cristo torna tudo diferente. Jesus é a escada que une um pecador como Jacó com um Deus Santo, sem que Jacó fizesse qualquer coisa para merecer, unicamente por misericórdia. Jesus é quem envia os seus anjos como "espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação" (Hebreus 1:14).

“Jesus respondeu: [...] Coisas maiores do que estas verás. Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.” (João 1:50,51)

Deus reafirma com Jacó a aliança que fez com Abraão e Isaque, e promete: “Todos os povos da terra serão abençoados por meio de você e da sua descendência (ou semente)” (Gn 28:14). Agora o próprio Deus confirma que Jacó é o portador da linhagem santa que trará o Messias ao mundo. Em hebraico a raiz da palavra abençoar é a mesma da palavra enxertar. Este episódio está muito ligado à missão de Israel. A profecia de Isaque sobre Jacó, era “que você se torne uma comunidade de povos” (Gênesis 28:3). Está muito claro que Deus nunca quis escolher uma etnia na Terra e condenar todas as outras, pelo contrário, era para Israel trazer a luz para as demais nações e povos, era para preparar o caminho para o Messias. E a missão do Messias, descendente de Israel, era unir os dois mundos, unir os céus e a terra, o Deus Santo e os pecadores, enxertar pessoas e povos que estão desligados de Deus. Foi isso que Jesus Cristo fez. Jesus Cristo, o judeu descendente de Jacó, foi único o em toda a história de Israel que levou a bilhões de não-judeus de todas as nações (incluindo eu, 2 mil anos depois em terrras tupiniquins) o conhecimento da Torá, e do Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Não apenas um conhecimento teórico, mas uma vida de relacionamento verdadeiro com Deus. Israel nos deu Jesus Cristo, e Jesus nos ligou às promessas de Deus. E o mais importante: Jesus nos ligou novamente a Deus.

“Portanto, lembrem-se de que anteriormente vocês eram gentios por nascimento e chamados incircuncisão pelos que se chamam circuncisão, feita no corpo por mãos humanas, e que naquela época vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo. Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo a lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade. Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito. Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor. Nele vocês também estão sendo juntamente edificados, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito.” (Efésios 2:11-22)

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

13:03 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 27: #SomosTodosVilões

Uma história estranha, uma história feia, uma história humana. Uma narrativa que se passa no interior da família da promessa, aquela que traria o Messias ao mundo, a dos grandes patriarcas, a que Deus escolheu dentre todas as famílias da terra, a linhagem santa. Mas quando você olha o capítulo 27, você percebe uma família problemática, pecaminosa, dividida, cheia intrigas e muito pecado. Uma história sem heróis, apenas vilões. Em meio a tantas tramoias e maquinações humanas, o silêncio de Deus neste capítulo é ensurdecedor. Não seria essa a sua história também? Isaque, o patriarca que deveria liderar espiritualmente sua família parece cego não apenas fisicamente, mas também espiritualmente. Isaque mesmo sabendo que Deus havia escolhido Jacó para dar sequência na linhagem do Messias (Gênesis 25:23), quis mudar a verdade de Deus e chamou Esaú para abençoá-lo, ignorando assim a vontade do Senhor e agindo segundo a tradição humana (de abençoar o filho mais velho) e segundo suas próprias preferências. Além disso, Isaque comercializou a benção de Deus em benefício próprio, barganhando a bênção que ele recebeu de graça e incondicionalmente. Rebeca, embora quisesse que a benção fosse dada para Jacó, agiu por meio de engano e mentira para favorecer seu filho favorito. Rebeca ouve atrás das portas e faz fofoca. Ela trama contra o próprio marido para favorecer o filho predileto. Um casamento dividido. Para ela, os fins justificam os meios. Jacó, quando toma conhecimento do plano fica com medo das consequências. Sua preocupação não era em fazer o que era certo, era o medo de ser pego. Jacó era astuto e mentiroso, aproveitando o momento de fome do irmão para tentar tirar vantagem em cima dele, ainda usou o nome santo de Deus para enganar seu pai (Gênesis 27:20). Esaú, era um homem profano, mostrava total desprezo pelas coisas de Deus, ao ponto de trocar a benção do Senhor por um prato de comida (Gênesis 25:34). Esaú quer ser abençoado por Deus, mas não faz questão de Deus. Casou-se com mulheres idólatras e ainda planejou assassinar seu irmão. O desfecho da história demonstra que Deus, aparentemente em silêncio, estava também lidando com o pecado de todos os personagens da história ao mesmo tempo. Isaque aprendeu que quem manda é Deus, pois sem querer acabou fazendo a vontade do Senhor. Rebeca jamais veria seu filho favorito novamente, e amargou a dura consequência dos seus atos. Jacó teria de enfrentar a vida sem pai, sem mãe, sem irmão, indo para a casa de Labão onde sofreria na própria pele a dor de ser enganado. Esaú, que queria as bênçãos de Deus desprezando a Deus, recebeu na verdade uma maldição do seu pai (que queria abençoá-lo). O silêncio de Deus nos mostra que os personagens são totalmente responsáveis pelo que fazem, não são marionetes de Deus. E na verdade tudo isso mostra que Deus é tão poderoso, que não precisa da obediência dos homens para cumprir sua palavra. A Bíblia está colocando várias histórias diante de nós, algumas tristes, algumas alegres, algumas santas, outras profanas, algumas demonstrando coragem, outras covardia, umas histórias bonitas, outras bem estranhas e feias… mas um fio dourado está passando e amarrando todas essas histórias. Este fio dourado é a história da redenção que vai sendo costurada e desenvolvida até seu ápice em Jesus Cristo. Lendo Gênesis 27, qualquer pessoa se perguntaria “Como seriam executados os planos de Deus por meio dessa família tão cheia de egoísmo, tanta intriga e mentira?”. O agir de Deus e o crescimento do Seu reino nunca foi por meio de nós, mas apesar de nós. A história da redenção continuava e continua inalterada e progredindo, mesmo diante do fracasso absoluto dos homens daquele e do nosso tempo. O fracasso de todos, incluindo dos crentes, aponta para a necessidade de um herói nessa história com tantos vilões, e certamente o herói não era Isaque, muito menos Jacó, muito menos ainda eu, você, seu pastor, Israel ou a igreja. Essa na verdade é uma história de herói diferente, na Bíblia o herói morre para salvar os vilões. A vinda de Jesus Cristo não poderia ser impedida pela oposição, fracasso ou falta de fé dos homens. Ele é capaz de fazer a Sua vontade prevalecer apesar de tudo. O beijo de Judas, os testemunhos falsos do sinédrio para condenar Jesus, dentre tantos outros exemplos…acabaram por cumprir os planos de Deus mesmo quando a intenção pecaminosa dos indivíduos era atrapalhar. Deus esbanja pleno controle de todas as circunstâncias e de todas as variáveis. Deus é soberano.

sábado, 18 de dezembro de 2021

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

09:59 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 26: A História Recontada

O capítulo 26 parece uma repetição do capítulo 20, Isaque passa por uma situação muito similar à de seu pai Abraão. A intenção deste texto é simples: demonstrar que Isaque é o legítimo herdeiro da promessa de Abraão, “um pequeno Abraão”. O texto mostra que da mesma forma como Deus havia abençoado Abraão, agora Ele estava fazendo o mesmo com Isaque. Deus tinha falado para Abraão que no seu descendente seriam benditas todas as nações da Terra, e agora Deus reafirma a mesma promessa para Isaque:

"... E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis" (Gênesis 26:4-5).

Fica evidente que o Messias seria da linhagem de Isaque. Um descendente de Isaque, mas não o próprio Isaque, que cumpriria tal promessa. Na genealogia de Jesus percebemos que Cristo é descendente de Isaque (Lucas 3:23-34). Naquele tempo as pessoas mudavam-se para o Egito para se proteger de tempos de crise. Porém, Deus ordena que Isaque não descesse para o Egito, mas habitasse na terra que Ele mostraria. A palavra hebraica para “habita” indica um forasteiro ou um residente extrangeiro na terra. Assim como Deus chamou Abraão para ser um peregrino (Gênesis 13), agora ele chama Isaque para peregrinar na terra prometida:

“Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber como herança; e partiu sem saber para onde ia. Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. [...] confessando que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. [...] uma pátria superior, isto é, celestial” (Hebreus 11:8-16)

Vale lembrar que se retirarmos a interpretação do Novo Testamento sobre a terra prometida (a pátria celestial), e considerarmos como uma promessa literal (entendimento judaico), seremos obrigados admitir que a profecia de Deus (Gênesis 17:8) falhou para Abraão, Isaque e sua descendência, pois eles foram peregrinos na terra (leia meu comentário sobre Gênesis 23). Ou a Palavra do Deus Eterno falhou ou precisamos admitir que o Novo Testamento está certo. O mesmo Isaque que demonstrou fé em Deus, semelhante ao seu pai Abraão, e confiante não foi para o Egito, também, semelhante ao seu pai, pecou na sequência ao mentir sobre seu relacionamento com sua esposa, por medo de ser morto e não confiando na proteção de Deus. A história está sendo recontada, e será recontada outras vezes. Esta é a história de cada um dos "heróis da fé”, uma história de pessoas comuns com altos e baixos. Homens que tem qualidades tão únicas que simbolicamente apontam para Cristo, e defeitos tão comuns que nos lembram que são apenas símbolos e nada além disso. Assim como Abraão, o texto mostra que Deus abençoou e prosperou grandemente Isaque. A prosperidade de Isaque, porém, gerou muita inveja dos moradores daquele lugar. Eles enterraram os poços do patriarca, e Isaque demonstrou um caráter dócil e pacificador. Mesmo podendo esmagar seu inimigos, Isaque expressou uma qualidade muito preciosa da semente messiânica. O papel pacifico, a atitude submissa, a predisposição para sofrer silenciosamente, em vez de tomar vingança, são algumas das características deste que não é apenas um “pequeno tipo de Abraão”, mas também um “pequeno tipo de Cristo”.

“Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.” (Isaías 53:7)

O capítulo termina mostrando o contraste desta linhagem santa na qual trará o Messias ao mundo, com a linhagem do profano Esaú que desprezou a aliança do Senhor, e como consequência se casou com cananeias, desligando-se assim definitivamente da família da promessa. Que possamos ter o mesmo espírito conciliador e pacificador de Isaque, não resistindo aos maus, amando nossos inimigos, dando a outra face, fugindo sempre que possível de conflitos, e assim refletir um pouco da beleza do caráter de Jesus Cristo.