domingo, 16 de agosto de 2020

Usando o Dinheiro para Glorificar a Deus - MultipliqueOn Podcast

O MultipliqueOn é um programa que visa fortalecer a troca de experiências entre lideranças cristãs com o foco no trabalho com as novas gerações. É promovido pelo Ministério com a Igreja Local da Palavra da Vida. Fui convidado pra uma conversa com o pessoal do MultipliqueOn, e o tema era "Usando o Dinheiro para Glorificar a Deus".


14:12 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 8: Saindo da Arca

Um vento impetuoso:

“E lembrou-se Deus[Elohym] de Noé, e de todos os seres viventes, e de todo o gado que estavam com ele na arca; e Deus fez passar um vento sobre a terra, e aquietaram-se as águas.” (Gênesis 8:1)

O nome usado para Deus nesta passagem é אֱלֹהִים (Elohym) no texto em hebraico. Aqui, a conotação desse nome é “Deus de Justiça”. O Deus que é infinitamente justo e que puniu a humanidade, também é rico em misericórdia não se esqueceu de Noé e de sua família. 
A palavra hebraica para "lembrou" quando se refere a Deus significa um ato que é feito com base num compromisso anterior (Gn 9.15; Gn 19.29; Gn 30.22; Ex 2.24; Ex 6.5; Lc 1.72-73).
Um vento vem anunciar o período da Graça, uma cena muito parecida com o Pentecostes. No Pentecostes, "veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa" (Atos 2:2), era a ação do Espirito Santo anunciando o fim do Juízo de Deus sobre os eleitos, porque este juízo aconteceu na cruz e a justiça de Deus foi ali satisfeita. Eis ai então, o período da Graça. Em Gênesis 8 vemos um texto paralelo onde Deus também "lembrou-se" (não que Ele jamais tivesse se esquecido) da sua aliança, da promessa que havia feito com a raça humana de redenção pela semente da mulher. O fim do juízo foi anunciado com um vento vindo dos céus. Deus soprou o fôlego de vida em Adão, e agora ao recriar e regenerar sua criação caída e corrompida, Ele sopra o Espírito Santo.


A pomba e o ramo de oliveira

“E aconteceu que ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela da arca que tinha feito. E soltou um corvo, que saiu, indo e voltando, até que as águas se secaram de sobre a terra.” (Gênesis 8:6-7)

Quarenta dias na Bíblia sempre representa a introdução de uma nova era, assim foi com Noé, Moisés (Ex 24.18), Elias (1Rs 19.8) e claro com Jesus (At 1.3).

Noé solta um corvo. O corvo na literatura rabínica ou mesmo na literatura ocidental representa coisas ruins, o livro Be’er Mayim Hayim aponta que a palavra עורב ´orev “corvo” em hebraico é escrita com as letras ע ayin ר resh ב bet , as mesmas letras que, se dispostas de forma reversa, se escreve ברע b’ra “Mal”. Mas isso não quer dizer que na época de Noé existia essa associação, é possível que essa associação tenha acontecido posteriormente e em razão do relato de Noé. Afinal, o corvo poderia enfrentar uma possível tempestade, alimentar-se dos cadáveres, e sendo um pássaro mais forte poderia cobrir uma distância maior, o corvo era um candidato adequado para ser a primeira criatura a ser enviada por Noé para fora da arca. Apesar de sua capacidade e de ser um pássaro poderoso, não foi o corvo que trouxe a boa noticia.

No caso do corvo, é dito que Noé o soltou, e que ele permaneceu voando, indo e voltando. Já no caso da pomba o texto adiciona um expressão que em hebraico é mei’ito מֵאִתּוֹ , e literalmente traduzindo teremos que Noé enviou a pomba “dele mesmo”, (uma expressão idiomática difícil de traduzir). O leitor, em hebraico, tem a impressão de que Noé tinha uma proximidade maior com esse pássaro, como se a pomba fosse seu animal de estimação. Aquele que prefigura Cristo (Noé) envia de si mesmo o que seria conhecido como um simbolo do Espirito de Cristo.

O ramo de oliveira tem sido um símbolo de paz e também um simbolo do próprio povo de Deus. O povo de Deus na visão do profeta Zacarias era representado por duas oliveiras (No antigo testamento sendo Israel e no novo testamento sendo a igreja). No comentário do capitulo 3 de Gênesis, falei que na cultura judaica era bem comum metáforas entre pessoas e árvores. 

Humanamente falando era impossível que qualquer árvore sobrevivesse a um dilúvio dessas proporções, mas Deus em sua providencia faz com que mesmo diante do Seu Juízo, a Oliveira sobreviva. Apenas a árvore que simboliza a igreja de Cristo não foi destruída no juízo de Deus. Vemos simbolicamente outra coisa interessante: No comentário de Gênesis 6, eu explico porque Noé simbolizava Jesus. A pomba simboliza o Espirito Santo. E a Oliveira simboliza a igreja. O interessante é que é justamente o papel do Espirito Santo trazer os eleitos para Cristo. Nenhum homem foi para Cristo, se não fosse a atuação direta do Espirito Santo em seus corações.

Então temos simbolicamente, a pomba mostrando que Deus declarou paz com a humanidade depois que o dilúvio já tinha purificado a terra de sua maldade. A pomba representava o Seu Espírito trazendo a boa notícia da reconciliação entre Deus e o homem. Do mesmo modo, o Espírito Santo aparece como uma pomba no batismo de Jesus, pois ali estava o Salvador trazendo paz para a humanidade através de Seu sacrifício.

Em Noé foi apenas uma reconciliação temporária, porque a reconciliação espiritual eterna com Deus só vem de modo completo através de Jesus Cristo.

"Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo" (Romanos 5:1)

 

Admirável Mundo Novo

Noé e sua família são chamados por Deus para fora e saem da arca, um novo mundo espera por eles. Um mundo diferente, um mundo (em parte) remido e (em parte) livre do pecado. Noé e sua família prefiguram a nova humanidade que prevalecerá sobre o mal, a humanidade que não será alvo do juízo de Deus, mas alvo da Sua misericórdia e amor. Como não olhar para Noé saindo da Arca com sua família e não se lembrar de Apocalipse 21? O paralelismo é impressionante:

"Então vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia. [...] Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: "Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou". Aquele que estava assentado no trono disse: "Estou fazendo novas todas as coisas" (Apocalipse 21:1-5)

O holocausto da Graça

Ao sair da arca, Noé levanta um altar ao Senhor, oferecendo os animais considerados "puros"/"limpos". Um simbolo do sacrifício perfeito e puro que Jesus Cristo ofereceria entregando a si mesmo em nosso lugar. Fica evidente de que existia um sistema sacrificial implícito, a lei de Deus era de algum modo conhecida de Noé mesmo antes de ser revelada a Moisés. Deus recebe aquele sacrifício de Noé e diz que nunca mais vai destruir a terra. Deus sabia que o homem pecaria novamente, mas por causa do sacrifício de Noé usaria de misericórdia. Trata-se de um protótipo do sistema sacrificial mosaico, que por sua vez aponta para algo ainda maior que é o Sumo Sacerdote Jesus Cristo. Ao aspirar o cheiro suave do sacrifício, a ira de Deus contra os pecados foi aplacada, prefigurando a morte de Cristo na cruz. 

"Todavia, ao Senhor agradou moê-lo" - (Isaías 53:10).


*Clique aqui para conhecer a revelação de Jesus em outros capítulos da Bíblia


segunda-feira, 20 de julho de 2020

domingo, 19 de julho de 2020

WORSHIP MATTER (com Stênio Marcius) - Podcast Rolê Reformado #02


Você vai ver nessa edição: O que é adoração cristã, qual a diferença entre louvor e adoração, forma x conteúdo, como apresentar um louvor que agrade a Deus, beleza é subjetiva ou objetiva?, a poesia e estética no culto e a  essência do culto cristão. Nesse bate papo, contamos com a presença ilustre do cantor e compositor Stênio Marcius, e do presbítero Mauro Cáceres. Vem com a gente, que hoje o podcast tá sabor de mel...LoL :)




Créditos da imagem: 
@andrekojitanaka

quarta-feira, 3 de junho de 2020

A ERA DA PÓS-VERDADE - Podcast Rolê Reformado #01


Fala galera, blz?
No ar a primeira edição do podcast Rolê Reformado, um podcast da juventude da Igreja Presbiteriana de São Caetano do Sul. Está imperdível.
O tema de hoje é sobre a pós-verdade, um dos fundamentos do pós-modernismo, discutiremos as consequências de se abrir mão dos valores absolutos e de verdades objetivas e factuais.

Verdade ou fake news?
O que é a verdade?
Podemos percebê-la?
O cristianismo tem a verdade?
Isso e muito mais no episódio de hoje.

Nossos podcasts estão disponível no Spotify, Itunes, deezer e outros.

sábado, 2 de maio de 2020

22:23 - 1 comment

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 7: A Arca de Noé e o batismo nas águas do Dilúvio


Muita coisa tem sido pesquisada e descoberta ao longo dos anos sobre o dilúvio relatado em Gênesis  7, isso porque relatos parecidos aparecem em outros documentos do mundo antigo, em diversas civilizações existem evidências de um dilúvio de grandes proporções que teria inundado todo o mundo antigo ou boa parte dele, além das recentes descobertas na geologia. Mas o que esses relatos tem a ver com Jesus?

Em Gênesis 6:3, Deus marcou a data do Seu juízo que seria após 120 anos, que foi o tempo que Noé demoraria para construir a arca. Deus então ordena que Noé e sua família entrem na arca, e coloquem todos os animais juntamente na arca.

A salvação e preservação da família de Noé é um protótipo da salvação de Deus para sua igreja (a família de Cristo) no Juízo final.
Assim como Noé recebeu uma missão de Deus associada ao dilúvio, Deus também deu uma missão para a igreja associada ao fim e ao Juízo Final, na data predeterminada que somente Ele conhece:
"E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim." (Mateus 24:14)
Não acredito com isso que o Dia do Juízo esteja de alguma forma subordinado ao trabalho da igreja, mas que o trabalho da igreja seguirá o cronograma que Deus pré-determinou. A mesma coisa com Noé.

Um ponto que também me chama a atenção é na brevidade e iminência dos eventos finais: Noé teve 120 anos para construir a arca, e quando terminou os 120 anos, Deus deu apenas 7 dias para Noé entrar na arca, e todo o juízo durou 40 dias. Sobre essa brevidade comparativa dos dias que antecedem o juízo de Deus, eu me recordo do texto de Daniel capitulo 9 e dos textos de apocalipse  11 e 12 que tratam os "últimos dias" como um período de outros 7 períodos (simbolizado como 1 semana em Daniel 9:27 e 7 anos em Apocalipse 11.2, 12.6-14).

Quanto aos 7 "últimos dias" de Apocalipse/Daniel, não me parece que sejam necessariamente anos ou dias literais, pois não parece ter sido a intenção do autor marcar os tempos (uma vez que somente Deus conhece), mas tratar a brevidade e iminência do Juízo que se aproxima, de forma semelhante ao que Isaías disse: "apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus" (Isaías 61:2). Deus tem dado chances para as pessoas durante um grande período (que Isaías compara com um ano aceitável) de se arrependerem dos seus pecados e se voltarem pra Deus, mas no final desse período de misericórdia haverá de forma breve e imediata a execução do Juízo de Deus (que ele chama de Dia da Vingança). Pois o mesmo Deus que é rico em misericórdia, e tardio em irar-se, também nos demonstra que é plenamente rico em exercer justiça e vingará com excelência toda injustiça que os homens cometerem.

Algumas pessoas tem dificuldade de entender isso, e talvez até julguem o próprio Deus em seus corações como se fossem tão justas e santas que podem pesar Deus em suas balanças de justiça. Até se dizem cristãos, mas criam em suas mentes um Deus que não é o Deus da Escritura, embora elas se chamem de cristãos. Você chamar um ídolo de Jesus não muda o fato de ser apenas um ídolo, e não o Cristo verdadeiro que você adora.
Um dos falsos profetas desse tempo, disse alguns dias atrás que "precisamos de Jesus, não da Bíblia". Ou seja, ele quer liberdade para fabricar um Jesus que seja a imagem e semelhança dele. Não o Jesus verdadeiro revelado na Escritura, mas um "Jesus" produzido pela imaginação fértil dele. Se cada um pode criar sua versão de Jesus, de acordo com seu próprio senso de Justiça e moral, haverá 7 bilhões de Cristos, 1 para cada mente, e todos falsos. As vezes, a idolatria é bem sutil.
Um Deus que é apenas amor, ou apenas vingador são visões deturpadas Dele. O Deus que a Bíblia nos apresenta não é uma Hello Kitty como os libertinos querem fazer parecer, nem um velho impiedoso e rabugento dando ordens como os moralistas tentam fazer parecer. O Deus da Bíblia é infinitamente Santo, infinitamente Justo, odeia absolutamente tanto pecado como quem o comete, mas também é infinitamente misericordioso e amoroso e providenciou um caminho de retorno para Ele. Ele concilia em si mesmo, de modo perfeito, tanto Amor quanto Justiça.

Tenho um amigo ateu que me questionou sobre o dilúvio, pois ele considerava injusto e alegou que Deus era mau por matar as pessoas daquela forma. Dei 3 argumentos para Ele:
Primeiro: Quem somos nós para questionar o Juízo de Deus? Ainda que você não concorde, o que pode fazer a respeito? Mesmo você no auge da sua sabedoria dos seus 20 e poucos anos, seria como um bebê resmungando diante de um Pai Eterno, que tem Todo o Poder e conhece coisa das quais você sequer imagina que existam, e contra quem você não conseguiria fazer nada. Nem mesmo resmungar contra Ele você conseguiria se Ele não permitisse.  
Segundo: Decida-se, Deus é mau por permitir o mau no mundo ou Deus é mau pelo Diluvio? Por qual destes você vai acusá-lo? (Ou seja, se Deus permite o mau no mundo, Ele é acusado de ser mau, mas quando Ele impede o mau é acusado de ser mau também). 
Terceiro: Eu não posso tirar sua vida porque ela não me pertence. Pelo mesmo motivo, se você tentar se matar eu vou tentar impedir, porque você não é dono da sua vida. Caso contrário, suicídio seria um direito. Somente Deus pode dar e tirar a vida porque é Dele. Ele faz e desfaz a hora que quiser, e isso não o torna injusto, porque é propriedade Dele.
A Escritura revela que Noé pregava para aquele homens, mas não deram crédito a sua pregação e não se arrependeram dos seus pecados:
"E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa, o pregoeiro da justiça, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios" (2 Pedro 2.5)
Assim como nos dias de Noé, o Juízo do Deus infinitamente Santo se aproxima, seja pela nossa morte ou pela volta de Cristo. Nenhum pecado ficará impune nesse Dia.
"Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem. Pois nos dias anteriores ao dilúvio, o povo vivia comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca; e eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem." (Mateus 24:37-39)
Em Gênesis 6, Cristo é representado por Noé. Agora em Gênesis 7, Cristo também é representado pela própria arca. Existe uma arca nos nossos dias, quem estiver dentro dessa arca passará pelo juízo de Deus sem sofrer danos, não experimentarão a morte eterna, e nem serão condenados ao tormento porque Cristo já sofreu e bebeu todo o cálice da ira de Deus no seu lugar, ele passou por toda a tempestade do juízo para nos poupar.
Jesus é a nossa arca. E se Jesus é nossa salvação na maior e mais terrível de todas as tempestades, certamente Ele é também salvação de qualquer outra tempestade que possamos passar na vida.

E conforme Pedro fala em sua carta, para os ímpios o dilúvio foi juízo, mas para os que creram na Palavra de Deus simbolizou a grande salvação de Deus, que por meio da arca, Deus providenciou o salvamento físico de Noé e sua família, e os sustentou durante o diluvio. Tal cena prefigurava as águas do batismo, uma vez que as águas do batismo significam ao mesmo tempo tanto o julgamento sobre o pecado na morte de Cristo quanto a renovação da vida:
"àqueles que, muito tempo atrás, desobedeceram a Deus quando ele esperou pacientemente enquanto Noé construía sua embarcação. Apenas oito pessoas foram salvas por meio da água do dilúvio, e aquela água simboliza o batismo que agora os salva, não pela remoção da sujeira do corpo, mas porque no batismo vocês declaram ter boa consciência diante de Deus. Ela é eficaz por meio da ressurreição de Jesus Cristo. (1 Pedro 3:20,21)
Assim como o próprio Deus selou a arca, fechando sua porta. Um dia as portas da Graça serão fechadas, e depois disso não haverá mais misericórdia ou tempo para arrependimento. O tempo de se arrepender dos seus pecados e crer em Jesus Cristo é agora. Entre nessa arca, porque uma tempestade ainda maior do que a dos tempos de Noé se aproxima, e a arca já foi construída a dois mil anos pelo melhor dos carpinteiros, e essa arca é Ele próprio.
"Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto" (Isaías 55:6)