quarta-feira, 3 de junho de 2020

A ERA DA PÓS-VERDADE - Podcast Rolê Reformado #01


Fala galera, blz?
No ar a primeira edição do podcast Rolê Reformado, um podcast da juventude da Igreja Presbiteriana de São Caetano do Sul. Está imperdível.
O tema de hoje é sobre a pós-verdade, um dos fundamentos do pós-modernismo, discutiremos as consequências de se abrir mão dos valores absolutos e de verdades objetivas e factuais.

Verdade ou fake news?
O que é a verdade?
Podemos percebê-la?
O cristianismo tem a verdade?
Isso e muito mais no episódio de hoje.

Nossos podcasts estão disponível no Spotify, Itunes, deezer e outros.

sábado, 2 de maio de 2020

22:23 - 1 comment

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 7: A Arca de Noé e o batismo nas águas do Dilúvio


Muita coisa tem sido pesquisada e descoberta ao longo dos anos sobre o dilúvio relatado em Gênesis  7, isso porque relatos parecidos aparecem em outros documentos do mundo antigo, em diversas civilizações existem evidências de um dilúvio de grandes proporções que teria inundado todo o mundo antigo ou boa parte dele, além das recentes descobertas na geologia. Mas o que esses relatos tem a ver com Jesus?

Em Gênesis 6:3, Deus marcou a data do Seu juízo que seria após 120 anos, que foi o tempo que Noé demoraria para construir a arca. Deus então ordena que Noé e sua família entrem na arca, e coloquem todos os animais juntamente na arca.

A salvação e preservação da família de Noé é um protótipo da salvação de Deus para sua igreja (a família de Cristo) no Juízo final.
Assim como Noé recebeu uma missão de Deus associada ao dilúvio, Deus também deu uma missão para a igreja associada ao fim e ao Juízo Final, na data predeterminada que somente Ele conhece:
"E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim." (Mateus 24:14)
Não acredito com isso que o Dia do Juízo esteja de alguma forma subordinado ao trabalho da igreja, mas que o trabalho da igreja seguirá o cronograma que Deus pré-determinou. A mesma coisa com Noé.

Um ponto que também me chama a atenção é na brevidade e iminência dos eventos finais: Noé teve 120 anos para construir a arca, e quando terminou os 120 anos, Deus deu apenas 7 dias para Noé entrar na arca, e todo o juízo durou 40 dias. Sobre essa brevidade comparativa dos dias que antecedem o juízo de Deus, eu me recordo do texto de Daniel capitulo 9 e dos textos de apocalipse  11 e 12 que tratam os "últimos dias" como um período de outros 7 períodos (simbolizado como 1 semana em Daniel 9:27 e 7 anos em Apocalipse 11.2, 12.6-14).

Quanto aos 7 "últimos dias" de Apocalipse/Daniel, não me parece que sejam necessariamente anos ou dias literais, pois não parece ter sido a intenção do autor marcar os tempos (uma vez que somente Deus conhece), mas tratar a brevidade e iminência do Juízo que se aproxima, de forma semelhante ao que Isaías disse: "apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus" (Isaías 61:2). Deus tem dado chances para as pessoas durante um grande período (que Isaías compara com um ano aceitável) de se arrependerem dos seus pecados e se voltarem pra Deus, mas no final desse período de misericórdia haverá de forma breve e imediata a execução do Juízo de Deus (que ele chama de Dia da Vingança). Pois o mesmo Deus que é rico em misericórdia, e tardio em irar-se, também nos demonstra que é plenamente rico em exercer justiça e vingará com excelência toda injustiça que os homens cometerem.

Algumas pessoas tem dificuldade de entender isso, e talvez até julguem o próprio Deus em seus corações como se fossem tão justas e santas que podem pesar Deus em suas balanças de justiça. Até se dizem cristãos, mas criam em suas mentes um Deus que não é o Deus da Escritura, embora elas se chamem de cristãos. Você chamar um ídolo de Jesus não muda o fato de ser apenas um ídolo, e não o Cristo verdadeiro que você adora.
Um dos falsos profetas desse tempo, disse alguns dias atrás que "precisamos de Jesus, não da Bíblia". Ou seja, ele quer liberdade para fabricar um Jesus que seja a imagem e semelhança dele. Não o Jesus verdadeiro revelado na Escritura, mas um "Jesus" produzido pela imaginação fértil dele. Se cada um pode criar sua versão de Jesus, de acordo com seu próprio senso de Justiça e moral, haverá 7 bilhões de Cristos, 1 para cada mente, e todos falsos. As vezes, a idolatria é bem sutil.
Um Deus que é apenas amor, ou apenas vingador são visões deturpadas Dele. O Deus que a Bíblia nos apresenta não é uma Hello Kitty como os libertinos querem fazer parecer, nem um velho impiedoso e rabugento dando ordens como os moralistas tentam fazer parecer. O Deus da Bíblia é infinitamente Santo, infinitamente Justo, odeia absolutamente tanto pecado como quem o comete, mas também é infinitamente misericordioso e amoroso e providenciou um caminho de retorno para Ele. Ele concilia em si mesmo, de modo perfeito, tanto Amor quanto Justiça.

Tenho um amigo ateu que me questionou sobre o dilúvio, pois ele considerava injusto e alegou que Deus era mau por matar as pessoas daquela forma. Dei 3 argumentos para Ele:
Primeiro: Quem somos nós para questionar o Juízo de Deus? Ainda que você não concorde, o que pode fazer a respeito? Mesmo você no auge da sua sabedoria dos seus 20 e poucos anos, seria como um bebê resmungando diante de um Pai Eterno, que tem Todo o Poder e conhece coisa das quais você sequer imagina que existam, e contra quem você não conseguiria fazer nada. Nem mesmo resmungar contra Ele você conseguiria se Ele não permitisse.  
Segundo: Decida-se, Deus é mau por permitir o mau no mundo ou Deus é mau pelo Diluvio? Por qual destes você vai acusá-lo? (Ou seja, se Deus permite o mau no mundo, Ele é acusado de ser mau, mas quando Ele impede o mau é acusado de ser mau também). 
Terceiro: Eu não posso tirar sua vida porque ela não me pertence. Pelo mesmo motivo, se você tentar se matar eu vou tentar impedir, porque você não é dono da sua vida. Caso contrário, suicídio seria um direito. Somente Deus pode dar e tirar a vida porque é Dele. Ele faz e desfaz a hora que quiser, e isso não o torna injusto, porque é propriedade Dele.
A Escritura revela que Noé pregava para aquele homens, mas não deram crédito a sua pregação e não se arrependeram dos seus pecados:
"E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa, o pregoeiro da justiça, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios" (2 Pedro 2.5)
Assim como nos dias de Noé, o Juízo do Deus infinitamente Santo se aproxima, seja pela nossa morte ou pela volta de Cristo. Nenhum pecado ficará impune nesse Dia.
"Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem. Pois nos dias anteriores ao dilúvio, o povo vivia comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca; e eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem." (Mateus 24:37-39)
Em Gênesis 6, Cristo é representado por Noé. Agora em Gênesis 7, Cristo também é representado pela própria arca. Existe uma arca nos nossos dias, quem estiver dentro dessa arca passará pelo juízo de Deus sem sofrer danos, não experimentarão a morte eterna, e nem serão condenados ao tormento porque Cristo já sofreu e bebeu todo o cálice da ira de Deus no seu lugar, ele passou por toda a tempestade do juízo para nos poupar.
Jesus é a nossa arca. E se Jesus é nossa salvação na maior e mais terrível de todas as tempestades, certamente Ele é também salvação de qualquer outra tempestade que possamos passar na vida.

E conforme Pedro fala em sua carta, para os ímpios o dilúvio foi juízo, mas para os que creram na Palavra de Deus simbolizou a grande salvação de Deus, que por meio da arca, Deus providenciou o salvamento físico de Noé e sua família, e os sustentou durante o diluvio. Tal cena prefigurava as águas do batismo, uma vez que as águas do batismo significam ao mesmo tempo tanto o julgamento sobre o pecado na morte de Cristo quanto a renovação da vida:
"àqueles que, muito tempo atrás, desobedeceram a Deus quando ele esperou pacientemente enquanto Noé construía sua embarcação. Apenas oito pessoas foram salvas por meio da água do dilúvio, e aquela água simboliza o batismo que agora os salva, não pela remoção da sujeira do corpo, mas porque no batismo vocês declaram ter boa consciência diante de Deus. Ela é eficaz por meio da ressurreição de Jesus Cristo. (1 Pedro 3:20,21)
Assim como o próprio Deus selou a arca, fechando sua porta. Um dia as portas da Graça serão fechadas, e depois disso não haverá mais misericórdia ou tempo para arrependimento. O tempo de se arrepender dos seus pecados e crer em Jesus Cristo é agora. Entre nessa arca, porque uma tempestade ainda maior do que a dos tempos de Noé se aproxima, e a arca já foi construída a dois mil anos pelo melhor dos carpinteiros, e essa arca é Ele próprio.
"Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto" (Isaías 55:6)


sexta-feira, 1 de maio de 2020

terça-feira, 21 de abril de 2020

12:35 - 2 comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 6: O Noé de Noé


Em Gênesis 6, Deus promete julgar e destruir a terra, pois "O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal" (Gênesis 6:5).

A imagem do pecado se alastrou por toda a terra, e os homens se aperfeiçoaram no pecado. A depravação era interna, habitual e contínua. O homem, antes criado para refletir a imagem de Deus, agora  refletia exatamente o oposto por meio de atitudes, intenções, palavras e pensamentos. Não havia nada de bom neles. Suas inclinações e vontades eram cada vez mais distantes da vontade do Senhor. Deus foi esquecido e suas determinações desafiadas.
Deus teria que aplicar a sua justiça sobre eles. E o sentimento de tristeza que Deus experimenta em relação a isso é tão profundo que chega a ser comparado com um homem que se arrepende.
Disse o Senhor: "Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, os homens e também os animais grandes, os animais pequenos e as aves do céu. Arrependo-me de havê-los feito". (Gênesis 6:7)
Deus não se arrepende (Números 23:19), mas aqui é usada uma figura de linguagem, para que entendêssemos o tamanho do desapontamento (que também não me parece um palavra ideal) que Deus sentiu. Aqui Deus esta tentando explicar em linguagem humana um sentimento que não é humano, é preciso uma abstração. Por isso, algumas traduções, entendem que seria melhor traduzir como "Porque estou bem triste de os ter feito", seria isso só que mais profundo. Literalmente, fala de suspirar devido à dor profunda. Deus experimentou tristeza que Lhe feriu o coração quando olhou para a condição deplorável dos homens.

O que um Deus justo faz com aqueles que não são justos? O que um juiz justo faz com um criminoso diante do seu tribunal? O que um policial muito bom faz com um homem ruim que viola as leis? Deixaria ele esse homem impune? Claro que não.
Então, o que um Deus bom faz com quem não é bom?

O Deus infinitamente Justo e Santo precisava condenar os pecadores. Ele poderia condenar a humanidade inteira, e ninguém jamais poderia acusá-lo de ser injusto por isso. Mas ele amou a humanidade, e isso explica a sua profunda dor e tristeza. 
"A Noé, porém, o Senhor mostrou benevolência. Esta é a história da família de Noé: Noé era homem justo, íntegro entre o povo da sua época; ele andava com Deus." (Gênesis 6:8,9)
Que sorte do mundo que existia pelo menos um homem justo, não é? Não, não foi sorte.

Deus havia prometido um Salvador, e Ele sendo justo e verdadeiro, Ele não falha com sua palavra. Para manter a promessa viva, Ele aplica sua misericórdia e graça sobre um homem. Um homem que era justo em relação aos homens daquela época, mas não necessariamente justo em relação a Deus, segundo os critérios altíssimos de Deus. Noé era o mais justo, mas se foi necessário Noé encontrar misericórdia do Senhor, concluímos que Noé não era inteiramente perfeito, pois nesse caso a mera justiça seria suficiente. Mas misericórdia do Senhor encontrou e decidiu salvar Noé. 

Que diremos pois? Existiu injustiça da parte de Deus? De modo algum.
Deus seria justo inclusive se condenasse Noé juntamente com toda a humanidade, mas Ele decide aplicar misericórdia sobre esse homem mediante a um pagamento superior (que veremos adiante). Deus seria injusto se ele condenasse homens que mereciam ser salvos, mas como ninguém merecia ser salvo, ninguém pode o acusar de ser injusto. Ao punir o mundo, Ele apenas esta dando o que os homens merecem, nada além disso. Para uns Deus aplicou justiça, para outros Deus aplicou misericórdia, mas com ninguém Ele aplicou injustiça.

Percebemos então, que foi a Graça de Deus que providenciou esse homem justo sobre a terra. Noé era justo porque foi justificado/perdoado. 

Deus ordena Noé criar uma arca e colocar sua família lá com vários animais para salvar a criação, porque enviaria o Seu juízo em forma de um dilúvio sobre toda a Terra. Repare que a família de Noé foi poupada do juízo de Deus por causa da justiça de Noé, e não deles.

Noé representa e aponta para Cristo Jesus, que foi o único em toda a historia humana que foi justo e perfeito diante de Deus, e por causa da Sua justiça aqueles que foram adotados por Ele serão poupados do Juízo de Deus que será derramado sobre todos os homens.
Cristo é o Noé perfeito, o verdadeiro justo providenciado por Deus, escolhido da linhagem de Eva para salvar o mundo.
Cristo é o Noé perfeito pois não era apenas um justo, mas a própria definição de Justiça. 
Cristo é o Noé perfeito pois obedeceu a ordem do Senhor com perfeição, e construiu com suas mãos o meio para nossa salvação.
Cristo é o Noé perfeito, porque é o verdadeiro descanso para os que creem. (Noé do hebraico: נח, significa "descanso, alívio, conforto").
Cristo é o Noé perfeito porque enquanto a Bíblia diz que Noé tinha intimidade e andava com Deus, nos revela que Cristo sendo o unigênito de Deus, é aquele que tem perfeita intimidade com o Pai.
Cristo é o Noé perfeito porque no dilúvio para salvar um homem Deus condenou o mundo, mas no calvário Deus condena um homem para salvar o mundo.
Cristo é o Noé perfeito porque Deus só poderia perdoar e justificar Noé mediante um pagamento de resgate, e esse pagamento veio milhares de anos depois na cruz do calvário. Sem o sacrifício atemporal de Cristo (O cordeiro foi morto desde a fundação do mundo - Ap. 13.8), não haveria graça, e Noé teria sido juntamente condenado nas águas do diluvio. Cristo é o Noé de Noé.

Que o Espirito Santo te revele o Deus que amou pecadores que o odiaram e viviam em completa desobediência das suas leis. O Deus que sentiu profunda tristeza por eles e que por amor, sem abrir mão da Sua Justiça, providenciou o Salvador do mundo; que é Jesus Cristo.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

20:11 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 5: A Linhagem do Rei


No capítulo anterior vimos que Deus prometeu um Salvador a Adão e a Eva. Surgiria duas descendências: A do Salvador e a da serpente. Adão e Eva tem imediatamente dois filhos, mas Caim (descendência da serpente) mata Abel (descendência que seria messiânica). O capitulo anterior termina com o nascimento de Sete, que dará continuidade a linhagem da qual nascerá Jesus Cristo.
Embora o contexto imediato para o nome do filho de Adão ser Sete (que quer dizer "substituto") seria por conta da morte de Abel e esse seria o filho "substituto", mas é interessante observar que o Messias prometido por meio dessa linhagem vem exatamente para substituir e tomar a culpa pelo pecado em nosso lugar. Existe um Sete perfeito, que é Cristo.
"Viveu Adão cento e trinta anos e gerou um filho à sua semelhança e conforme a sua imagem e chamou-lhe Sete” (Gn. 5:3)
Nessa frase não consigo deixar de notar: que Adão foi criado à imagem de Deus; e Sete foi criado à imagem de Adão. Da pra notar que autor quis dar um tom de continuidade na linhagem que começa em Deus e termina no Messias. Tal relação de continuidade não foi aplicada a linhagem de Caim ou nenhuma outra.

Claro que depois do pecado, a imagem de Adão que foi transmitida a seu filho já não era como no principio (antes do pecado). A imagem de Adão era de alguma forma diferente nesse momento, uma imagem em certo nível já corrompida pelo pecado e mortal. E foi essa imagem que ele transmitiu.
Cada pessoa na genealogia que se segue teve vários filhos e filhas, mas apenas um deles é mencionado. A narrativa vai ignorando todos os outros descendentes e se mantém naquela linhagem do Messias. Na leitura dessa genealogia o texto destaca essa questão da morte, em todos os casos (menos Enoque, como veremos adiante), o texto segue descrevendo as genealogias dizendo que um gerou outro, viveu x anos e morreu. A morte realmente havia entrado no mundo e afetado a todos, mesmo a linhagem real. Se cumprindo o que Deus havia predito pra Adão que "ao pó voltarás". Desde o pecado, a vida humana não passa de uma morte gradual, uma execução demorada.

Apesar desse aspecto, vemos algo diferente nessa genealogia quando comparado com a genealogia de Caim (no capitulo anterior), na genealogia de Sete vemos para além dessa fragilidade da condição humana, ou mesmo do fato de serem menos poderosos e numerosos que os filhos de Caim, mas percebemos a dependência de Deus e o carinho de Deus com as pessoas dessa linhagem de Sete:

Sete tem um filho, e o chama de Enos. O nome Enos significa "fraco, frágil e mortal". Porque dariam esse nome para uma criança? Haviam se dado conta da fragilidade humana, da nossa miséria fora do jardim e da iminência da morte? Embora pudesse também ser algo ligado ao momento do nascimento (essa hipótese também me parece boa), mas mesmo nos nossos dias somente quando o individuo se percebe totalmente fraco e incapaz é quando geralmente se lembra de Deus. Talvez seja por isso que o autor faz questão de mencionar que foi no período do nascimento de Enos que começou-se a invocar o nome do Senhor:
"Também a Sete nasceu um filho, a quem deu o nome de Enos. Nessa época começou-se a invocar o nome do Senhor." (Gênesis 4:26)
O próximo descendente da linhagem que Jesus tomou pra si é Cainã (esse nome significa "possessão" ou "aquele que adquire").
O próximo descendente da linhagem Daquele que é o esplendor da Glória do Pai é Maalalel (que significa "Glória de Deus, Louvor de Deus").
O próximo descendente da linhagem Daquele que desceu da Sua Glória é Jerede (do verbo yaradh, significa descerá).
O próximo descendente da linhagem Daquele que é a Palavra de Deus é Enoque (que significa instrução).

A mais antiga profecia registrada da segunda vinda do Messias foi escrita por Enoque (registrado no livro de Judas, no Novo Testamento - Judas 14,15):
"E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele."  Jd 14-15

A Bíblia nos conta que Enoque não passou pela morte, Deus o tomou para si sem que ele passasse pela morte. Sendo assim, um dos dois homens em toda a Bíblia que não passaram pela morte (o outro é Elias). Com isso aprendemos que apesar da morte ter entrado no mundo e ter domínio sobre todos os homens, ela ainda estava debaixo do domínio de Deus. Ou seja, uma vez que o pecado atingiu você, "certamente morrerás" (Gênesis 2:17)... a menos que a Graça de Deus interfira anulando a morte. Nos aponta também para o herdeiro de Enoque, Cristo, que tem total poder sobre a morte:
"Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?" O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a Lei. Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. (1 Coríntios 15:55-56)
O próximo descendente da linhagem Daquele que derramou seu sangue na cruz é Matusalém (que significa "Quando ele morrer haverá derramamento"). Claro que o sentido imediato da profecia aqui seria o derramamento do dilúvio, uma vez que Matusalém morreu imediatamente antes do dilúvio, mas talvez haja um sentido escatológico apontando pro grande juízo sobre o Cristo.

O próximo descendente da linhagem Daquele que Isaías chamou de servo sofredor é Lameque (que significa aflito ou desesperado, sem esperança)..
E o próximo descendente da linhagem de Cristo é Noé (que significa "trazer descanso e conforto").
Por fim, temos:

Hebraico

Português

AdãoHomem
SeteSubstituto
EnosFraco, frágil e mortal
Cainãaquele que adquire, possessão
MaalalelA Glória de Deus
JeredeDescerá
EnoqueEnsinar / Instrução
MatusalémSua morte trará derramamento 
Lamequeaflito, desesperado, sem esperança
NoéDescanso e conforto

Para ser honesto, não estou completamente certo do que os nomes significam, e se significam algo, ou se trata-se de coincidências uma vez que esses nomes eram comuns dentro da cultura judaica. Mas é interessante como alguns desses nomes parecem apontar para o Cristo, embora me pareça curioso, acho difícil bater o martelo nessa questão que não esta tão clara no texto e envolve certo grau de subjetividade.

Agora, existe uma expectativa de Lameque no nascimento de Noé, de que aquele menino que nasceu traria esperança de dias melhores, porque Lameque já estava cansado do mundo de pecado e sofrimento fora do Jardim do Éden. Claramente Noé aparece aqui como um simbolo de Cristo. Veremos mais sobre essa comparação entre Noé e Jesus nos próximos capítulos.

Mas sabe o que é mais incrível? Para nós que éramos da linhagem da serpente, filhos da ira, vivíamos longe de Deus, afogados em nossos pecados contra Deus, não tínhamos esperança... mas Deus pelo grande amor com que nos amou nos torna em Cristo, filhos Dele. Aqueles que não mereciam nem passar perto do palácio de Deus, agora enxertados em Jesus, são adotados pela Sua compaixão. Agora somos filhos. Fomos incluídos na família de Jesus. E nos tornamos filhos de Deus. Se somos seus filhos, então somos seus herdeiros e, portanto, co-herdeiros com Cristo:
"Jesus tinha cerca de trinta anos de idade quando começou seu ministério. Ele era, como se pensava, filho de José, filho de Eli, filho de Matate, filho de Levi, filho de Melqui, filho de Janai, filho de José,
filho de Matatias, filho de Amós, filho de Naum, filho de Esli, filho de Nagai,
filho de Maate, filho de Matatias, filho de Semei, filho de Joseque, filho de Jodá,
filho de Joanã, filho de Ressa, filho de Zorobabel, filho de Salatiel, filho de Neri,
filho de Melqui, filho de Adi, filho de Cosã, filho de Elmadã, filho de Er,
filho de Josué, filho de Eliézer, filho de Jorim, filho de Matate, filho de Levi,
filho de Simeão, filho de Judá, filho de José, filho de Jonã, filho de Eliaquim,
filho de Meleá, filho de Mená, filho de Matatá, filho de Natã, filho de Davi,
filho de Jessé, filho de Obede, filho de Boaz, filho de Salmom, filho de Naassom,
filho de Aminadabe, filho de Ram, filho de Esrom, filho de Perez, filho de Judá,
filho de Jacó, filho de Isaque, filho de Abraão, filho de Terá, filho de Naor,
filho de Serugue, filho de Ragaú, filho de Faleque, filho de Éber, filho de Salá,
filho de Cainã, filho de Arfaxade, filho de Sem, filho de Noé, filho de Lameque,filho de Matusalém, filho de Enoque, filho de Jarede, filho de Maalaleel, filho de Cainã,filho de Enos, filho de Sete, filho de Adão, filho de Deus."
(Lucas 3:23-38) 

domingo, 29 de março de 2020

10:14 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 4: O Sangue que Clama

No capitulo anterior Deus diz:
"Então o Senhor Deus disse à serpente: [...] Farei que haja inimizade entre você e a mulher, e entre a sua descendência e o descendente dela. Ele lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”. (Gênesis 3:15)
Deus disse que haveria duas descendências, e que haveria inimizade de uma contra a outra. Uma linhagem santa que carregaria a promessa e as bençãos de Deus (de onde viria o Cristo que esmagaria a serpente), e a outra linhagem profana que levaria a maldição e o castigo de Deus. Adão e Eva na sequência tem dois filhos; Abel e Caim. Abel representando a linhagem da mulher e Caim a linhagem da serpente. Abel nos é apresentado como um simbolo de Jesus, aquele que apresentou um sacrifício agradável e aceitável diante de Deus. Caim por outro lado, aparentemente não apresentou algo compatível com a santidade de Deus. Caim se ira, e a resposta de Deus é marcante:
O Senhor disse a Caim: "Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto? Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo" (Gênesis 4:6,7)
Caim não deu ouvido ao Senhor, e atacou seu irmão e o matou. Aparentemente a profecia de Deus estava acontecendo ao contrário, a descendência da serpente parecia ter destruído por completo a semente da mulher.
"Então o Senhor perguntou a Caim: "Onde está seu irmão Abel? " Respondeu ele: "Não sei; sou eu o responsável por meu irmão? " Disse o Senhor: "O que foi que você fez? Escute! Da terra o sangue do seu irmão está clamando." (Gênesis 4:9,10)
Deus usando de misericórdia, coloca uma proteção sobre Caim, e promete punir sete vezes mais quem matasse a Caim. A Bíblia diz que Caim afastou-se da presença do Senhor e foi viver na terra de Node, a leste do Éden. Ele cria uma cidade, talvez por desacreditar da proteção de Deus. O nome Caim significa lança. A descendência de Caim possui homens conhecidos por trabalhar com ferramentas de metal, e também por praticarem a poligamia e a violência (Gênesis 4:17-24). A violência apenas aumenta na descendência de Caim, o pecado parece ir tomando dimensões cada vez maiores:

"Um dia Lameque disse às suas mulheres: Ouçam-me com atenção: Eu matei um homem, um jovem, por me ter atacado e ferido. Se na verdade quem matar Caim será castigado sete vezes mais do que ele foi, então quem me matar a mim, para se vingar, será setenta e sete vezes mais castigado." (Gênesis 4:23)

Não sei se Lameque (da quinta geração de Caim) disse isso como quem se vangloria de ser mais assassino que Caim ou em tom de arrependimento,


O Deus rico em perdoar:Vemos no livro de Hebreus 12:24, que nos diz que o sangue de Jesus fala melhor (ou mais alto) do que o sangue de Abel. Em Gênesis 2, falamos que Jesus era um Adão melhor e perfeito. Mas em Gênesis 4, Jesus aparece como um Abel melhor e perfeito. Enquanto o sangue de Abel olha para cima e pede justiça, o sangue de Jesus olha para baixo e oferece misericórdia e perdão para os que o recebem. A voz que clama em favor da misericórdia fala mais alto sobretudo pelo valor Daquele que morreu.
Mesmo olhando para Caim e sua genealogia, vemos o quanto Deus foi gracioso mesmo com os filhos da perdição. Deus não faz acepção de pessoas, e por isso diz pra Caim que se ele fizesse o que era correto seria aceito igualmente (Gênesis 4:6). Mesmo Caim desobedecendo a Deus, e matando seu irmão, e posteriormente se afastando de Deus. Deus continuou sendo gracioso e prometeu proteger Caim. Possivelmente Jesus aproveitou a pergunta de Pedro para fazer uma referencia a Lameque:
Senhor, quantas vezes devo perdoar alguém que peca contra mim? Sete vezes?”. Jesus respondeu: “Não sete vezes, mas setenta vezes sete. Mateus 18:21,22 
Ainda que seus pecados sejam como os de Lameque, difíceis de perdoar, existe um sangue derramado na cruz do calvário que clama diante de Deus em seu favor. Ele é um Deus rico em perdoar.
O capitulo 4 termina contando que Adao e Eva tiveram mais um filho chamado Sete. E por meio de Sete, Deus deu continuidade a linhagem real do Messias.

*Clique aqui para conhecer a revelação de Jesus em outros capítulos da Bíblia

sábado, 28 de março de 2020

10:29 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 3: A Árvore da Vida e a primeira morte


Este talvez seja um dos capítulos mais tristes de toda a Bíblia. No último capítulo vimos sobre o primeiro casamento, de Adão e Eva, onde o "juiz de paz" foi o próprio Deus. Falamos sobre como isso aponta para o casamento futuro de Cristo e a sua igreja, e que portanto somos noiva de Cristo.
Neste capitulo, porém, essa noiva trai pela primeira vez o noivo. Tudo esta indo tão bem, mas aqui "acabou-se o que era doce".

Existem tantas lições nesse capitulo que facilmente daria pra fazer um livro bem grande apenas sobre esse capitulo. E vejo como uma forte evidencia de que o pecado de Adão e Eva é tão verdadeiro quanto o relato bíblico diz, é que milênios depois nós continuamos pecando de modo absurdamente parecido com eles, nossos pecados seguem a mesma ordem psicológica, a mesma forma de aproximação do mal, as mesmas intenções, etc. Não será meu foco aqui (mas você achará em outros estudos e pregações com certa abundancia por ai), mas olhando para os meus próprios pecados, eles seguem uma ordem quase que idêntica das experiências de Adão e Eva.


Jesus é a nossa Árvore da Vida:

"Eu sou a ressurreição
 e a Vida" (Jesus)
Deus criou Adão e Eva e colocou-os no lindo jardim onde havia tudo de que precisavam. Mas haviam duas árvores no meio do jardim. Uma árvore produzia vida e a outra, morte (no primeiro momento morte espiritual, e depois morte física também).
Na cultura judaica era bastante comum fazer comparativos entre pessoas e árvores. Vemos alguns exemplos na própria Bíblia: 

“Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem; e tudo quanto fizer prosperará” (Salmos 1:3)

"Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos” (Jó 14:7)

Fica claro nestes casos que os textos não estão sendo literais, nem se referindo a algum tipo de árvore real; a árvore é um comparativo ao homem, ou seja, todos os textos estão falando figurativamente do homem. E quando observamos atentamente os textos sobre a Árvore da Vida em contraste com os textos do Novo Testamento, e de maneira muito especial nos escritos de João, vemos com bastante clareza que a expressão Árvore da Vida na verdade é a representação de uma pessoa, neste caso, Jesus Cristo:

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a Vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25)
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a Vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão”. (João 10:27-28)

“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (João 14:6)

“Eu vim para que tenham Vida, e a tenham com abundância” (João 10:10)

“Respondeu-lhe pois Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens a palavra da Vida eterna” (João 6:68)

“E Jesus lhes disse: Eu sou o Pão da Vida: aquele que vem a mim não terá fome” (João 6:35)  

“Nele estava a Vida, e a Vida era a Luz dos homens” (João 1:4)

“E o testemunho é este: que Deus nos deu a Vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a Vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a Vida” ( I João 5:11-12)

Jesus é a Vida; Ele é quem produz vida. Ele é quem sustenta a Vida. Ele é quem da manutenção a Vida. Ele gera Vida; Nele está a Vida; Ele é a Fonte de Vida; Jesus é Vida agora, e na eternidade.
Deus é vida, e em toda narrativa bíblica encontraremos o conceito de morte associada ao distanciamento de Deus. Por exemplo, a condenação eterna no inferno é chamada em alguns momentos de morte eterna, justamente por implicar um afastamento eterno Daquele que é Vida.
Me pareceu apropriado falar de vida, no capitulo onde a morte entra no mundo.
Quando o homem entregou o seu coração ao pecado, ele passou da vida para a morte, mas quem recebe a Cristo como Senhor e Salvador passa da morte para a vida.
Árvore da Vida para nós, um fruto
doce para nós. Mas custou uma morte,
e teve gosto muito amargo para Jesus. 
"Mas o fato é que Cristo ressuscitou mesmo dos mortos e se tornou o primeiro entre milhões que um dia voltarão a viver! Tal como a morte apareceu neste mundo por causa daquilo que um homem (Adão) fez, assim também é por causa do que um outro Homem (Cristo) realizou que agora há a possibilidade da ressurreição da morte. Cada um de nós morre porque pertence à descendência pecadora de Adão. Mas todos os que estão ligados a Cristo voltarão de novo à vida. Contudo cada um na sua ordem: Cristo foi o primeiro a ressuscitar; e depois, quando ele voltar, todo o seu povo tornará a viver. Então virá o fim, em que Cristo entregará o reino a Deus, o Pai, tendo derrubado todos os domínios, autoridades e poderes. Porque Cristo reinará até que tenha derrotado todos os seus inimigos, incluindo o último, que será a morte." (1 Coríntios 15:20-26)
Nas palavras do teólogo João Calvino, a árvore da vida nos lembra que o homem “não vive por seu próprio poder, mas pela bondade de Deus; e que a vida não é um bem intrínseco, mas procede de Deus.” A árvore da vida simboliza o favor imerecido de algo não podemos conquistar com nossos próprios meios, um presente do Senhor que só pode ser recebido e apreciado com humildade e gratidão.


Jesus é quem cobre nossos pecados

Existe lições preciosíssimas nesse texto que não vou tratar aqui afim de manter o foco na revelação messiânica, mas recomendo um estudo posterior mais detalhado, porque nesse capitulo que começa nosso isolamento de Deus. Eva foi seduzida por satanás, que se apresentou a ela como uma serpente. A serpente seduz Eva para comer do fruto da árvore que Deus havia proibido. Eva por sua vez convence Adão a comer do fruto e dessa forma desobedecendo a Deus.

"Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si. Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim." (Gênesis 3:7,8)

Sabe o que é mais impressionante? É que milhares de anos depois, do outro lado do mundo, e continuamos agindo igualzinho Adão e Eva quando nós pecamos. Quando pecamos, nossa tendência natural é fugir de Deus, e também tentar resolver o problema do pecado pelos nossos próprios meios, do nosso próprio jeito. Adão e Eva tentaram resolver o problema fazendo roupas temporárias, porém insuficientes e ineficazes para cobrir a sua vergonha. Repare também que o homem se esconde de Deus, tudo que ele não quer é encontrar com Deus. Como diz Paulo "Não há ninguém que busque a Deus" (Romanos 3:11). Vemos aqui, o padrão que segue na conversão de qualquer pessoa, e que difere o Cristianismo de qualquer outra religião: Não é o homem que busca a Deus, Deus que busca o homem. A iniciativa é sempre de Deus. Paulo não teria se tornado cristão se Jesus não se revelasse a ele primeiro. Se você é um verdadeiro cristão, então você só foi a Deus, porque Deus te chamou. Você nunca teria escolhido Deus, se Ele não tivesse aberto os seus olhos antes. Você nunca teria escolhido a Deus, se o Senhor não tivesse te escolhido primeiro. Adão estava fugindo de Deus, mas Deus vai atrás de Adão para resgatá-lo:
"E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi." (Gênesis 3:9,10)
Adão tentou resolver o problema do pecado sozinho, mas em algum momento todos veriam a sua vergonha, no primeiro vento ou chuva estaria completamente nu novamente. Mesmo tentando se cobrir do seu jeito, diante da presença de Deus ambos se envergonharam. Folhas de figueira não são capazes de cobrir a nudez de alguém. A capacidade humana não foi suficiente. Adiante, os profetas irão nos mostrar que nossas pretensas boas obras e atitudes, nossa tentativa de performar bem diante de Deus, nosso impulso humano para tentar mostrar que não somos tao pecadores assim e que portanto merecemos o favor de Deus, são esforços inúteis. E um Deus infinitamente santo e justo, precisa executar a justiça, ou Ele deixa de ser justo e santo. Aqui aprendemos que não existe absolutamente nada que o homem pecador possa fazer para se aproximar de Deus, conforme diz Isaías que compara nossas boas atitudes como tentativas de esconder nossa imundícia (provavelmente lepra):
"Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam." (Isaías 64:6)
Então o próprio Deus faz um sacrifício, o primeiro derramamento de sangue, a doação de uma vida inocente em favor do culpado:
"Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu." (Gênesis 3:21)
Já viu isso em algum lugar? Seria necessário um sacrifício providenciado pelo próprio Deus para resolver o problema do pecado. A morte do inocente serviu para cobrir o pecador. Claro que o animal morto naquele momento não era suficiente para cobrir pecados (veja Hebreus 10), mas um simbolo de que o perdão de Adão e Eva estaria no sacrifício providenciado pelo próprio Deus.
Outra coisa muito interessante nesse capitulo, é que quando o Senhor declara o que haveria de acontecer no mundo agora que o pecado e a morte entraram, ele amaldiçoa a serpente (satanás), e promete que nasceria um descendente da mulher, que resolveria o problema do pecado e esmagaria satanás, mas que pra isso Ele seria ferido:
"Então o Senhor Deus disse à serpente: [...] Farei que haja inimizade entre você e a mulher, e entre a sua descendência e o descendente dela. Ele lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”. Gênesis 3:15
Caro leitor, vença os impulsos do seu coração corrompido pelo pecado que te levam a agir como Adão e Eva, apresente-se diante de Deus, e mesmo envergonhado e arrependido pelo que fez mostre a Ele a nudez da sua alma e confesse a Ele o seu pecado. Desista de tentar se redimir pela sua própria força, capacidade e boas ações. Deus matou um cordeiro, que é Jesus Cristo, para poder perdoar você sem deixar de ser Justo, e assim cobrir o seu pecado e apagar suas falhas:
"Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo." (1 João 2:1,2)
Embora seja um capitulo muito triste pelo pecado do homem, também é um capitulo que nos produz esperança de que pela obra de Deus é garantido o retorno à Árvore da Vida.


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