domingo, 17 de março de 2024

18:45 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 45: "Eu sou Jesus"

 

Benjamin era o único filho que havia restado de Raquel, dado seu irmão José que estava presumidamente morto. Judá sabia da venda de José, o que daria motivos para crer que ele possivelmente ainda estaria vivo, apesar de terem levado Israel a crer em sua morte. E agora, que tinham contado essa mentira há tanto tempo, provavelmente já tinham até se esquecido da verdade, e começado a crer eles mesmos na mentira. José já reinava. Milhares de gentios (não-hebreus) de várias nações estavam sendo salvos e abençoados por meio do governo de José, mas o povo da aliança passava fome longe de José. Para todos os povos José estava vivo e reinava, mas para seus irmãos de sangue ele estava morto.

A história de Jesus não tem sido diferente da história de José, enquanto multidões ao redor do mundo de todos os povos, tribos e nações têm sido salvos por Jesus, a maior parte dos descendentes de Judá ainda hoje acreditam que Jesus está morto e não ressuscitou. 


Como tratamos mais extensivamente em capitulos anteriores, José foi vendido e traido pelos seus irmãos, que o entregaram aos estrangeiros em troca de moedas de prata. Semelhantemente Jesus foi vendido por moedas de prata e foi entregue pelos seus irmãos (seu próprio povo) aos romanos.

E neste momento que antecede a revelação, muitos anos depois, José era um hebreu, mas ele estava vestido de trajes egipcios e os seus irmãos não o reconheceram. Jesus também foi vestido e apresentado ao mundo nos últimos milênios com trajes romanos, como se fosse um homem ocidental, e isso contribuiu para esconder as raizes judaicas de Jesus. E os seus irmãos de sangue, continuam não reconhecendo ele. 


Mas um dia os filhos de Judá reconhecerão Jesus como o Rei Messias, aquele que é como o próprio Deus, diante do qual ninguém tem como apresentar justificativas, senão apelar pela sua misericórdia. Conforme disse Deus por intermédio do profeta Zacarias: “Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e prantearão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito” (Zacarias 12:10). Por isso, a medida que judeus (assim como seu pai Judá) se aproximam de Jesus (prefigurado em José), sabemos que o momento da revelação final está próximo. A revelação de José tipifica a grande revelação que Jesus fará a seu povo Israel.

“disse-lhes: "Eu sou José, seu irmão, aquele que vocês venderam ao Egito! Agora, não se aflijam nem se recriminem por terem me vendido para cá, pois foi para salvar vidas (מִחְיָה) que Deus me enviou adiante de vocês” (Gênesis 45:4-6).

Na liturgia judaica, a palavra מִחְיָה é usada para se referir à ressurreição dos mortos na vinda do Messias. Agora, repare um texto parecido escrito pelo apóstolo Paulo sobre a restauração do povo judeu: 

“será que eles (os judeus) tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela transgressão deles, a salvação chegou aos gentios, para fazer com que os judeus ficassem com ciúmes. [..] Pois se a rejeição deles é a reconciliação do mundo, o que será a sua aceitação, senão vida dentre os mortos?” (Romanos 11:11-15).


A partir daquele mal que fizeram com José, Deus começa a colocar seu plano em ação para salvar o seu povo. E a partir do corpo do seu filho partido na cruz, o maior pecado já cometido contra o maior dos justos, Deus começou a consertar este mundo, agora os planos de Deus serão desenrolados para salvar sua Igreja. O corpo de Cristo na cruz é a semente para um novo mundo. 


Mas essa realidade não se aplica apenas a Israel e a ressurreição final dos mortos, mas aplica-se a cada pessoa individualmente que se encontra morta em seus delitos e pecados, e que também precisa de arrependimento, ressurreição e reconciliação com Deus. De modo muito parecido com a fala de José, quando Jesus se revelou a Paulo, Ele disse: “Eu sou Jesus”. E quando desejou consolar os seus discípulos, Ele disse: “Sou Eu. Não temais”.

Querido leitor(a), você só precisa esperar para ver Deus restaurar e reconciliar tudo, mas um pedaço da realidade futura pode estar acontecendo aqui e agora. Um pedaço desse novo mundo você já pode experimentar. O Reino do Poderoso Cristo pode estar a uma oração de distância de você.


“Irmãos, não quero que ignorem este mistério, para que não se tornem presunçosos: Israel experimentou um endurecimento em parte, até que chegasse a plenitude dos gentios.

E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: "Virá de Sião o redentor que desviará de Jacó a impiedade.

E esta é a minha aliança com eles quando eu remover os seus pecados".

(Romanos 11:25-29)

 

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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

17:26 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 44: O Cálice de Prata

 

José faz um último teste com seus irmãos, e esse teste gira em torno de um cálice de prata. José havia sido vendido por prata, e aparentemente está recriando uma situação similar com Benjamin para ver se os irmãos farão o mesmo que fizeram com ele. Mais tarde, a Lei de Deus também exigiria valores de prata como símbolo de resgate ou de preço do pecado (Êxodo 30:15, Números 3:48-51; 18.16). Não é coincidência, que o próprio Jesus foi entregue por Judas em troca de moedas de prata.

Judá reconhece que não há justificativas. “Como nos justificaremos? Achou Deus a iniquidade de teus servos”, provavelmente ele entendeu que Deus estava punindo eles pelo que haviam feito com José. E com humildade, Judá se humilha diante daquele homem que segundo ele “é como o próprio Faraó”. Ao longo da história do povo hebreu, a tribo de Judá teria um papel fundamental na intercessão e reconciliação do povo com Deus, uma vez que o Templo de Jerusalém estava em Judá. Além da importância da tribo na linhagem messiânica, a sua liderança entre as tribos de Israel são prefiguradas na atitude de Judá. O discurso de Judá não poderia ser mais sábio e sensato. Judá, em respeito à justiça da sentença de José, e para mostrar a sua sinceridade em sua súplica, ele se oferece como servo no lugar de Benjamim. Assim a lei e a justiça seriam cumpridas. É natural se supor que Judá tivesse um corpo mais forte e robusto que o de Benjamim, mais adequado para o trabalho pesado. Portanto, se o governante usasse de misericórdia e aceitasse a troca, ele também não sairia perdendo porque estava sendo ofertado um que era superior ao “pecador”. Judá preferia sofrer na pele aquela condenação do que deixar seu irmão e seu pai sofrerem toda aquela situação.

O escritor da carta aos Hebreus ressalta que Cristo é o descende da tribo de Judá (Hebreus 7:14). De maneira similar a Judá, Cristo atuou como intercessor pelos pecadores, assumindo um compromisso firme para com eles, como revelado em Hebreus 7:22. Essa ação demonstra seu profundo engajamento não apenas com Deus Pai, mas também com a humanidade, seus irmãos. Impressiona a transformação de Judá, alguém que antes estava interessado somente em si mesmo e em ganhos pessoais (37:26-27; 38:1-30) e agora age como alguém pronto a se envolver, mesmo que com perda pessoal, pelo bem dos outros (vs. 33-34). Aquele velho Judá egoísta foi embora, dando lugar a uma nova pessoa que até lembra o Filho de Deus.

Portanto, quando você lê sobre Judá vendendo seu irmão, abrindo mão da sua família e das promessas, sendo injusto com sua nora… você está vendo o velho Judá. Quando você lê em Gênesis 44, e vê um homem corajoso, cheio de sabedoria, eloquência e um amor sacrificial profundo pelo pai e pela família...você está vendo um novo Judá, transformado a imagem de Cristo.

"Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim." (Gálatas 2:20) 

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 43: O Fiador

Os filhos de Jacó estavam tentando convencer seu pai a deixá-los levar Benjamim para o Egito. As palavras de Judá são ainda mais corretas do que as de Rúben (Gn 42:37). Rúben tinha prometido a vida de seus dois filhos, caso não lhe fosse possível trazer a Benjamim, são e salvo ao pai (42.37). E isso não convenceu Jacó. Mas Judá coloca a si mesmo como garantia de um pacto. A partir desse momento, Judá passou a ser porta-voz de seus irmãos (cf. v. 8-10; 44.14-34; 46.28). Sua tribo passaria a ter preeminência entre as 12 (v. 49.8-10).

Judá toma a frente e diz para Jacó: “Eu sou fiador dele (o verbo transmite a ideia de trocar de lugar com outro) a mim me pedirás conta dele: se eu não o devolver a ti e o puser diante de ti serei para ti o culpado todos os dias”. Literalmente, “eu serei um pecador” (isto é, sujeito a castigo como pecador). Judá quer dizer que se não voltar com Benjamim terá quebrado sua promessa e será culpado de uma grave transgressão contra seu pai. Vem-nos, imediatamente ao pensamento o divino Descendente de Judá, quando refletimos no emprego da palavra “culpado” (“pecado”, em hebraico hatta). Cristo deu a sua vida “como oferta pelo pecado” (Is 53.10) e “foi feito pecado por nós” (2 Co 5.21) a fim de que pudesse levar-nos salvos para o Pai Celestial. Este momento em que Judá se coloca como um fiador é uma prefiguração da obra de redenção realizada por Jesus no Novo Testamento. Na trama, emerge a figura de Judá como um exemplo marcante de substituição. No capítulo seguinte, diante da iminente ameaça à vida de seu irmão Benjamim, Judá se apresenta voluntariamente para ocupar o lugar do irmão, e tornar-se escravo no Egito. Essa decisão não apenas revela a profunda preocupação de Judá com o bem-estar de seu pai Jacó, mas também destaca uma notável disposição para assumir a culpa e as consequências em favor de outro. Essa atitude de Judá encontra ressonância na mensagem central do Evangelho, onde Jesus, o Filho de Deus, se apresenta como o supremo substituto.

O paralelo entre Judá e Jesus se torna evidente quando observamos a disposição de ambos para assumir a culpa em prol de outros. Assim como Judá ofereceu sua liberdade para garantir a segurança de Benjamim, Jesus ofereceu sua vida na cruz para redimir a humanidade do peso do pecado. A substituição de Judá, embora nobre e comovente, é limitada e temporária. Por mais bem intecionado que Judá estivesse, ele não poderia realmente garantir que Benjamim voltaria aos braços do pai. No entanto, tal disposição aponta para a substituição definitiva realizada por Jesus. Em sua morte na cruz, Jesus não apenas assumiu a culpa, mas também proporcionou perdão, reconciliação e salvação eterna. Ao contemplarmos o capítulo 43 de Genêsis e compararmos com a obra de Jesus, somos lembrados do extraordinário amor de Deus manifesto na substituição que nos oferece vida e um caminho seguro de volta para o Pai.

“Jesus transformou-se, por essa razão, no fiador de uma aliança superior.” (Hebreus 7:22)


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quinta-feira, 30 de novembro de 2023

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 42: Todas as famílias da Terra


Neste capítulo, testemunhamos um momento singular em que Israel se tornou por meio de José uma bênção para as famílias da terra. A próxima vez que isso aconteceria de modo tão claro e nítido, seria apenas com o ministério e obra de Jesus. José emerge como um símbolo do Messias, sua trajetória transcende o papel de um mero governante; ele se revela simbolicamente como um redentor, protetor e provedor. José salvou todos que vieram até ele da fome, similarmente todos que vão até Jesus são salvos da justiça eterna. Aqui vemos que a promessa feita a Abraão de que “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 13), não necessariamente significa que todos os descendentes de Abraão seriam bênção para todas as famílias da terra, mas de que provavelmente seria um desses descendentes que abençoaria todas as famílias da terra, assim como aconteceu com José. José livrou, protegeu e enriqueceu a semente de Abraão e Isaque, e ao fazer isso ele salva o resto do mundo junto. Isso é importante: Quando Deus usa José para salvar a família de Abraão, o resto do mundo também é salvo. Resolver o problema da família de Abraão, é resolver o problema do mundo. José foi um tipo de redentor, protetor e provedor. Jacó, seu ancestral e pai, não fez isso, tampouco os irmãos de José. Na verdade, Jacó e seus filhos necessitavam tanto quanto os outros povos de alguém para livrá-los, protegê-los e sustentá-los. A profecia e missão de Israel, nunca mais foi cumprida de forma tão clara depois de José, senão por meio de Jesus, quando Deus, novamente, tomou uma pessoa da semente para agir em favor da semente e pelo mundo. Assim como Jesus, José tendo todo o poder, não usou do seu poder em benefício próprio. José também trabalhou para levar seus irmãos ao arrependimento, o que lhe causou dor e sofrimento durante este processo. Muitas vezes Jesus permite coisas estranhas e situações ruins nos aconteçam para que possamos entender as consequências do pecado, certamente Cristo não faz isso por prazer, mas está fazendo para o nosso bem. Mais de 20 anos depois, os irmãos de José ainda lidavam com a culpa constante pelo que fizeram, isso mostra que o tempo não apaga o pecado, isso apenas o verdadeiro arrependimento e a confissão são capazes de fazer. Assim como os irmãos de José receberam o perdão de Deus pela atitude de José, nós também somos perdoados pelo que Cristo fez. Jesus é o Messias prometido, o Filho de Deus encarnado, que veio não apenas para uma nação específica, mas para toda a humanidade. Sua vida, ensinamentos, morte e ressurreição são eventos salvíficos que abrangem todas as pessoas e culturas, abrangem você e sua família. Existe provisão em Cristo; porém, devemos ir á Ele para pedi-la. Os irmãos de José vieram buscar o sustento, e conseguiram o trigo sem pagar por ele. Assim é Cristo, que concede-nos provisões sem dinheiro e sem preço. A provisão de Cristo é de graça e pela Graça.


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domingo, 29 de outubro de 2023

20:02 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 41: A metáfora da Ressurreição

José era da idade de 30 anos quando se apresentou diante de Faraó, a mesma idade que o rei Davi teria ao assumiu o trono de Israel (2 Samuel 5:4), a mesma idade na qual os sacerdotes começavam seu serviço no templo (Números 4:3), e não por acaso a mesma idade que Jesus tinha quando iniciou seu ministério.

Claro que Jesus é incomparável, mas aqui existem alguns paralelos entre a história de José e a de Jesus que nos revelam que José era um pequeno símbolo profético de uma realidade futura muito maior, por outro lado Jesus é a própria realidade anunciada. Os planos de Deus se tornam conhecidos e executados por meio de José. E de modo mais amplo, os planos de Deus foram plenamente revelados para a humanidade por meio de Jesus, e também executados por ele (Apocalipse 5:5). No capítulo anterior, mencionei como a prisão de José antecipava o que viria a ser a crucificação de Jesus. No entanto, o que ocorre após a crucificação? A ressurreição! A palavra hebraica "bowr" é traduzida como "prisão ou cela" e também como "poço ou cova" e até mesmo "abismo ou sepultura" (Gn 37:22,24,28,29; 40:15; 41:14; Salmo 30:3; Isaías 14:15). José deixaria definitivamente sua situação de humilhação para ser elevado. José foi retirado do poço e foi-lhe concedido uma veste de linho e ouro (Gn 41:42). Jesus aparece para João com uma veste gloriosa e ouro após a sua ressurreição (Apocalipse 1:13-17), já na profecia de Daniel vemos o Messias glorificado aparecendo com roupa de linho e ouro (Dn 10:5-6). A justiça foi feita para José, e ele foi elevado pelo Faraó para ser a segunda pessoa mais poderosa do Reino (Gênesis 41:40-42). Da mesma forma, após a sua ressurreição, a justiça foi plenamente realizada para Jesus, o Justo, que foi exaltado por Deus-Pai sobre todo o universo. Jesus proclamou: "Todo o poder no céu e na terra foi me dado" (Mateus 28:18). “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas” Efésios 4:9,10. Cristo é tipificado em José como o homem sábio e criterioso que está no comando de todas as coisas do Rei, Ele mesmo seleciona alguns para cuidar do seu rebanho (Efésios 4:11). Interessante notar que a expressão “bispos” (Filipenses 1:1) significa exatamente “supervisores”! v37-41 (e em Salmos 105:16-22 usa-se a mesma palavra de “presbitero”), que foi o conselho de José para o Faraó. João Batista diz que Cristo é aquele que “junta seu trigo no celeiro” (Mateus 3:12), que simboliza a reunião dos justos para a vida eterna e a separação deles dos ímpios para o julgamento. O reinado de José e de Jesus inicia-se com um decreto de dois períodos, um primeiro período de abundância e um segundo período de fome. O reinado de Jesus no mundo inicia-se com um decreto de que haverá também dois períodos, sendo o primeiro em que a palavra de Deus vai ser pregada pelo mundo, e um segundo momento em que a igreja será perseguida e aparentemente derrotada pela apostasia (Apocalipse 11, Mateus 24:14, 2 Tessalonicenses 2:3-4, Apocalipse 13:7). “por tua boca se governará todo o meu povo; Só eu estarei acima de ti em autoridade. [...] Então o faraó tirou do dedo o seu anel com o selo real e o pôs no dedo de José. [...] Também o fez andar na carruagem reservada para quem era o segundo no poder, e, por onde José passava, gritava-se a ordem: "Ajoelhem-se! (Gênesis 41:40). Impossível ler a fala de Faraó e não se lembrar das palavras de Paulo sobre Jesus em 1 Corintios 15: “Pois é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque ele "tudo sujeitou debaixo de seus pés". Ora, quando se diz que "tudo" lhe foi sujeito, fica claro que isso não inclui o próprio Deus, que tudo submeteu a Cristo”. José usava o anel do rei do Egito, e decretava e julgava na autoridade de Faraó, como sendo o próprio Faraó. Analogamente sobre Cristo, a Escritura diz: "o Pai a ninguém julga, mas confiou todo julgamento ao Filho." (João 5:22). Azenate uma esposa retirada do Egito passa a fazer parte do povo israelita. Assim como a Igreja, tirada do mundo para fazer parte da família de Deus (Efésios 2:12) que é a noiva de Cristo composta de pessoas de todos os povos, tribos, línguas e nações! Neste capítulo, o filho de Jacó prefigura apenas metaforicamente o que seria a ressurreição do Filho de Deus. Todo o sofrimento de José contrastando com uma vida justa e piedosa, e agora sua ascensão ao trono. À luz desses paralelos, somos lembrados da grandiosidade da ressurreição e da soberania de Cristo sobre toda a criação. A ressurreição é a garantia da vitória final sobre a morte e o cumprimento dos planos divinos para a redenção da humanidade. É a esperança tanto para o futuro quanto para o presente, pois Aquele que pode reverter até mesmo a morte, pode reverter qualquer outra situação. “Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer, produzirá muito fruto”. Jo 12.24


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sábado, 22 de julho de 2023

06:58 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 40: Entre cárceres e cruzes

Nos capítulos anteriores vimos que, assim como Jesus, José foi vendido e entregue aos estrangeiros pelo seu próprio povo e na sequência foi preso e condenado com falsas acusações (Gn  39:11-20; 40:15). E agora em Gênesis 40, veremos um protótipo da crucificação de Jesus.

A humilhação de José desenrolou-se em fases graduais e crescentes culminando na sua prisão na masmorra. A humilhação de Jesus também ocorreu de forma crescente e gradual, desde o momento em que abandonou o trono celeste e veio em forma de servo culminando no ponto mais profundo da sua humilhação: o calvário.


O chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros cometeram algum crime contra o faraó, e faraó irou-se com os dois oficiais, e mandou prendê-los na casa do capitão da guarda, na prisão em que José estava. José foi preso com esses dois criminosos (Gn 40:2-3). Jesus também foi crucificado com outros dois criminosos: Os outros dois, eram criminosos, e foram levados para ser condenados à morte com Jesus. (Lc 23:32;. Mt 27:38, Mc 15:27, Jo 19:18). A Torá fala que José era inocente, e sobre Jesus o profeta Isaías diz que mesmo sendo inocente, o Messias seria colocado/contado “entre criminosos” (Is 53:12).


Reparem na beleza e sutileza dos símbolos: o copeiro (que serve vinho) e o padeiro (que serve pão). Pão e vinho, os mesmos dois símbolos que profetizaram a crucificação de Cristo na última ceia e que desde então são usados como memorial pela igreja na ceia do Senhor. Perceba que não apenas José, mas também o padeiro e o copeiro são símbolos de Cristo.


O Copeiro como símbolo de Cristo: ele era um nobre que tinha uma posição ao lado do rei, desceu a prisão, e depois de 3 dias de sofrimento subiria e seria restituído a sua posição de honra. 3 dias tem um importante significado, pois é o sinal de Jonas, isto é, o sinal da ressurreição (Mateus 12:40). O vinho é o símbolo do sangue de Cristo, a matéria prima da nova aliança. Além disso, Jesus é aquele que espreme o lagar da ira de Deus (Ap 14:19, Sl 75:8). Ao interpretar o sonho do copeiro, José parece se afastar por um momento da sua majoritária simbologia messiânica e diz para o copeiro “Lembra-te de mim quando tudo estiver indo bem com você”. Essa frase lembra muito um dos momentos mais marcantes da crucificação, quando um dos criminosos diz para Jesus: “Lembra-te de mim quando vieres no teu reino” (Lucas 23:42).

O Padeiro como símbolo de Cristo: Jesus é também simbolizado pelo pão, “o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, pegou um pão e, tendo dado graças, o partiu e disse: "Isto é o meu corpo, que é dado por vocês” (1 Coríntios 11:23,24). Analogamente, o padeiro foi moido, padeceu e morreu. O padeiro foi pendurado numa árvore/madeiro, o que mais tarde a Torá declararia ser um símbolo de maldição (Dt 21:22,23). Assim Jesus também foi pendurado no madeiro, se fazendo maldição em nosso lugar (Gl 3:13).


José como símbolo de Cristo: Vemos um inocente temente a Deus sendo condenado com dois infratores da lei, um dos criminosos será salvo e outro será condenado.


Eu penso que talvez Deus tenha dividido o simbolismo messiânico entre os vários personagens da Biblia, porque ninguém poderia simbolizar todas as características de Jesus, mesmo um mero simbolismo completo seria uma honra que nenhum ser humano poderia receber, nem mesmo o fazer perfeitamente. E se tudo na Biblia e no universo aponta para Cristo, meu desejo é que sua vida seja parte dessa tapeçaria divina, por meio de nossas vidas imperfeitas Deus certamente fará resplandecer a glória Daquele que foi perfeito em nosso lugar. É Tudo Sobre Ele!


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segunda-feira, 3 de julho de 2023

05:34 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 39: Messias Filho do Zé

No Antigo Testamento há descrições supostamente conflitantes da imagem do Messias. Algumas vezes as profecias falam que o Messias é rejeitado, sofre e morre, e em outros momentos apontam um governante vitorioso, conquistador e triunfante. Essa contradição fez com que o pensamento judaico clássico acreditasse que dois messias apareceriam, o primeiro é sofredor e rejeitado por seu povo, e é chamado de “Messias Filho de José" e o segundo um Rei conquistador, que foi chamado de “Messias Filho de Davi”. Eles não estavam tão distantes da verdade. Mas ao invés de dois Messias, cada um deles vindo uma vez, sabemos agora por meio de Jesus e dos apóstolos, que o Antigo Testamento profetizou um só Messias vindo duas vezes. Jesus decepcionou a muitos, porque ele não era o tipo de Messias que correspondia a uma figura militar. Ele dizia que o reino Dele não era deste mundo, falou de coisas impopulares como arrependimento de pecados, orar pelos seus inimigos, denunciou erros da alta liderança religiosa, não prometeu destruir o império romano... E faz muito sentido que um povo oprimido e violentado pelo império romano, o império mais violento que o mundo já viu, esperasse ardentemente um Messias militar que trouxesse uma vingança armada. Mais tarde com o crescimento do cristianismo, o judaísmo precisou reformular-se para dar respostas ao cristianismo, de modo que hoje a afirmação preponderante nos círculos judaicos é de que o Messias viria apenas para conquistar, governar e reinar, escondendo a existência de um “Messias sofredor”. Mas os antigos sábios de Israel reconheceram, entenderam e ensinaram sobre os sofrimentos e a morte do Messias de Israel, apenas na idade média que textos como Isaías 53 deixaram de ser entendidos como se referindo ao Messias, e em textos como Daniel 9 foi incluída uma maldição para quem calcular o ano do nascimento do Messias... Embora as Escrituras Sagradas nunca disseram que o Messias seria filho de José (do Egito), na verdade apenas diz que seria descendente de Davi (da Tribo de Judá), mas os antigos rabinos entendiam que o sofrimento e a vida de José apontava para o Messias, o servo sofredor. E neste sentido criou-se a idéia do Messias Filho de José. E José é uma figura que aponta de forma muito clara e extremamente detalhada para a vida de Jesus Cristo. Apenas olhando para o capítulo 39 de Gênesis percebemos várias semelhanças: A graça de Deus pode levantar uma pessoa boa e justa do meio das piores situações. Em meio a tanto pecado dos judeus e gentios, José parece uma resposta de Deus para salvar a família da aliança e o restante do mundo da fome. Assim também no pior momento do povo de Israel, durante o pior império, Deus levantou Jesus Cristo para salvar Israel e o mundo todo. José foi servo na casa de Potifar, estava sob domínio estrangeiro (Gn 39:1), e Jesus veio na forma de um servo, sob dominação romana (João 13:12-17, Mateus 20:25-26, Marcos 10:43, Filipenses 2:6-9). José foi feito um supervisor (Gn 39:4). Jesus é o Pastor e supervisor (מַשְׁגִּיחַ) de nossas almas (1 Pe 2:25;. João 3:35, Mateus 28:18). José foi tentado, mas não cometeu pecado (Gênesis 39:7-10). Jesus foi tentado de todas as maneiras mas não cometeu pecado (Hb 2:18, 4:15, 2 Coríntios 5:21;. 1 João 3:5). José foi acusado falsamente (Gen. 39:11-20; 40:15). Jesus foi falsamente acusado pelas autoridades religiosas e jamais cometeu pecado algum (Lucas 23:04, 14-15; João 8:46, e 18:38, 19:04, Hb 7:26;. 1 Pe 2:22;.. 1 Pe 3:18). Potifar condenou José ao cárcere, mas provavelmente acreditava na sua inocência, mas perverteu a justiça pois “sua posição demandava isso”. Jesus foi condenado injustamente pelo procurador romano Pilatos, que acreditava na sua inocência, mas condenou-o à morte pois “sua posição demandava isso”. José não fez nenhuma defesa (Gn 39:19-20). Jesus não fez nenhuma defesa perante as autoridades: “Ele questionou Jesus durante algum tempo, mas ele não respondeu” (Lucas 23:09;. Mt 27:14, Atos 08:32, Isaías 53:7, etc.) Como uma ovelha muda que vai ao matadouro. José sentiu muito seu aprisionamento, pois nos é dito nos Salmos que “o ferro entrou em sua alma” (Salmos 105:18). Ele sentiu que era uma coisa cruel estar sob tal calúnia e sofrer por sua inocência. Jesus também sentiu essa profunda angústia na alma (Mateus 26:38). Deus estava com José em sua humilhação e prosperou a ele (Gn 39:2). Deus estava com Jesus em sua humilhação e prosperou a Ele (Is. 53:10). Jesus Cristo, o Messias, é o judeu que foi espancado, rejeitado, humilhado, morto pelo pior método desenvolvido pelo pior e mais tirânico império que o mundo já viu. Mas isso ainda não era nada. Na cruz Jesus recebeu o castigo da justiça do Deus infinitamente Justo sobre nossos pecados. A punição que cada ser humano receberia eternamente no inferno por cada assassinato, por cada crime, por cada quebra na Lei de Deus, pelos seus pecados diários, recaiu de uma vez sobre Jesus. “Todavia, ao Senhor agradou esmagá-lo, fazendo-o sofrer” (Isaías 53:10). Mas as profecias diziam que a tumba não o seguraria “E tornará a viver; os planos de Deus hão-de prosperar nas suas mãos.[...] Por isso lhe darei as honras de quem é grande e poderoso” (Isaías 53:10-12) O livro de apocalipse mostra um retorno de Jesus muito diferente do que foi a primeira vez: “Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo. E seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.” Tanto o servo sofredor José como o vitorioso rei Davi eram sombras do que viria, mas a realidade completa é Jesus Cristo. Morreu como cordeiro, ressuscitou como Leão. Vá com ele, siga ele pela lama e na masmorra, e você estará com ele nos palácios da glória.

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