sexta-feira, 2 de abril de 2021

13:28 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 15: Contrato de Sangue


Deus promete que Abrão geraria um filho, mesmo tendo idade avançada. A Bíblia está cheia de histórias de nascimentos impossíveis e improváveis. Deveríamos nos perguntar o porquê de tanta ocorrência deste típico milagre. A resposta é simples: esse milagre aponta para a pessoa central da Bíblia que também teria um nascimento extremamente improvável e milagroso. Como seria profetizado por Isaías, o nascimento do Senhor Jesus haveria de ser milagroso, a virgem daria luz ao Messias.

Deus diz para Abrão “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las" [...] Assim será a sua descendência". Traduzido como descendência é a mesma palavra hebraica usada para semente. É uma alusão ao Cristo descendente de Abraão (Nm 24.7; Is 6.13). 


“E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça”. Abrão não foi salvo por causa da sua vida justa, mas pela misericórdia de Deus, mediante a fé, que ele foi declarado justo. A única obra válida é a obra que Deus realiza em nós por meio da nossa fé nele:


“Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou”. (João 6.28,29).

Pois Abrão, e os crentes da antiguidade, creram no Messias que viria. Pois todos precisamos dele para sermos salvos, por meio de seu favor e graça. “esta afirmação de ser aceito por meio da fé não foi feita só em benefício de Abraão. Ela também é para nós, os que cremos em Deus que ressuscitou da morte Jesus nosso Senhor; o qual foi entregue à morte por causa das nossas transgressões e ressuscitou para que pudéssemos ser considerados justos aos olhos de Deus” (Romanos 4:22-25). 


Abrão pede ao Senhor um sinal de que a promessa de Deus se cumpriria. Em resposta a este pedido, Deus formaliza com Abraão um pacto, segundo o costume daquela época; onde era preciso que os dois “contratantes” passassem entre os animais esquartejados; aceitando assim serem eles mesmo dilacerados como as vítimas, se infringissem seus compromissos. 


E Abrão não andou sobre este caminho de sangue. Deus fez Abrão cair em profundo sono e apenas Deus percorreu tal via, representado pela fumaça e pelo fogo. Mas esse momento parece meio macabro, Deus se apresenta de modo terrível, o texto antes descrevia uma feliz promessa para Abraão, mas agora fala de um pesadelo e grande escuridão. E na sequência Deus promete que a semente de Abraão vai sofrer muito e ser afligida. Você talvez tenha ficado com aquela cara de "Ué? Foi assim que Deus quis mostrar para Abraão que a maravilhosa promessa ia se cumprir?". Exatamente! Eu te explico: Conforme comentamos um pouco no capítulo 13, a promessa tem tanto um cumprimento na vida de Abraão, como tem aspectos que apontam para história de Israel e da igreja (o novo Israel), mas também colaboram para a revelação do Messias. Sabemos que Deus está querendo provar pra Abraão que a promessa vai se cumprir, e sabemos que os hebreus foram escravos durante 400 anos no Egito. Agora repare com atenção: 


“então, lhe foi dito: Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por (em hebraico: ת) quatrocentos anos” (Gênesis 15:13)

A letra “Tav” ( ת ) em hebraico moderno, que também pode significar "aliança", “marca” ou “sinal” (lembre que Abraão pediu um sinal da promessa), no tempo de Abraão (cerca de 2000 anos antes de Cristo), era representada pelo símbolo de uma cruz ( ✝ ). E assim como todas as letras em hebraico, ela representa um valor, e o valor da Tav é 400. Abaixo a evolução do Tav do antigo hebraico para o hebraico moderno:

Perceba a beleza e harmonia da palavra de Deus: Após exatos 400 anos, o povo de Israel foi liberto da escravidão do Egito, e de modo semelhante/paralelo fomos libertos do pecado (simbolicamente do Egito) por meio de Cristo. Observe cuidadosamente o verso 13: Cristo é o descendente de Abraão que peregrinou neste mundo, foi reduzido a condição de servo (Filipenses 2:7), e foi afligido na cruz. Agora faz sentido a escuridão que Abraão viu? Uma cena terrível e muito parecida com a escuridão que tomou a terra durante a crucificação de Jesus. O fato de Deus passar sozinho pelo caminho, ou assinar sozinho os termos do pacto, significava que a promessa de Deus a Abrão, a aliança abraâmica, foi feita pelo Senhor e que seu cumprimento era certíssimo, pois dependia somente Dele (Gn 22.15-18). Ou seja, ainda que Abrão e seus descendentes falhassem no pacto com Deus, Deus seria morto como havia sido feito com aqueles animais. Este foi um anúncio perfeito de Jesus Cristo, o Deus encarnado, morrendo na cruz como um animal de sacrifício, por conta dos nossos pecados. Nesse capitulo vemos a natureza unilateral e incondicional da aliança de Deus. Pois Deus é fiel, e mantém sua fidelidade independentemente de nossa fidelidade, pois somos pecadores e incapazes de obter perfeição por nós mesmo, e até o ato de cumprir um simples pacto, necessitamos de Deus em ambos os lados. Este é o pacto da Graça. Desde de sempre foi pela Graça, nunca por obras. Nas palavras do próprio Jesus, Abraão entendeu o recado:

“O vosso pai Abraão alegrou-se ao ver o meu dia. Sabia que eu viria e ficou satisfeito” (João 8:54)

Colaborou: Gislaine Vieira (Bacharel em Tradução)

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segunda-feira, 22 de março de 2021

19:07 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 14: O Nosso Melquizedeque

Na primeira guerra mencionada na Bíblia, Ló é levado prisioneiro por 5 reis que invadem Sodoma. A notícia chega até Abraão, e ele reúne 318 homens da sua casa para perseguir os reis. Mesmo em menor número, Abraão alcança e derrota esses reis, libertando Ló, sua família e o povo. E assim, ele demonstra confiança de que a benção do Senhor estava sobre ele. No retorno da guerra, duas figuras se encontram com Abraão. A primeira delas é o rei de Sodoma (talvez o único rei sobrevivente da invasão). Abraão demonstra não querer vínculo com o rei de Sodoma, e para que ele não dissesse “eu que enriqueci Abraão”, Abraão devolveu os despojos da guerra que eram originalmente dele. A preocupação de Abraão era com a Glória de Deus. Os méritos teriam que ser de Deus, não dos homens. Esse texto mostra claramente que Abraão tinha a chance de conquistar a terra de Canaã militarmente, ele derrotou sozinho 5 reis que devastaram os reis da terra, mas ele não faz isso. Mais uma evidência de que Abraão buscava uma pátria celestial e não uma terrena, e que suas conquistas seriam dadas por Deus e não pela sua espada.

A segunda figura que vem se encontrar com Abraão é muito mais interessante: Melquisedeque. Melquisedeque era rei de Salém, que no tempo dos jebuseus se chamaria Jebus, e por fim Jerusalém. Melquisedeque significa "rei de justiça"; e "rei de Salém" quer dizer "rei de paz". Você conhece um rei e sacerdote na Bíblia, conhecido por esses adjetivos? E ainda por cima, ele trás para Abraão pão e vinho, só os dois maiores símbolos que ao longo da história representaram Jesus. Nada se diz sobre sua origem ou fim, Melquisedeque simplesmente aparece na história, sem pai, sem mãe, sem genealogia, nesse sentido ele tem um sacerdócio sem começo e fim, o que nos aponta para o sacerdócio eterno de Jesus (Lembre-se que a genealogia era importantíssima para legitimar o sacerdócio levítico). Repare também que não é Abraão que abençoa Melquisedeque, mas Melquisedeque que abençoa Abraão. Portanto, Melquisedeque é maior e superior a Abraão. Abraão reconhece aquela figura de autoridade, e dá o dízimo de tudo para Melquisedeque. O Autor da Carta aos Hebreus, mostrando a superioridade do sacerdócio de Jesus, argumenta que se Abraão (que é maior que eles) reconheceu essa superioridade da ordem de Melquisedeque, os filhos de Israel também deveriam reconhecer. O próprio Rei Davi diz que o Messias seria ordenado sacerdote segundo a ordem de Melquizedeque: “O Senhor disse ao meu Senhor: "Senta-te à minha direita até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés". [...] O Senhor jurou e não se arrependerá: "Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque". (Salmos 110:1-4) Até mesmo os rabinos da antiguidade entendiam esse texto como se referindo ao Messias. Davi era o rei de Israel, e como rei não chamaria de “meu Senhor” ninguém senão Deus. E Davi chama o Messias de “meu Senhor”. O Midrash (tradição rabínica, Livro Um, 18, 29) afirma que nesse texto do Salmo 110 o Messias é citado e conduzido para se assentar à mão direita de Deus. O Midrash Rabbah, Genesis LXXXV:9, afirma que a pessoa mencionada no verso 2 refere-se ao Rei Messias. O Midrash Yelamdeinu diz que o Messias vai usar o poder para conquistar as nações do mundo. Este salmo também é aplicado ao Messias pelo rabino Yalkut Shimoni afirmando que o Messias será colocado à mão direita de Deus. O rav. Ovadia ben Yaacov Sforno afirma que este salmo é dedicado ao Rei Messias e que ele é o único à mão direita de Deus. E no Salmo 72:17, vemos que ao Messias foi concedido estar nesta posição desde antes da fundação do mundo. Por isso o Messias judeu não poderia ser da tribo de Levi, porque seu sacerdócio não seria apenas para Israel, mas para o mundo. O sacerdócio levítico representava apenas Israel diante de Deus. Quando o sumo sacerdote da ordem levítica entrava no Santo dos Santos, no dia do Yom Kippur, ele expiava os pecados apenas de Israel. O Messias judeu viria naturalmente de Israel, mas para que nele fossem abençoadas todas as familia da terra, o messias de Israel não poderia estar debaixo da ordem levitica. Por isso Jesus, vem da casa de Davi (a tribo de Judá), assim Ele cumpre a ordem de Abraão, na autoridade da ordem de Melquisedeque (uma ordem mundial, mais ampla). Jesus incorpora em si mesmo a missão de Abraão e Israel, e a cumpre plenamente. Por isso Jesus é a Glória de Israel, pois ele é o judeu que cumpriu a missão de seu povo. Glória para Israel e a luz para todas as nações da terra. Jesus Cristo, o nosso Melquisedeque, o nosso Rei e sacerdote, é digno da nossa homenagem, não apenas dos nossos dízimos ou de um dia na semana, mas de nossas vidas completas. O Rei da Nova Jerusalém, nos receberá em seu reino eterno com pão e vinho nas bodas do Cordeiro. Seu sacerdócio é universal e eterno. Este não é um mediador distante e genérico, mas um mediador que conhece cada uma das suas dores e fraquezas, um mediador que nos conhece pessoalmente. Não um mediador limitado, mas um mediador para todos e acessível em todos os momentos (inclusive agora mesmo, inclusive por você). Não é um mediador que também precisa de perdão, mas um mediador poderoso que tem credibilidade máxima diante de Deus: “É de um sumo sacerdote como este que precisávamos: santo, irrepreensível, sem nunca ter sido manchado pelo pecado, separado dos pecadores; e foi-lhe dado o lugar de maior honra no céu. Ele não precisa, como os outros sacerdotes, de oferecer sacrifícios diários, primeiro pelos seus próprios pecados e depois pelos do povo, como os outros sumo sacerdotes. Mas Jesus sacrificou-se pelos pecados do povo, uma vez por todas, quando se ofereceu a si mesmo em sacrifício na cruz. Os supremos sacerdotes instituídos pelo antigo sistema da lei eram homens imperfeitos, mas aquele que Deus mais tarde nomeou com um juramento solene é o seu Filho, perfeito para sempre.” (Hebreus 7:26-28)


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sábado, 20 de março de 2021

11:01 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 13: O Peregrino


Abraão sai do Egito para a terra prometida, o mesmo percurso que centenas de anos mais tarde que Israel faria. A caminhada de Abraão prefigurava Israel, que por sua vez prefigurava o novo Israel, isto é, a igreja de Cristo. Saindo da terra do Egito, um lugar que simbolizaria a escravidão e o sofrimento (e que também não simbolizou coisas boas nem mesmo para Abraão e Sara), marcharam rumo à terra prometida. Assim como aconteceria com seus descendentes, Abraão recebe muitos presentes dos egípcios na sua saída. Essa caminhada pelo deserto é a mesma caminhada que cada crente faz em sua vida pessoal, libertos da escravidão e de todo julgo opressor, abandonamos a antiga vida e passando pelas águas do batismo, onde somos sepultados na morte de Cristo (representado pelo mar vermelho), caminhamos nessa vida rumo ao nosso lar definitivo nos céus, a terra que Deus nos prometeu. Similarmente aos 3 casos, onde encontramos esse interessante paralelismo (Abraão, Israel e a igreja), há uma quarta história com aspectos semelhantes, que foi a infância do próprio Jesus. Similarmente aos outros casos, Jesus (que ainda era bebê) foi levado para o Egito a fim de preservar sua vida, com a morte dos que queriam matá-lo, ele retorna para Israel (Mateus 2:13-23). Durante essa jornada alguns ficam pelo caminho e seguem outro rumo. Foi o caso de Ló. Quando Ló e Abraão se separam, fica claro que Ló é guiado pelo que os olhos veem, enquanto Abraão é guiado pela fé. Deus aparece para Abraão e diz “De onde você está, olhe para o Norte, para o Sul, para o Leste e para o Oeste: Toda a terra que você está vendo darei a você e à sua descendência para sempre.” (Gênesis 13:14,15). Eu já dei um spoiler, e os mais espertos já perceberam que existem algo a mais nessa promessa: No sermão de Estêvão, ele argumenta sobre Abraão que: “Deus não lhe deu nenhuma herança aqui, nem mesmo o espaço de um pé” (Atos 7:5). E de fato, a única terra que Abraão obteve como sua propriedade foi o túmulo que ele comprou, onde foi enterrado com Sara (Gênesis 23:16). Mas a promessa não dizia que essa terra prometida seria dada para Abraão (repare que não diz que Abraão conquistaria ou compraria, mas que Deus lhe daria)? Será que a promessa falhou? Deus promete também dar essa terra “ à sua descendência para sempre”. Poderíamos até dizer que Deus realmente cumpriu plenamente sua promessa dando a terra para a descendência de Abraão (Josué 21:43-45/ 1Reis 4:21/ Neemias 9:8), mas não foi “para sempre”. Cerca de 600 anos antes de Cristo, com a invasão da Assíria, as 10 tribos do Norte foram expulsas e nunca mais voltaram, anos mais tarde Judá e Benjamim também são expulsas. Da pequena parcela que retornou para Judá e Benjamim, são expulsos novamente da terra no ano de 70 dC pelos romanos, e eles ficam quase 2 mil anos longe da terra, retornando apenas em 1946, num território certamente muito menor do que era originalmente. Existem aqui duas possibilidades de interpretação do texto: Podemos seguir a linha tradicionalmente judaica de que essas profecias são literais e se referem aos filhos de Jacó, e portanto eles são os donos da terra. Mas o problema aqui é que assumir essa interpretação é inevitavelmente, frente aos fatos, admitir que a profecia falhou, e a palavra de Deus falhou. Falhou com Abraão (que nunca tomou posse literal da terra), e nunca se manteve de modo duradouro com os filhos de Jacó. O que nos leva pra única interpretação possível, que é: em Jesus a profecia foi plenamente cumprida. E isto foi parte da argumentação de Estevão quando este pregava Jesus aos judeus antes de ser apedrejado por eles. A descendência de Abraão é Cristo, e aqueles que foram filiados a Cristo são filhos de Abraão. Essa descendência se espalhou e dominou toda a terra. Onde quer que Abraão tenha visto e percorrido, há um cristão lá. E poeticamente podemos repetir que estes se tornaram “incontáveis como a areia da terra e como as estrelas no céu”. No livro do apocalipse, João recebe uma visão sobre os salvos por Jesus e descreve como uma multidão incontável. Abraão vai peregrinando até Betel, mas Deus não o deixa se estabelecer lá, mas o manda peregrinar por toda a terra. “Vá e percorra a terra em todas as direções, porque eu a dou a você” (Gênesis 13:17). Deus chamou Abraão para ser um peregrino na terra. Portanto a Canaã, nada mais era do que um símbolo da verdadeira “terra prometida”. Diferente de Ló, que escolheu a cidade mais rica apesar do pecado e das abominações daquele lugar, Abraão foi para o outro lado em busca da cidade onde a vontade de Deus é feita, a cidade celestial. Do mesmo modo, cada cristão caminha neste mundo como o pai Abraão caminhou, peregrino, sabendo que um dia Deus nos dará este mundo quando estabelecer aqui seu reino para sempre. Abraão peregrinou em Canaã, porque não era este o destino final: “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber como herança; e partiu sem saber para onde ia. Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque Abraão aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e construtor. Pela fé, também, a própria Sara, apesar de não poder ter filhos e já ser idosa, recebeu poder para ser mãe, pois considerou fiel aquele que lhe havia feito a promessa. Por isso, também de um só homem, praticamente morto, saiu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como a areia que está na praia do mar. Todos estes morreram na fé. Não obtiveram as promessas, mas viram-nas de longe e se alegraram com elas, confessando que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas, agora, desejam uma pátria superior, isto é, celestial” (Hebreus 11:8-16)


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sábado, 13 de março de 2021

15:39 - No comments

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 12: A bênção de Abraão


“Mas somos filhos de Abraão!”, sempre argumentaram os religiosos (Mateus 3:9/João 8:33). Ser descendente de Abraão parece justificar uma certa “benção” e até preferência de Deus em relação a outros povos e pessoas. Mas se justificamos a benção de Deus por meio do pai Abraão, como que Abraão se justifica? Rsrs...Quero dizer...se somos abençoados por sermos filhos de Abraão... E Abraão, ele é filho de quem?
Talvez o capítulo 12 de Gênesis seja um tanto chocante para algumas pessoas religiosas. Encontramos um Abraão bem humano, bem comum e falho. Vemos que a corrupção da raça humana é generalizada, até mesmo a linhagem de Sem e Heber (da qual viria o Messias) chegando até ‘Terá’ ou ‘Terakh’, um idólatra, se corrompeu. No livro de Josué, mostra que Abraão vivia nesse contexto de idolatria até ser resgatado por Deus:


“Então Josué disse a todo o povo: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Além do rio habitaram antigamente vossos pais, Terá, pai de Abraão e pai de Naor; e serviram a outros deuses. Eu, porém, tomei a vosso pai Abraão dalém do rio e o fiz andar por toda a terra de Canaã” (Josué 24:2,3)


Deixe-me contextualizar: No capítulo 24 de Josué, Deus está mostrando que Israel não poderia se gabar de nenhum dos seus feitos, nenhum deles poderia se gabar de nada diante de Deus, porque desde seus antepassados toda sorte de bençãos foi devido à uma adoção gratuita de Deus, para que eles não pudessem se gabar de qualquer excelência ou mérito peculiar (“Não foi a espada e o arco que lhes deram a vitória” Josué 24:12). Usar como argumento que os pais de Israel serviram a outros deuses, é o mesmo que dizer que Abraão e Nahor não eram menos idólatras que o resto da humanidade, e portanto os vaidosos não poderiam se vangloriar de seus ancestrais dignos e merecedores das bênçãos de Deus, era fruto da graça de Deus, e não por seu próprio mérito ou justiça.


Deus chama um homem idólatra e manda ele para uma terra desconhecida. No caminho para essa terra prometida, Abraão para fugir da fome desce para a terra do Egito. Sua esposa chamava muita atenção por ser muito bonita, e para não ser morto Abraão mente:


“Quando estava chegando ao Egito, disse a Sarai, sua mulher: "Bem sei que você é bonita. Quando os egípcios a virem, dirão: ‘Esta é a mulher dele’. E me matarão, mas deixarão você viva. Diga que é minha irmã, para que me tratem bem por amor a você e minha vida seja poupada por sua causa".” (Gênesis 12:11-13) 


Embora não fosse exatamente uma mentira porque eles eram meio-irmãos ou mais provavelmente sobrinha de Abraão (e nesse caso irmã seria uma forma da época de chamar sobrinha). De qualquer modo, Abraão errou ao faltar com a verdade sem falar seu real relacionamento com Sara, e por não confiar na proteção de Deus, expôs Sara a uma situação terrível quando ela foi levada ao palácio do Faraó. Mais uma vez a Graça de Deus intervém, apesar do erro de Abraão que pensou mais em sua própria vida do que em sua esposa. Abraão então sai do Egito e segue para Canaã, a terra prometida.


"Abrão creu no SENHOR, e isso lhe foi creditado como justiça." (Gênesis 15:6)

O texto deixa claro, que não foram os méritos de Abraão, nem sua obediência, nem nada do que ele fez que chamou a atenção de Deus. Ele creu na palavra de Deus, e foi considerado justo por isso. Já leu isso em algum lugar?


“Sendo, pois, declarados justos pela fé, temos paz com Deus, devido ao que nosso Senhor Jesus Cristo fez por nós” (Romanos 5:1)


 Deus chamou Abraão para sair de sua pátria e vagar como peregrino numa terra estranha. Deus fez a Abrãao algumas promessas, dentre elas:


 "E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção.E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra".(Gênesis 12:2-3)


Uma destas promessas que Deus fez a Abraão é que um dos seus descendentes abençoaria todas as nações do mundo; Jesus Cristo. Pois Deus estava separando o seu povo por graça, no meio de uma era idólatra e pecaminosa, preservando a linhagem até Cristo, a nossa salvação. 

Abrãao foi abençoado por Deus, sendo um instrumento usado pelo próprio Senhor para que a benção fosse muito além dele mesmo. “Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito” (Gálatas 3:14). 

   Sendo assim as promessas nos alcançam, conforme a escritura diz: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo. Mas digo isto: Que tendo sido a aliança anteriormente confirmada por Deus em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a invalida, de forma a abolir a promessa.

Porque, se a herança provém da lei, já não provém da promessa; mas Deus pela promessa a deu gratuitamente a Abraão [....] E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa”. (Gálatas 3)

 E mesmo milhares de anos depois da promessa ter sido feita a Abrãao, se você pertence a Cristo, também é filho de Abrãao e herdeiro da Promessa de Deus, pela fé em Cristo Jesus.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

19:08 - 1 comment

A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 11: A Torre de Babel



Seria de se esperar que um evento na dimensão da Torre de Babel (do hebraico: מִגְדַּל בָּבֶל, que os hebreus identificaram “Bavel” que significa “confusão”, e em acadiano bab-ilu, que significa “Portal de Deus”), com consequências sociais tão profundas nos povos que deram origem as civilizações, fosse registrado não apenas na Bíblia, não é mesmo? Pois então…


“Depois disseram: "Vamos construir uma cidade, com uma torre que alcance os céus. Assim nosso nome será famoso e não seremos espalhados pela face da terra".

O Senhor desceu para ver a cidade e a torre que os homens estavam construindo.

E disse o Senhor: "Eles são um só povo e falam uma só língua, e começaram a construir isso. Em breve nada poderá impedir o que planejam fazer.

Venham, desçamos e confundamos a língua que falam, para que não entendam mais uns aos outros".

Assim o Senhor os dispersou dali por toda a terra, e pararam de construir a cidade.

Por isso foi chamada Babel, porque ali o Senhor confundiu a língua de todo o mundo. Dali o Senhor os espalhou por toda a terra. (Gênesis 11:4-9)


Ao redor do mundo existem algumas evidências interessantes que indicam uma origem comum dos povos. Pouca gente sabe, mas a China antiga era monoteista e adorava Shang Ti (que significa: O Deus do Céus ou Deus Altíssimo). As características do “Deus Altíssimo” que os chineses adoravam é muito semelhante ao Deus descrito no Antigo Testamento. Um Deus único, santo, justo, bom e que exigia sacrifícios de cordeiros para perdão de pecados. Era o único digno de adoração e não podia ser adorado através de imagens ou de ídolos. A escrita do chinês antigo, onde palavras se formam a partir da junção de outras palavras, revela algo muito interessante. A impressão que transmite, é de que eles conheciam as histórias do Gênesis. Repare com atenção:


Em 1823, Jean-Pierre Abel-Rémusat, especialista em literatura chinesa, publicou uma interessante tradução dos trabalhos de Lao Zi (fundador do Taoísmo) no qual se vê uma semelhança no nome do Ser Supremo com o nome de Deus em hebraico YHVH.


Por volta de 1066 a 770 a.C, que a história de Ninrode parece ter se repetido na China,  quando um ambicioso imperador determinou para si o título de “Suficientemente Bom”, proibindo o culto à Shang Ti. Pensa-se que foi a partir desse ponto que a China começou a ser tornar politeísta, pois ao povo comum foi proibido render culto diretamente a Shang Ti. Foi imposta a ideia que eles seriam “muito pequenos e humildes diante de Shang Ti, portanto somente o “grande pai Imperador” podia prestar culto diretamente à Ele.


Histórias similares encontramos em vários povos, por exemplo na Suméria, encontramos o  An (o Deus do Céus). Ou mesmo no Egito antigo, encontramos cânticos ao Único Deus: 


“Ele existia no princípio, quando nada mais existia. Tudo o que foi criado, Ele criou [...] Ele é a verdade, Ele vive na verdade, Ele é o rei da verdade. Ele é vida; através dele o homem vive; Ele dá a vida ao homem, Ele assoprou vida para as suas narinas... Ele mesmo é a existência; Ele não aumenta nem diminui. Ele criou o universo, o mundo. o que era, o que é, e o que ainda será … Ele ouve todos os que clamam a Ele, ele recompensa os seus servos; todos os que o reconhecem são conhecidos por Ele. Ele protege os seus seguidores”
(E.A. Wallis Budge, Osiris (New Hyde Park, N.Y: University Books, 1961) p. 357.)


Ou ainda na Índia encontramos em sua escritura mais antiga, o Rig Veda: 


No princípio, quem nasceu? O Senhor, o Senhor Único de todas as coisas que existem, Aquele que criou a Terra, formou o céu, que dá vida e força, a quem os deuses de petição reverenciam como o DEUS ÚNICO. (Rig Veda excerpt from Selwyn Gurney Champion & Dorothy Short, Readings from World Religions (Greenwhich, Conn., Fawcett Publ., 1951) pp. 26-27.)


Cada uma dessas sociedades foram modificando suas narrativas iniciais de Deus, e se tornaram politeístas, desenvolveram ”suas próprias Babéis”, suas próprias religiões, gurus, objetos mágicos e rituais para acessar a Deus. 


A Torre de Babel como relatado na Bíblia, possuía uma descrição a respeito do material usado para a sua construção, em Gênesis 11:3 “Disseram uns aos outros: “Vamos fazer tijolos e queimá-los bem”. Usavam tijolos em lugar de pedras, e betume em vez de argamassa.”     Historiadores possuem resíduos de mais de 4 mil anos em que se pode notar claramente uma espécie de resíduo entre as pedras, similar ao betume (piche) como a Palavra descreve. Essas Torres eram conhecidas na arqueologia como Zigurate, “monumento em forma de pirâmide, construído em patamares superpostos, característico da arquitetura religiosa mesopotâmica, com acesso por rampas e escadarias ao topo, onde se erigia um santuário, para a salvaguarda das provisões de cereais e para observação dos astros.”


 Em 1872, George Smith, Arqueólogo Inglês, descobriu um tablete cuneiforme que trazia o seguinte relato acerca da edificação de um zigurate que provavelmente poderia ter sido a torre de Babel:

"A Edificação desta torre ofendeu a todos os deuses. Numa noite eles [deitaram abaixo] o que homem havia construído e impediram o seu progresso. Eles [os construtores] foram espalhados e sua língua se tornou estranha."

Novamente a arqueologia encontrou uma evidência do relato bíblico, dessa vez da confusão de línguas ocorrida em Babel.


Histórias similares ao relato bíblico são encontrados pelo mundo. Antigas lendas chinesas dizem que a divisão do idioma original fez “com que o Universo desviasse do caminho certo”. Na mitologia Persa, Ahrima (um deus persa) pulverizou a linguagem dos homens em 30 idiomas. Os espanhóis que chegaram no México no início do século dezesseis (1517) ficaram impressionados porque encontraram por lá uma lenda de uma torre como a de Babel que foi construída para servir de abrigo contra um próximo dilúvio, e seus construtores também se desentenderam por conta de uma confusão de línguas. O "Popol Vuh", um registro dos maias que sobreviveu e chegou até nosso tempo, contém este extraordinário trecho:

"Aqui as línguas das tribos mudaram e sua fala ficou diferente. Tudo que ouviam e compreendiam ao partir de Tulán tornou-se diferente. (...) Nossa língua era uma quando partimos de Tulán. Ai, esquecemos nossa fala."


No relato bíblico da torre de Babel, os homens em sua prepotência queriam construir um caminho que chegasse ao céu. A tentativa aparentemente bem intencionada, na verdade revelava a rebelião da raça humana contra o seu Criador, tentando não se espalhar pela Terra conforme a ordem do Senhor. Não queriam “glorificar a Deus” por meio de suas vidas, mas buscavam sua própria glória. Eles queriam ir pro céu, mas não queriam Deus lá. Mesmo hoje, todos querem ir pro céu, mas não querem encontrar o Deus da Bíblia lá.

Em todas as religiões do mundo, você encontrará o homem criando caminhos para encontrar conquistar o paraíso. Cada um tentando criar sua própria torre para alcançar a Deus. O Evangelho, porém, mostra que é Deus que encontra o homem. A Torre de Babel e essa tentativa de conquistar os céus soa ridícula para um homem do século XXI, mas porque não soam igualmente ridículas as nossas tentativas de alcançar um Deus infinitamente Santo com nossos próprios méritos, com nossa religião, com nossa moralidade...? Por maior que parecesse a torre de babel, a Bíblia diz que “desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam”, ela não parecia grande aos olhos de Deus, e por isso Ele teve que descer para ver. Assim são nossas obras, às vezes parecem grande coisa aos nossos próprios olhos atravessar uma velhinha na rua, mas não são elevadas o suficiente para o Altíssimo. Somos 100% salvos pela graça, sem participação humana, de modo que “ninguém pode reclamar mérito algum nisso” (Efésios 2:9), todos os méritos são de Cristo.


Não tem como falar de Babel, e não lembrar de Pentecostes, onde parece que o efeito-Babel é eliminado por Deus (Atos 2). Ao contrário de Babel, no Pentecostes eles não tinham a mínima intenção de chegar, por conta própria, até Deus. Estavam temerosos, perseguidos e clamando por auxílio de Deus. E o Senhor manifesta sua face consoladora, pessoas de diferentes idiomas e nações entenderam a mensagem do Evangelho, pois os discípulos passaram a pregar na língua daqueles homens. Ao invés de confusão, houve entendimento. Quebrou-se a maldição de Babel. Todos são novamente um só povo. Todos se entendem plenamente. É o nascimento de algo novo: a Igreja de Cristo.

E para isso foi necessário que Jesus Cristo fosse punido em nosso lugar. Para que Deus pudesse perdoar gratuitamente pecadores sem deixar de ser justo, foi necessário que o Cordeiro de Deus, perfeito e sem qualquer pecado, fosse morto debaixo do Juízo e castigo de Deus. E assim diz a minha formação ortográfica preferida do chinês antigo: 

Eu + Cordeiro = Justo.

*Clique aqui para conhecer a revelação de Jesus em outros capítulos da Bíblia


segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

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A revelação de Jesus Cristo em Gênesis 10: O Rei das Nações

Por muito tempo os cientistas darwinistas separaram a humanidade em raças diferentes, umas mais evoluídas e outras menos evoluídas. O racismo ganhou respaldo pelos estudos do médico naturalista Samuel Morton, que estava convencido de que as pessoas poderiam ser classificadas em cinco raças. O próprio Charles Darwin, que leu o texto de Morton, considerou-o uma “autoridade” na discussão racial. A aplicação da teoria da evolução justificaria que alguns humanos seriam mais evoluídos do que outros.

No século XIX as ideias evolucionistas de Darwin, se tornaram um grupo de ideias que foi denominada como darwinismo, tais ideias passaram a ser usadas por outros estudiosos para dar origem ao chamado darwinismo social, que foi um grupo de pensamento que se manifestou em diversos estudos sociológicos, antropológicos, geográficos, arqueológicos e históricos a concepção de "evolução social e cultural". Veja o absurdo que foi publicado num famoso jornal de medicina: 

“Parabéns para Morton por ter conferido ao negro a sua verdadeira posição como raça inferior” (Charleston Medical Journal).

O absurdo chegou ao ponto de um vencedor do prêmio Nobel, James Watson, defender que os negros eram menos inteligentes. O resultado você conhece: surge o nazismo na Alemanha defendendo que os alemães eram uma raça pura, mais evoluída... Tais ideias justificaram atrocidades e milhões de mortes na Segunda Guerra Mundial.

“A compaixão se opõe de modo geral à lei da evolução, que é a lei da seleção.” (Nietzsche, o autor preferido de Hitler e grande critico do Cristianismo)

Enquanto a ciência da época acreditava em unicórnios saltitantes, os cristãos que conheciam o capitulo 10 de Genesis (e muitos outros capítulos da Bíblia) batiam o pé e diziam "Parem com o absurdo! Só existe uma raça humana!". O tempo passou e estudos recentes nas mitocôndrias concluíram que todos os humanos eram descendentes de um grupo muito pequeno de mulheres, e essas mulheres descendem de uma mesma ancestral comum (que os cientistas apelidaram de "Eva mitocondrial"). Por muito tempo a variedade na raça humana e as diferentes cores de pele foram usadas como argumento dos evolucionistas contra os cristãos, mas os estudos recentes mostram que na verdade todos temos a mesma cor de pele, a única diferença é a quantidade da mesma melanina que cada um tem.

A genealogia apresentada em Gênesis 10:1-11 não é exaustiva, ou seja, não contém todas as nações mencionadas no Antigo Testamento, porque seu principal objetivo é apresentar a humanidade na sua diversidade, originárias de um único Criador, o Deus Eterno. Devemos sempre levar em consideração essa extensão universal do interesse de Deus com cada pessoa. Todo ser humano carrega uma dignidade intrínseca a ele apenas porque possui a "imagem e semelhança de Deus", e nada e nem ninguém pode lhe tirar isso. Ou nossa dignidade vem do Criador ou ela estará sujeita as convenções sociais de cada época.

Vemos no capitulo 10 que dos três filhos de Noé, descenderam as nações que existem na terra. Ao todo, 70 nações são mencionadas. Mas dado as misturas de povos e a não-documentação das descendências, seria praticamente impossível afirmar que determinado grupo ou pessoa hoje seriam descendentes de uma destas setenta nações. A única exceção para isso foram os judeus, que foi o único povo que conservou uma lista com os nomes dos pais e dos filhos, e justamente por causa disso pudemos identificar o Messias quando Ele chegou.

Mas o texto nos aponta a origem dos povos gentios como sendo descendentes de Jafé:

"Por estes foram repartidas as ilhas dos gentios nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações" (Gênesis 10:5) 

Todos os lugares para além da Judéia, são chamados ilhas (Jr 25.22). Lembra a profecia do capitulo 9 de Gênesis, de que a descendência de Jafé viria habitar na tenda de Sem? Isaias completa o que foi dito e profetiza algo parecido "As ilhas aguardarão a sua doutrina" (Is 42.4), se referindo a conversão dos gentios à Jesus Cristo.

Da linhagem de Cam, que estava sob a maldição de Deus, surgiu Ninrode. Ninrode virou um homem poderoso na terra. Os que foram anteriores a ele contentavam-se em estar no mesmo nível de seu próximo e, em serem iguais aos demais, nenhum pretendia ser maior, mais importante e mais poderoso. Ninrode estava decidido a tornar-se Rei e Senhor sobre os demais. O pecado da ambição dos gigantes que viveram antes do Dilúvio, reviveu em Ninrode.

A descendência de Cam aparentemente prospera mesmo debaixo da maldição, e a de Sem (na qual repousava a benção do Senhor, e pela qual haveria de vir o Messias) cresce menos e parece mais pobre em relação aos demais. Aos olhos humanos, a profecia parecia não estar funcionando. Canaã tem aqui uma terra muito superior do que as de Sem ou Jafé, posses, poder e tudo mais, mas ainda assim a Bíblia diz que sobre Sem e Jafé que estava a bênção. De Sem veio Éber (o nome "hebreus" significa "filhos de Éber "), de onde viria Abraão, Moisés, Davi, e claro Jesus Cristo. Muito melhor é ser como Sem, o pai de uma família de homens santos, generosos e piedosos, pobres aos olhos do mundo, mas que possuem uma riqueza eterna, do que ser o pai de uma família de caçadores de poder, de riquezas corruptíveis e temporais. Jesus é o verdadeiro tesouro. 

Naquele tempo chamavam Ninrode de valente. Mas enquanto lia o texto, fiquei pensando que muito mais valente que Ninrode foi Jesus que abriu mão do pódio e do trono, e por amor preferiu a cruz. Essa valentia Ninrode jamais experimentou. Portanto, nosso exemplo de valentia, hombridade e liderança é o de um líder que se fez servo, de um governante bondoso e amoroso, que deu a vida em favor dos que estão sob o seu governo. Isto sim é valentia. Este sim é um rei que vale a pena servir.

Setenta povos ou tribos estão relacionados aqui, simbolizando a totalidade dos povos que se dividiram e se espalharam pelo mundo. Em Lucas 10.1, Jesus reúne 70  discípulos (uma representação das 70 nações que representam o mundo inteiro) e mais tarde os envia para pregarem o Evangelho para todas as nações.

Jesus Cristo derrubou todas as barreiras que nos separavam. Agora “já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos” (Cl 3.11; veja também Efésios 2.11-22).


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domingo, 1 de novembro de 2020

05:21 - 1 comment

"Sou um cristão, isto significa..." (Augustin Louis Cauchy)

 


"Sou um cristão, isto significa: creio na divindade de Jesus Cristo juntamente com Tycho Brahe, Copérnico, Descartes, Newton, Fermat, Leibniz, Pascal, Grimaldi, Euler, Guldin, Boscowitsch, Gerdil, com todos os grandes astrônomos, todos os grandes pesquisadores das ciências naturais, todos os grandes matemáticos dos séculos passados. E se porventura me perguntarem pela razão, terei prazer em explicá-la. Verão que minha convicção é resultado de estudo cuidadoso e não de preconceitos." (Augustin Louis Cauchy, matemático e físico)