quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Só 30% dos engenheiros no Brasil se formaram em cursos de bom desempenho

 
Apesar da formação de engenheiros e trabalhadores ligados à profissão ser, atualmente, satisfatória no País, menos de 30% desses profissionais formados no País nos últimos anos tiveram acesso a uma formação em curso de bom desempenho. É o que aponta o estudo "Evolução da formação de engenheiros e profissionais técnico-científicos no Brasil entre 2000 e 2012", dos pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), dos pesquisadores Divonzir Arthur Gusso e Paulo A. Meyer Nascimento.

O levantamento, que analisa o período de 2000 a 2012, detecta que uma primeira análise (de 2011) apontou que cerca de 40% dos formados em cursos de engenharia vinham de graduações com baixo desempenho no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), que mede o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação aos conteúdos, habilidades e competências, e que menos de 30% eram formados em cursos de alto desempenho.

A pesquisa registra que os cursos das universidades públicas são maioria entre os que apresentam maiores conceitos no Enade, embora algumas instituições privadas aumentaram participação entre os cursos com conceito 4 e 5 na avaliação. Segundo o estudo, os institutos tecnológicos federais e estaduais, vistos por especialistas com oalternativa à expansão com qualidade da formação superior em áreas técnico-científicas, ainda são menores em número de matrículas e os desempenhos dessas instituições no Enade ainda não são satisfatórios.

O estudo pondera, porém, que a medição obtida pelo Enade não avalia os estudantes, e sim os cursos. Assim, os pesquisadores avaliam que um engenheiro formado em uma instituição com conceito 1 ou 2 não será necessariamente um profissional pouco qualificado, e o mesmo vale para um estudante formado em uma graduação bem avaliada. Eles ressaltam ainda que os conceitos do Enade não são comparáveis em anos diferentes já que as provas de cada ano são elaboradas com itens que não avaliam obrigatoriamente as mesmas competências.

O estudo foi divulgado nesta terça-feira (5) pelo Ipea durante debate sobre uma eventual escassez de engenheiros enfrentada pelo País.


Faltam engenheiros?
Apresentado  também nesta terça-feira, o estudo "A demanda por engenheiros e profissionais afins no mercado de trabalho formal", dos pesquisadores Aguinaldo Nogueira Maciente e Paulo A. Meyer M.Nascimento, classifica como "cenário alarmista" a ideia de que há escassez de engenheiros no País.
O estudo pondera que o medo da falta de profissionais a da área que surgiu durante período de maior crescimento econômico da segunda metade da década de 2000 não se confirmou porque as expectativas ignovaram as incertezas das taxas de crescimento muito elevadas, interrompidas a partir de 2011. Ainda segundo a pesquisa, as projeções deixaram de lado também a capacidade de resposta do sistema de educação superior e dos candidatos a cursos de engenharia, que registram um grande fluxo recente para essa área de formação.

A pesquisa define ainda que esse movimento deve elevar, nos próximos anos, o número de profissionais em engenharia e áreas correlatas.

A ideia de escassez obtida no fim da década passada, aponta o levantamento, estava relacionada a questões demográficas ligadas não apenas à baixa atração que as carreiras típicas da engenharia g eravam nos jovens durante os anos 90 - o que levou parte desses estudantes a buscar alternativas ocupacionais - mas também ao crescimento do número de jovens que entraram no mercado demográfico, resultado do bom momento econômico do País.

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