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Business,Engenharia
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A EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A
 origem da Engenharia de Produção ocorreu nos EUA, na virada do século 
XIX para o século XX, inserida em um processo de avanço da 
industrialização e crescimento econômico. Durante o século XVIII, a 
primeira Revolução Industrial mudou a forma de organizar a produção. As 
inovações não estavam restritas à técnica e à tecnologia, mas também à 
organização do trabalho. A relação do homem com o trabalho estava se 
transformando e, ao fim desse processo, chegou ao fim o Capitalismo 
mercantilista, cuja produção era organizada em ofícios. Com o grande 
progresso do setor industrial, surgiu a necessidade de organizar e 
administrar complexos sistemas de produção, necessidade essa que se 
agravou com a Segunda Revolução Industrial e seus avanços tecnológicos. A
 tarefa de analisar o trabalho para racionalizá-lo começou na indústria 
metal-mecânica e essa disciplina foi chamada de Engenharia Industrial, a
 qual foi preconizada por F.W. Taylor, Frank e Lillian Gilbreth, H.L. 
Gantt, Walter A. Shewart, Henry Fayol, dentre outros. Mais tarde, com o 
advento da produção em massa, difundida por Henry Ford, e posteriormente
 a produção enxuta, concebida por Taichii Ohno dentro da Toyota, 
Engenharia Industrial ganhou grande destaque mundial.
Neste
 período, em decorrência do desenvolvimento tecnológico e expansão da 
rede ferroviária de transportes, surgem as primeiras grandes corporações
 norte-americanas, impulsionando a produção em larga escala e o 
surgimento de um forte mercado interno de consumo. O aumento do porte 
das empresas impõe desafios de natureza tecnológica e administrativa, 
exigindo uma capacitação maior para gestão da produção e dos negócios. 
No período de 1880 a 1920, vários estudos abordam a temática da busca da
 eficiência na produção. Dentre os diversos trabalhos, destacam-se os 
estudos de Frederick W. Taylor (1856-1915). Em particular, a publicação 
da sua obra Princípios da Administração Científica constitui um marco no
 surgimento da área de conhecimento denominada Engenharia Industrial. Em
 seus estudos, Taylor analisa em detalhe o trabalho dos operários nas 
fábricas, buscando identificar formas de aumentar a eficiência do 
trabalho humano e da própria organização da produção. Na mesma época 
(1913), o engenheiro Henry Ford cria e introduz o conceito da Linha de 
Montagem na fabricação do veículo Ford - Modelo T, na fábrica da Ford 
Motors em Detroit. A introdução da linha de montagem revolucionou o 
modelo de produção existente, em virtude do grande aumento de 
produtividade que proporcionou. Paralelamente aos estudos sobre 
organização industrial, desenvolvem-se também as técnicas de 
contabilidade e administração de custos. Dentre as técnicas criadas, 
destaca-se a análise econômica de investimentos, dando origem à 
Engenharia Econômica, e difusão do uso de indicadores de custos, giro de
 estoques, etc. Estas técnicas viabilizam a gestão eficaz de grandes 
corporações.
No
 início do século XX, com a massificação do consumo e a busca por 
qualidade e eficiência, com cada vez mais pessoas entrando para a Classe
 Média Urbana, a evolução da Engenharia de Produção se intensificou e 
surgiram as primeiras faculdades de graduação em Engenharia de Produção 
do mundo. Foi nos EUA que surgiram os primeiros cursos de administração 
(business school) e engenharia industrial, com o objetivo de formar 
profissionais para gestão da produção, tanto na graduação quanto em 
pós-graduação. O curso de Engenharia de Produção foi criado com base na 
grade de Administração de Empresas e inicialmente também na Engenharia 
Mecânica. Pois almejava dois pontos de interesse: o conhecimento técnico
 e as habilidades de gestão.
Uma
 terceira influência no campo da Engenharia Industrial se dá já na 
segunda metade do século XX, com o nascimento da Pesquisa Operacional 
(Operations Research), área de conhecimento caracterizada pela aplicação
 do método científico na modelagem e otimização de problemas logísticos 
durante a Segunda Guerra Mundial. Ao término da guerra, os métodos de 
otimização desenvolvidos foram incorporados aos currículos de Engenharia
 Industrial e Transportes. Paralelamente e realimentando o 
desenvolvimento dos modelos e teoria da decisão, verifica-se o 
crescimento da informática que, gradualmente, é introduzida nas 
universidades e na administração de empresas.
Este
 conjunto de conhecimentos relativos à Organização da Produção, Economia
 e Administração de Empresas, Controle da Qualidade, Planejamento e 
Controle da Produção, Pesquisa Operacional e Processamento de Dados 
forma o núcleo básico da Engenharia de Produção clássica da década de 
70. Na formação do engenheiro de produção, destaca-se também um 
conhecimento técnico que o diferencia do administrador de empresas. Nos 
anos 80, os países industrializados observam o fenômeno da recuperação e
 desenvolvimento econômico no Japão, país arrasado ao término da Segunda
 Guerra Mundial. Em particular, a indústria automobilística e de 
produtos eletro-eletrônicos superam em desempenho suas concorrentes 
norte-americanas, oferecendo produtos de melhor qualidade e menor custo 
dentro do próprio EUA. Esta revolução baseou-se na revisão de paradigmas
 ocidentais de gestão da produção. Dois conceitos fundamentais norteiam o
 modelo japonês de produção: i) Gestão da Qualidade Total (Total Quality
 Management - TQM) e ii) produção Just-in-time (JIT). O primeiro 
representa uma forte mudança cultural na forma de administrar a 
qualidade na produção e o segundo, um esforço no sentido aumentar a 
flexibilidade dos sistemas de produção de forma a viabilizar a produção 
em pequenos lotes com baixos custos e alta produtividade. Evidentemente,
 estes conceitos foram incorporados ao campo da Engenharia de Produção.
Ainda
 preservando o título de Engenharia Industrial, nos EUA e Europa, os 
cursos de graduação e pós-graduação expandem o campo de atuação para 
englobar, de forma sistêmica, toda a organização da empresa industrial. 
Isto implica em estudar desde o projeto do produto, dos processos de 
fabricação e das instalações, como também os aspectos estratégicos como o
 planejamento de investimentos, análise de negócios, gestão da 
tecnologia, etc.
Nos
 anos 90, duas tendências se verificam. Uma consiste na integração dos 
diferentes elos de uma cadeia produtiva, buscando-se um planejamento 
cooperativo entre empresas clientes e fornecedoras, com vistas a 
oferecer produtos com alta qualidade, baixos custos e inovadores nos 
diferentes mercados mundiais. Esta filosofia, denominada "supply chain 
management", tornou-se operacional graças aos avanços na Tecnologia de 
Informação em curso. Outra tendência, diz respeito à transposição dos 
conceitos originários da manufatura para empresas do setor de Serviços. 
Nestes casos, a fronteira entre a Engenharia de Produção e a 
Administração de Empresas torna-se ainda menos clara.
O
 cenário vigente de atuação das empresas caracteriza-se pelo processo de
 internacionalização e globalização da economia, com graus crescentes de
 competitividade. Assim, o binômio Produtividade e Qualidade, que 
historicamente sempre foram elementos fundamentais de interesse e estudo
 da Engenharia de Produção, tornaram-se agora uma necessidade 
competitiva de interesse global não apenas de empresas de bens e 
serviços, mas também de inúmeras nações. A formação dos grandes blocos 
econômicos mundiais e conceitos como Manufatura de Classe Mundial 
("World Class Manufacturing"), e Gestão da Qualidade Total (“Total 
Quality Management”), que se transformaram em jargões comuns ao setor 
industrial, levam à clara compreensão por parte dos empresários e 
profissionais do setor de que a sobrevivência e sucesso das empresas 
brasileiras passa pelo estudo e prática dos grandes temas ligados ao 
processo produtivo, objeto da Engenharia de Produção. Fator adicional é 
possibilitado pelos avanços tecnológicos, os quais, paradoxalmente, em 
vez de acentuarem as tendências para a superespecialização, estão 
revertendo este quadro no sentido de permitirem níveis adequados de 
integração de sistemas, exigindo profissionais com ampla habilitação nas
 técnicas e princípios da Engenharia de Produção. Esse
 contexto,tem alterado significativamente o conteúdo e as habilidades 
esperadas da mão de obra em termos mundiais e essas mudanças tem se 
refletido fortemente na realidade e perspectivas profissionais do 
Engenheiro de Produção.
Instituto de Engenharia Industrial
IIE é
 a maior sociedade  profissional do mundo  dedicada exclusivamente ao 
apoio da profissão de engenheiro industrial ou de produção e indivíduos 
envolvidos com a melhoria da qualidade e produtividade. Fundada em 
1948, IIE é uma associação internacional sem fins lucrativos que 
fornece liderança para a aplicação, educação, formação, pesquisa 
e desenvolvimento da engenharia industrial.
PRINCIPAIS CURSOS DE GRADUÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
- Universidade de Michigan – Ann Harbor
 - Instituto Tecnológico da Georgia
 - Universidade de Stanford
 - Universidade da California – Berkeley
 - Harold and Inge Marcus Department of Industrial and Manufacturing Engineering
 
Conferência Internacional de Engenharia Industrial e de Gestão
O IEEEM 
 é o principal fórum internacional para disseminar, para todos os 
ramos de indústrias, informações sobre as mais recentes e relevantes 
pesquisas, teorias e práticas em engenharia industrial e de gestão.  
Esta conferência tem sido organizada por universidades líderes na Ásia e
 tem tido a participação de cerca de 500 participantes de 50 países a 
cada vez.


1 comments:
Olá! Adorei seu texto e estou fazendo um trabalho de conclusão de curso em que preciso de muitas destas informações, que encontrei mais bem explicadas do que na maioria dos trabalhos acadêmicos que tenho encontrado, você por um acaso tem algum trabalho acadêmico com este material para que possa ser citado como referência, caso não tenha, tem alguma das fontes que utilizou para este texto?
Desde já agradeço
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